Pesquisar neste blogue

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

"Life is opportunity and a dream"





   Acredito que, quando se lembrarem deste momento da nossa história, dirão que houveram pessoas que em certa época disseram: "Life is an opportunity and a dream". Continuem o sonho em 2013 é o que vos desejo. Enquanto houver discursos como estes do Steve Jobs, ouvir faz-nos bem e faz-nos perceber que, antes que chegue o dia em que daremos lugar a outros, há que aproveitar enquanto temos a oportunidade, porque qualquer outra coisa que nos digam é engano.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Merry Christmas to all people :), in specially to my brother miguel. we are together

                    "because the Christmas means light"







domingo, 9 de dezembro de 2012

Mario Monti





   A Europa, onde já se duvidava da sua capacidade de surpreender, afinal o inesperado acontece: o Primeiro-Ministro de Itália anuncia a sua intenção de se demitir após aprovação do orçamento. Citando Helena Garrido, que tão bem escreve, directora adjunta do jornal de negócios: "Para todos os que consideram que um governo independente é uma solução para ultrapassar a actual crise, vale a pena reflectir sobre o que se está a passar em Itália".
   Acho que tudo isto merece uma reflexão série, num momento em que Itália era o exemplo a seguir, em que apelavam ascenção de tal modelo na Europa, quando discutia-se a crise dos países do sul em que tudo apontava Mario Monti como o unico com capacidade, tudo isto se quebra em minutos, quando do outro lado, estão os políticos, que rejeitam o decreto que "incapacita para o desempenho de cargos públicos quem tenha sido condenado em definitivo pela justiça por crimes onde se tenha provado dolo deliberado, ou seja, intenção de praticar o crime".
   Nada disto parece ser transparente nem claro, porque, a decisão de Berlusconi de voltar a concorrer a um quinto mandato, no mínimo, parece insólita, mas pensada e delineada hà meses, de quem sabe jogar com as peças do seu puzzle político como poucos, e, aproveitando a decadência do seu partido (última sondagem aponta 15,2% de intenções de voto para o PDL, o partido do centro-direita), prepara-se para instrumentalizar as classes mais oprimidas no seu país (desempregados, por exemplo), e com o slogan antigo na política, de que tudo está pior desde que ele deixou o poder, ou seja, neste caso, hà 1 ano. 
    É necessário pensar em modelos consensuais, e não impostos, porque, o que se está a passar em Itália é muito grave para uma Europa que está no seu pior momento desde que Schumann a pensou, e, o problema de um governo independente é que precisa de apoio político no seu parlamento para cumprir reformas e aprovar decretos. Duvido que a causa única de tal decisão tenha sido aprovação de tal decreto como foi comunicado, mas antes parece-me que tenha sido a falta de apoio político do PDL, que, decidiu apoiar Berlusconi, nas eleições já em março de 2013, numa estranha jogada partidária, quando o país está à beira do abismo e, se já o seu futuro era incerto, agora o amanhã será uma incógnita.
   Isto tudo acontece num país à beira de ser excluído dos mercados financeiros e tudo o que menos precisava era de uma crise política.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Faltavam 10 euros





   Já lá foi o tempo. Como dizia Miguel Sousa Tavares: "Apenas se ouvem os aviões a pousar", numa terra que não podia ser outra, é apenas Cabo Verde. Terra de gente que com pouco vive bem, gente humilde onde abrir a porta de casa é um hábito, e receber bem o outro uma tradição, com a qual nos identificamos, porque eles também são nossos. 
   Escrevi, ainda lá estava, num diário que outrora me roubara aquele que dele não precisava, porque eram só palavras, que apenas dela podiam conhecer quem delas tinham vivido. 
   Volta o tempo e regressa a memória, da rapariga que, ao longe, sentada numa pedra, desesperava, num olhar ténue, bonita, meiga, de quem transmitia o sofrimento, uma dor ao longe perceptível, que procurava o isolamento como forma de a combater. Cheguei-me perto, e sentei-me ao seu lado. Quando perguntei se estava tudo bem, do outro lado apenas reagia o olhar, no meio do silêncio insurtecedor, que conseguiu apenas fazer mexer e saltitar a pedra onde estavamos sentados. Cultivados pelo silêncio, surgiu uma voz calma, suave e pouco audivel, de quem mal conseguia expressar o que sentia, porque tudo era dor. Vivia com a avó, seu porto de abrigo, que amava e jamais a quer esquecer e ver perecer, mulher generosa, que criou a neta, após esta ter sido abondonada pela mãe por não ter condições para a criar. Dizia-me: "só estou aqui porque existe a minha avó", e eu a pensar que o olhar já por si só era expressivo, mas quando chegaram as palavras nada ficava por dizer porque uma palavra tinha vários significados. Qual era o problema ? Respondeu-me: "Tenho o meu dente furado e só tenho consulta no hospital daqui a 6 meses". Impressionante realidade que me atravessa por completo, e fez pensar numa outra possível solução para o sofrimento de quem está condenada a sofrer e habituou-se a viver com o sofrimento. Perguntei: "Não há outro hospital ou outro dentista privado" ? A qual me respondeu: "Sim, há o privado, mas a minha avó não me pode pagar porque é muito caro". Perguntei: "Quanto custa ?", a qual me respondeu : "são 10 euros". 
   Para ajudar não é preciso muito, aqui faltavam uns míseros 10 euros em comparação com o valor incalculável da sua dor, que já só reagia através do olhar e de meras lágrimas, que, de tanta dor, já estavam secas e, persistiam estampadas no rosto, de quem por detrás daquela dor, resistia dia após dia, até chegar a sua vez.
   

Caso Renato Seabra





  

   Um caso que, por si só, tornou-se perplexo, mediante aquilo que se escreveu, escreve e continua a escrever. Hoje, mais que nunca - em detrimento da percentagem de notícias que exige conhecimentos de Direito - urge qualificar os meios de comunicação social com pessoas da área jurídica a tempo efectivo, porque só assim se consegue qualificar a notícia(s).
    Perturba-me, como cidadão, saber que existem pessoas neste país, que criam, fazem parte e promovem cordões humanos e grupos sociais, por exemplo, a favor de um arguido que, no mínimo, só tirou a vida a outra pessoa, como é o caso do grupo social no facebook a favor de Renato Seabra: "Deus é grande e vai haver justiça". Eu questiono: acham que a justiça é colocar o arguido em liberdade, como se nada tivesse acontecido e como de um "coitado" se tratasse ou estão a pedir para que se faça justiça no sentido de não ser condenado a prisão perpétua ? Quanto a esta última, acho que faz mais sentido, porque pedir a sua liberdade apenas  cabe ao seu advogado, que tem obrigatoriamente de ser parcial, sendo sua função servir da melhor forma o seu cliente. E relativamente a Deus, sejam comedidos e não abusem da sua caridade.
    O cidadão Renato Seabra matou o cidadão Carlos Castro, praticando um crime de homicídio, e a questão consiste em saber se ele teve consciência da ilicitude da sua conduta, ou seja, se ele sabia que estava praticando um acto que não corresponde ao devido e se houve intenção em obter o resultado (a morte)?.
   O colega e advogado de defesa adoptou a estratégia da incapacidade mental, que impediu o arguido Renato Seabra de ter consciência das consequências dos seus actos, tentando, que não conseguindo a sua liberdade, que fosse enviado para uma instituição mental para o resto da vida. O tribunal de júri, contrariando a tese de distúrbios mentais como impedimento da consiência dos seus actos, considerou o arguido culpado, e, agora, aguardando que proferida sentença, duvido que seja prisão perpétua, mas também duvido que seja menos de 25 anos. Lembro-me de uma conferência com um juíz norte-americano, já lá quase 1 ano e meio, ainda este caso estava no seu início, e ele dizia: talvez leve 18 a 20 anos de prisão, mas parece que a pena será mais elevada, e, os poucos factos que são de conhecimento público são relevantes e induzem um comportamento consciente, como referiu a procuradora do caso Maxine Rosenthal: "durente o crime fechou as cortinas do quarto, roubou dinheiro à vítima, e á saída colocou o papel "não incomodar" no quarto".
   No mínimo, qualquer pessoa e cidadão, quando fala da justiça, deve ter o discernimento para perceber que estão em causa pessoas, e, que, mesmo que se goste muito de uma pessoa que praticou um crime ou algo do género, deve-se expressar algo ou alguma opinião com conhecimento e consciência das suas consequências, e quanto a mim, as pessoas que aderem a grupos a favor de pessoas que estão a ser julgadas, por crimes como é o crime de homicídio, o crime mais grave no sistema penal, não têm consciência dos seus actos, e, estão a esquecer, que do outro lado, estava alguém que tinha o mesmo direito a estar vivo que o cidadão Renato Seabra, porque ninguém tem o direito a tirar a vida a ninguém. A vida humana é inviolável e é um dever a sua condenação, de um sistema que, ao contrário do português, vai além dos 25 anos de prisão, podendo a sua pena máxima fixar-se em prisão perpétua. Não esquecendo que o estado de Nova Iorque aboliu a pena de morte apenas hà 5 anos.
 

domingo, 11 de novembro de 2012

Barack Obama

 




   Com uma taxa de desemprego imparável, os preços de combustíveis em crescente, uma dívida ilimitada, os E.U.A, de forma impressionante para muitos, esperada para outros, elegeu aquele que um dia foi o adolescente revoltado, o cristão Barack Obama.
   Provavelmente, e sem se pensar muito nisto, estamos perante um dos poucos políticos mundiais que sabe falar com as pessoas, que sabe estar ao lado as pessoas, que sabe ter um discurso e uma oratória dirigida a quem vota e votou nele, e que, sabe transmitir a palavra com uma assertividade ímpar e de louvar em termos políticos, um líder unificador. 
   Olhando para o seu anterior mandato, não podemos esquecer que Barack Obama teve um mandato muito complicado, sem conseguir ter cumprido a maioria das metas a que se cumpriu, mas não classifico de negativo, porque houve trabalho e a reeleição significa alguma coisa. 
   Na saúde, introduziu o obamacare, que tem sido alvo de discussões e divergências. Antes existia o Medicare e Medicaid, seguros de saúde que procuravam também garantir que as pessoas de poucos recursos tivessem acesso aso cuidados de saúde. Com o obamacare pretendeu estabelecer regras com as seguradores (exemplo, proibir seguradores estabeleçam limites máximos aos subsidiados), quanto a mim bem, e, obrigar todas os cidadãos a ter um seguro de saúde. Aqui, se a ideia for na linha de protecção e maior fiscalização acho que pode ser bom o estado inteirar-se da área, se, pelo contrário, não houver fiscalização, parece-me que pode piorar os cuidados de saúde, e, agravar a situação da saúde. Um dos grandes problemas da saúde reside na fiscalização do bom funcionamento dos cuidados e serviços de saúde prestados aos cidadãos. A título de exemplo, veja-se em Portugal, a área onde reside talvez o melhor ministro do governo português, agora que existe fiscalização, está-se a retirar benefícios e mais benefícios, mas, esquecendo, porventura, que, para responder à situação de emergência social, terá que haver uma medida social forte de resposta aos cortes, principalmente para quem menos rendimentos aufere, ou, caso contrário, será um retrocesso no desenvolvimento dos povos. Ainda, relativamente aos benefícios estatais, como, por exemplo, ADSE (Direcção-Geral de Protecção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública), seria interessante perceber-se, por exemplo, como é possível, em cidades como Esposende, na área da medicina dentária, onde existem por volta de 15 clínicas, inclusive o hospital privado, não existir uma sequer que tenha acordo com o Estado ?
   Na política externa, ainda está por fechar Guantánamo, mas, também aqui acho que não se deve ser demagogo, porque, se for fechar por fechar é agravar o problema, porque uma coisa é o mau funcionamento da prisão, outra coisa é a utilidade do seu funcionamento, que parece ainda não ter sido encontrada solução para quem lá permanece, porque maior parte dos países não os querem receber por motivos de segurança e parece óbvio que o retorno aos seus países deve ser evitável, sob pena de represálias. No restante, o diálogo político parece ser a melhor solução, e , aqui, Mit Romney não conseguiu contrariar os lobbies de Bush, e que não era difícil, porque Bush sempre foi um homem só. Como dizia Nuno Rogério, comentador de política internacional, o Obama tinha uma finalidade "Como fazer novos amigos?", enquanto Mit Romney tinha a finalidade "Seremos o inimigo número 1".
   No campo social, Obama não conseguiu responder ao flagelo do desemprego, e, neste mandato deve ser um dos seus principais desafios. As pessoas estão cansadas de ouvir promessas de emprego, seja de que político for, e, penso que as medidas para combater tal flagelo passam, relativamente aos jovens, por maior apoio aos mesmos quando estes terminam os seus estudos, e não oferecendo-lhes apoio apenas no decorrer dos seus estudos. No que concerne às pessoas com idade superior a 35 anos, criando forma de reintegração na sociedade após perderem emprego e subsídios dinâmicos, e não estáticos. Neste âmbito, Mit Romney começou bem, mas quando chamou de "dependentes do Estado" aos eleitores de Obama perdeu qualquer hipótese de eleição para presidente dos E.U.A.
   A vitória nos Estados mais importantes não deixa margem para dúvidas, e, a partir do momento em que Mit Romney chamou "dependentes" aos eleitores do adversário, que muitos já o apoiavam, não tive dúvidas que o vencedor seria Barack Obama, e era o melhor, porque, na verdade, Mit Romney é um político mais fraco que Obama e penso que os E.U.A precisam mais de Obama do que Mit Romney.

sábado, 27 de outubro de 2012

Caso France Telecom



    




    E tudo começou com a privatização da empresa, em 1998.
   Lembrar o caso da France Telecom, investigada e condenada, é lembrar e pôr a nu o terror da dita "restruturação de empresa" que os seus executivos pretenderam levar a cabo. Para quem não sabe, e não acompanhou o caso, esta empresa foi privatizada em 1998, e, em torno desse facto, houveram ordens expressas para "eliminar pessoas", em que um dos gerentes ficou com um grupo (entre vários, que ficaram cada um com os seus grupos) e a estratégia era dar ordens aos trabalhadores, de forma a que eles não conseguissem cumprir, e aumentando de forma significativa o seu volume de trabalho, pressionando-os, isto é, até não aguentarem. Um dos trabalhadores, tinha que fazer traduções noite após noite, foi uma das vítimas nas mãos destes executivos criminosos (foram condenados), e acabou por suicidar-se.
   Em finais de 2010, eram um número de 46 suicídios, de trabalhadores que não conseguiam cumprir as tarefas que lhe eram designadas, algumas, consideradas impossíveis, mesmo para quem abdicasse de almoçar e jantar. Veja-se agora as diferentes declarações. A primeira, de um trabalhador, que se suicidou, tendo antes deixado um bilhete escrito á sua mulher : "Faço isso por causa do meu trabalho. É o único motivo", e, a declaração de Didier Lombard, presidente da empresa, reagindo à morte deste trabalhador : "Isso virou moda". No mínimo, chocante e humilhante.
   Claramente houve assédio moral aos trabalhadores, sendo que assédio moral no local de trabalho acontece quando um trabalhador está sujeito a actos susceptíveis de sacrificar, humilhar, ameaçar ou diminuir a sua auto-estima, originando riscos para sua saúde física e mental, e em casos extremos, a perda do posto de trabalho. Uma das definições clássicas de assédio é a de Hirigoyen: "O assédio moral no trabalho define-se como sendo qualquer comportamento abusivo (gesto, palavra, comportamento, atitude…) que atente, pela sua repetição ou pela sua sistematização, contra a dignidade ou a integridade psíquica ou física de uma pessoa pondo em perigo o seu emprego ou degradando o clima de trabalho".
   A Inspecção Geral do Trabalho acabou por ser chamada e desvendou-se o mistério da privatização, que era aproveitar a debilidade da posição do trabalhador, e, sacrificar a sua posição em torno dos objectivos econômicos da empresa. 
   Mas não acaba tudo aqui. Recentemente, um dos processos de formação da empresa, foi dar um gatinho aos trabalhadores para tomarem conta e sabem qual era a ordem depois de tratarem dele durante um determinado tempo ? A ordem era para matar o gato. Uma das trabalhadoras recusou, não conseguiu matar o animal (refiro-me ao gato), e, em detrimento disso, foi renegada, humilhada, encostada para um canto, pressionando-a abandonar por si a empresa (uma realidade cada vez mais dos dias de hoje), ou seja, foi vítima de assédio moral.
   Nestas situações, o trabalhador tem liberdade para chamar , e é seu dever, a Inspeção geral do Trabalho.
   É verdade, a France Telecom atingiu os seus objectivos, eliminou cerca de 40 mil empregos, desta forma que todos e o mundo teve oportunidade de conhecer, fácil e criminosa.
  As investigações prosseguem, sendo que, já este ano, ex director executivo e dois responsáveis pelos recursos humanos da empresa estão a ser investigados pelo caso dos suicídios na empresa e o ex presidente Dider Lombard enfrenta a barra dos tribunais pelas consequências humanas de um plano de restruturação. O tribunal de Paris condenou-o por assédio moral, em detrimento da vaga de suicídios. Pagou uma fiança de 100 mil euros para permanecer em liberdade, mas quem não respeita a liberdade dos outros, não tem legitimidade para invocar a sua própria liberdade. Como final de uma sentença, o juíz podia ter escrito : "Para o réu, a eliminação de meios humanos justificava os seus fins".
   
 

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Solidariedade com Advogado Torturado



   


   Inadmissível é a palavra para descrever a forma como Dr. Silvestre Alves, advogado da Guiné-Bissau e líder do Movimento para a Democracia na Guiné (MDV), foi violentamente espancado por um grupo de militares daquele país, que prometeram levá-lo para as instalações do Estado maior das forças armadas, mas na verdade levaram-no para uma mata e torturaram-o, na sequência de declarações feitas sobre a situação actual do país.
   A Ordem dos Advogados Portugueses já protestou publicamente tal acto, e pediu ao governo português para, perante este atentado aos direitos humanos, providencie a rápida transferência do advogado e dirigente político para Portugal, para poder ser tratado com respeito pela sua dignidade, porque está em perigo de vida. Não podia estar mais de acordo com o protesto da Ordem dos Advogados.
   A Guiné-Bissau é um problema que as Nações Unidas ainda não conseguiu resolver, e, a guerra civil, as tentativas de golpe de estado e a instabilidade política continuam a dificultar a transição para um regime democrático. 
   Recentemente, em 2006, foi criada uma Comissão de Consolidação da Paz das Nações Unidas, criada e presidida pelo Brasil, que tem como objectivos principais a reconstrução, reforço das instituições e promoção do desenvolvimento sustentável em países em situação de pós-conflito. Poderá ser um bom meio de mediação e promoção da paz na Guiné, que parece ser um caso de difícil solução. Acho que a promoção deve ser feita num sentido duradouro, porque reconstruir de forma temporária já vimos que não resolve os problemas, mas agrava-os, mesmo que demore tempo.
    Em 2005, diante das discricionariedades da guerra contra o terror, o Secretário Geral das Nações Unidas, falou e escreveu, de forma assertiva, e simples : "“In larger freedom – towards security, development and human rights for all”, que originou a Comissão de paz e poderia ter criado muitas outras comissões e ideias, mas o que fica é que só teremos paz quando tivermos liberdade e soubermos respeitar a liberdade do outro. 

domingo, 21 de outubro de 2012

Prémio Nobel da Paz




    Pensar em União Europeia é pensar, sem dúvida, em paz.

domingo, 14 de outubro de 2012

Mercado Livre da Electricidade


  

   
   Num momento em que as pessoas lutam por "todos os lados", aqueles que aclamaram e continuam aclamar por um mercado livre da electricidade são os mesmos que observam serenamente as empresas da electricidade a aumentar progressivamente os preços. Sim, porque, mais uma vez, confundiram-se as pessoas, fazendo-as acreditar que ao privatizarem-se determinadas empresas, e ao instituírem um mercado livre, isso seria benéfico para elas, o que não acontece.
   Assistimos a um mercado livre da electricidade onde os preços aumentaram e vão continuar aumentar progressivamente, e, onde não existe uma autoridade da concorrência capaz e competente. Ainda este Sábado, uma Doutora, especialista em Direito Europeu e questões de Direito da Concorrência me dizia: "para a autoridade da concorrência em Portugal vão os "empenhados", ou seja, não os que entendem sobre as matérias, mas aqueles que sabem obdecer ", o que faz perceber a estagnação de uma autoridade, que se funcionasse só estaria a fazer o seu trabalho, que, neste ponto específico acerca da electricidade, seria obrigar as empresas a baixar os preços, ou, quando se efectuou os contratos, introduziu-se clausulas de aumento progressivo de preços ? Acho que as pessoas gostavam de saber a razão pela qual vão ter de continuar a pagar mais pela electricidade, quando o objectivo e aquilo que lhes disseram era que iriam pagar menos, derivado da abertura do mercado livre.
   Na minha opinião, um país como o nosso não tem possibilidades de ter o tal "mercado livre da electricidade" aclamado por muitos, mas justificado por poucos. Somos um país pequeno, e, quando o Estado privatiza uma empresa como a EDP na electricidade, esperando que isso irá trazer benefícios aos consumidores, é, no mínimo, duvidoso. Acresce a esta questão, outro problema, que tem a ver com facto de em Portugal a Autoridade da Concorrência não funcionar, e isso é o mais grave e é que inviabiliza de forma definitiva a impossibilidade de um mercado livre. Eu estive a  procurar tentar encontrar algum objectivo do organismo que realmente funcione, mas é difícil e quem tenta procurar saber mais, encontra que uma das missões da autoridade é a seguinte: "Identificar mercados em que a concorrência esteja restringida e promover soluções em benefício dos consumidores e que melhorem a eficiência" e "assegurar aplicação das regras da concorrência", e o que foi feito ? Nada. Há quem ache que devia existir uma entidade independente para avaliar os preços, mas então será boa ideia ter mais despesa, em contratar uma entidade externa, quando o que devia existir não seria antes responsabilizar, civil e criminalmente, quem preside e faz parte da dita Autoridade ? Falta é coragem dentro das estruturas para apurar responsabilidades, porque o Ministério da Economia, de quem depende o órgão  já deveria ter agido, mas prefere ignorar e omitir as suas responsabilidades, que no limite, apenas são criticadas, e isto é que está mal. Assistimos ao desastre de regulação no mercados dos combustíveis, Bancos, seguradoras, entre outros, e, a estes, a continuar, se irá juntar o da electricidade.
      Ter os organismos de regulação apenas em termos formais é dispensável, sendo indispensável tê-los em termos substanciais.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Sul da Europa: A r(evolução)


   



    A cada dia que passa, a situação agrava-se, e a Europa parece perdida no meio de um imbondeiro, á deriva no atlântico. O busílis reside no facto de ninguém conseguir responder á  seguinte questão:  onde estamos e para onde nos levam? 
   Grécia, Espanha, Itália e Portugal são o problema interno da Europa  e a consequência de uma Europa individualista, sem respeitar o principio da solidariedade, porque ser solidário não é apenas ajudar a pagar dividas. Falando de Portugal, pedem-nos para crescer 3% , quando há 18 anos que em Portugal não temos um crescimento desse valor, o que terá como consequência uma renegociação da divida, ou não conseguiremos pagar. Pedem flexibilização no mercado de trabalho (recentes leis de trabalho como Banco de horas, redução pagamento das horas extraordinárias,  horário concentrado, medidas controversas, que talvez um dia nos coloquem, ao nível dos japoneses, onde o local de trabalho é o seu principal meio de socialização), mas na verdade, estamos ainda longe de atrair investidores, porque, por exemplo, enquanto um pedido de licença  ainda demorar meses ou anos e, no país ao lado, o conseguir em dias, não estamos a flexibilizar. Pedem redução de salários, mas pergunto: há alguém que se ache motivado a trabalhar com o salário mínimo? E, será que o passado mais recente de Portugal, veja-se, lembremo-nos do tempo do fascismo: em que resultou a politica de redução de salários? Fome e miséria, e até foi no celebre discurso em que Salazar afirmou que cortaria 25% no seu vencimento, ao JN, em 1928. Pedem-nos para reduzir a despesa, e o Governo, de forma pouco clara, continua sem conseguir cumprir este ponto, e quando o faz, como agora com o IRS (esperando pela publicação), atinge sempre a mesma classe e com a mesma finalidade: classe média e redução de salários. Pedem-nos para crescer, mas aonde esta o crescimento económico,  as medidas para podermos crescer? Mais preocupa, olhar para a vizinha Grécia e perceber que já estão em resgate há muito, e, o problema continua, e, agrava-se a cada dia ainda mais, sem futuro. Pedem-nos para combater o desemprego, e, não existe uma medida de combate a este flagelo, visto a obrigatoriedade para cumprir imediatamente e celeremente o acordo internacional, e, devido ao fraco desempenho do Ministro da Economia. Pedem-nos para obter consenso entre os partidos e o dissensso vence, porque não existe PS, a não ser que António Costa decida avançar a qualquer momento, Bloco e PCP não são alternativa. 
    Se pensarmos nos perigos em estarmos nesta situação  surgem-nos alguns, assim de repente, tais como: crescente taxa de desemprego e falta de reacção politica, crescimento do numero de pensionistas, despesas sociais, endividamento externo, que conduzira em 2015, a perto de 200% do PIB.
    Em 2009, no Palácio da Bolsa, numa conferencia do Dr. Medina Carreira, em que entre outros, se encontravam Miguel Cadilhe (alertando para uma possível mudança de regime), num pequeno texto que guardo comigo,  o autor afirmava: "há momentos históricos  dependentes, decisivamente, de um só pormenor: o Estado Novo naufragou por falta de solução para as guerras coloniais. Sem resposta eficaz para o presente afundamento económico  a actual democracia mergulhara o nosso país numa confusão financeira e social, de efeitos dificilmente previsíveis  e acabara por ser substituída  Provavelmente, entre 2015 e 2020."
       Termino, desejando a evolução da Europa e não a sua revolução.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Insensibilidade perante povo


   



    Hoje, um político é raro contactar com as pessoas, contactar com aqueles que lhe atribuíram legitimidade e lhe cederam o cargo, que apenas a uma nação pertence. É raro ver um político aproximar-se dos cidadãos, a não ser em momentos de eleições, o que é contraditório à essência da política pura.
   É impressionante verificar o afastamento que existe das pessoas em relação aos políticos, mas de quem é a culpa ? Acho que pertence ao povo e aos políticos, porque quem elege e vota (porque só esses têm legitimidade), muitas vezes, não procura saber quem está do lado de lá, o que defende, de onde veio, quais as suas ideias e propostas, quais as razões de se candidatar, o que pensa fazer pelo povo. São apenas meras perguntas, decisivas para uma boa tomada de decisão.
   Acresce que, ainda existe uma grande influência na tomada de decisão, e isso interessa e sempre interessou aqueles que se querem aproveitar da política (que são muitos), sendo que, é de conhecimento público que alguns oferecem aos seus cidadãos brindes no momento das eleições, que acabam por ter um efeito influenciador na tomada de decisão. Agora menos, mas nas zonas mais rurais, e note-se que ainda acontece, muitas pessoas são instruídas a votar no candidato A ou B, e obdecem, sem duvidar.
    Actualmente, observamos um tempo indefinido, em que vemos um povo isolado, a lutar em condições desiguais, e a perder a sua liberdade a cada dia que passa. Um povo que tem de pagar estradas onde nunca andou, bancos onde nunca entrou, fundações que jamais pensou existirem, e, quando pensa nisso, percebe a desigualdade de armas, que sempre existiu, mas agora é a "nu", e sem vergonhas.
    Como é mau de ver, acresce a isto uma enorme insensibilidade no contacto, que assume uma falta de respeito, que jamais deveria existir, porque toda a pessoa é digna, e, na política, tudo o que é dito deve ser justificado, principalmente junto daqueles que possuem os cargos, que como dizia Ronald Reagen, é o povo.      
     Em suma, exige-se mais respeito pelo povo.
 

sábado, 15 de setembro de 2012

Seguro, Acossado e Obstinado

   


    António José Seguro, não me lembro de ver um politico tão fraco nos últimos anos. 
   Desde que chegou ao poder no Partido Socialista, que o seu percurso tem sido fraco, sem soluções e ideias, afundando e tornando omissa uma oposição, que apenas aparece quando "cheira" a poder. Olhar para Seguro, significa olhar para o partido que assinou o acordo de ajuda externa a Portugal, significa olhar o partido que, quando discutiu-se as parcerias publico-privadas, calou-se, tendo vindo agora com uma medida de taxação dessas mesmas parcerias, e pergunto: porque não o fez antes e só agora, sendo uma medida de outro partido, ou seja, copiada ?, significa olhar para o partido que, quando se falou na extinção de fundações, nem uma palavra, defendendo os interesses dos seus camaradas "socialistas" e deixando para segundo plano os portugueses, significa olhar o partido que comungou com o Governo, mesmo sendo as medidas opostas á ideologia do partido socialista, significa olhar para o partido que fala do crescimento e emprego, e, ate ao momento nem uma medida apresentada que fomente essas mesmas politicas. 
   Um António José Seguro que anda a pregar aos portugueses um novo ciclo, mas de novo tem pouco, e representa mais um dos tantos políticos que ambiciona chegar ao poder sem ideias, sem conhecimento dos problemas e da realidade do país, e que, se preocupa mais com o partido do que com os interesses dos país e dos portugueses. Não teve descaramento e, aproveitou a contestação dos portugueses, para tentar fazer uma colagem ao país, por puro "oportunismo politico", tentando aproveitar politicamente o momento de alguma indignação dos portugueses para fazer o que ele por si não consegue, que é apresentar soluções.
   A possibilidade de apresentação de uma "moção de censura", mecanismo constitucional que implica a demissão do Governo, representa uma afronta aos portugueses e uma veemente desonestidade politica e incoerencia partidária, de quem sabe que isso seria um desastre para o país, e que só seria útil para si e para o partido socialista. Mais, tem consciência do fracasso dessa solução, uma vez que necessita de aprovação da maioria dos deputados, mas, como se pode ver, o caminho agora está traçado: o partido socialista chegar ao poder a todo o custo. Mas, eu acredito que os portugueses não sejam estúpidos e tenham consciência de que o país não precisa mais deste tipo de políticos, e deve censurá-los.
   Seguro está acossado e obstinado em chegar ao poder ou em derrubar o Governo, de modo a que sobra pouco espaço para debater as grandes questões nos seus pontos essenciais. 
    Em suma, nada disto seria dito, se nada disto não fosse puro oportunismo politico.
    
 
   

domingo, 9 de setembro de 2012

Sofre-se: eis tudo.






 Foi no ano de 1928, que publica-se no jornal "A Liberdade" o seguinte texto: "(...) o ano de 1928 despediu-se dos portugueses sem deixar saudades. Queixaram-se o lavrador, o industrial, o comerciante e o consumidor tanto das classes mais humildes como das mais elevadas. Mas queixam-se de quem e de que? De ninguém e de nada. Houve um país num enervante mal-estar, cujo local de incidência se não definiu e cujo origem não se determinou. Sofreu-se: eis tudo. "
   Em 1929, deu-se a ultima grande crise, e, o estado das pessoas era o que acabei de citar, onde as classes mais baixas entram em desespero e crescente animosidade, que levou e gerou a desintegração, sendo que, em Portugal essa fase ocorre em paralelo com a instauracao da Ditadura Militar, em 28 de Maio de 1926.
  Actualmente, estamos na Uniao Europeia, a "suposta" união de todos, que em final de 1945 foi procurada e com sucesso implementada, mas, que hoje, luta pela sobrevivência, tentando controlar os paises do sul da Europa, como Portugal, mas sem um plano consistente e de futuro, como Robert Schumann defendeu em 1951, quando a estudou. Ofereceram-se rios de dinheiro aos paises na década de 80 e 90, sem perceber e detectar a sua finalidade, e, por lacunas existentes nesses acordos dessas décadas, não se preveram as consequências, não houve prevenção, e, hoje, pedem-se responsabilidades ao país, e o país pede responsabilidades a todos, sendo que, não consegue encontrar e punir, por falta de vontade politica, aqueles que beneficiaram com o dinheiro obtido da União Europeia, e mais, encontra-se "preso politicamente" para tomar as medidas duras e correctas, optando por ser injusto e obrigar a pagar os que menos rendimentos possuem e que mais dificuldades atravessam.
   As medidas que tem sido tomadas, como a anunciada ontem são simétricas às anteriores, preocupantes e muito graves, sem conseguir ter a coragem politica para cumprir com o que foi anunciado anteriormente, como solucionar os problemas da despesa do Estado, e, obrigar a pagar as pessoas, sendo o caminho fácil, mas perigoso e delicado, porque o limite está à vista, e pode ser desastroso e de desintegração.
   Um país que não encontra o seu caminho, e deixa a cada dia que passa os seus cidadãos perdidos e isolados no meio da incerteza de um tempo cada vez mais nublado e injusto.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

20 Cêntimos pelo Gelo e Limão

    




   Por vezes, há coisas na vida do quotidiano que mais parecem um filme, mas, quando verificamos e tentamos apurar a verdade dessa coisa, percebemos que não se trata de um filme, trata-se de uma pura realidade.
   Desta vez, vou partilhar uma situação que pode acontecer a qualquer um, e, espero que amanhã, se acontecer, se divirtam com quem vos tentou impingir algo do género, como eu fiz.
   Isto passa-se num café. Entramos quatro pessoas no local. O empregado, dirige-se até nós, com tanta vontade de atender-nos como aqueles que recebem o Rendimento de Inserção Social têm  em trabalhar, pergunta o que pretendemos, e, ao qual eu respondo-lhe: "Faz Favor, para mim era uma Coca Cola, com um copo com bastante gelo e Limão, e uma nata". Os restantes e estimados meus colegas fazem o seu pedido, com a delicadeza que os caracteriza, e, após isso, o empregado retira-se.
   Entretanto, chegam os pedidos, e, ao colocar sobre a mesa, diz-me sua excelência, ao dirigir-se para mim: "Olhe que o o gelo e limão custam 20 cêntimos", ao qual eu respondo, com todo o respeito, não o sabendo fazer de outra forma: "Ai custam 20 cêntimos ? Então faça o favor de levar para trás o copo com o gelo e o limão, e, aproveite e leve o prato que suporta a nata, porque a este ritmo, ainda taxam o pratinho no qual vem a nata". O empregado disse-me que não taxavam o pratinho onde vinha a nata e então esse ficou, mas a quem pedir um chá com duas chávenas, taxam 50 cêntimos pela chávena. 
   Este café devia ter escrito a letras grandes à entrada: "Tratamos mal os clientes, mas se já cá tiver dentro, não podemos fazer nada". Tem o nome de "Pérola Jovem", no Porto, e, quando alguém lá entrar dentro, tem de ter cuidado, porque tudo é taxado, e, quase de certeza, que muita coisa é inventada, porque os preços devem vir tabelados, caso contrário, ninguém deve pagar, e, se obrigarem, chama-se a polícia, que eles gostam, e, aproveitamos e convidamos a ASAE, que, se correr bem, até fecham o estabelecimento.
   Porque razão, o cliente, que é quem sustenta o negócio destas gentes, não é tratado com respeito e com consideração ? Porque razão, na restauração, em pleno século XXI, ainda tentam burlar ou enganar o cliente ? Porque razão, na restauração, encontramos demasiados empregados sem profissionalismo e sem saber tratar o cliente, sem ter simpatia para com que lhes paga ?
   Acho que deve haver aposta nos cursos profissionais, inclusive de servir à mesa, e acho que o Ministro Nuno Crato está a fazer um bom trabalho nesse campo, para haver a percepção definitiva nas pessoas que exploram estes estabelecimentos, de que o tratamento e abordagem ao cliente representam cerca de 80% da satisfação do cliente.
   

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Guerreiros do Minho

   


   Uma noite mágica, daquelas que faz qualquer um gostar de ver futebol. Uma equipa que, inicialmente, agradava ao treinador da Udinese, mas que, posteriormente, devia-o ter feito mudar de opinião, porque o Braga jogou e encantou, mereceu ganhar e, mais do que isso, mostrou um excelente futebol, e, dignificou o nome de Portugal. Desde do Europeu, mais especificamente do jogo Portugal-Espanha, decidido nas grandes penalidades, que não se sofria assim, como ontem nos fez sofrer o nosso "Braguinha".

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

iTunes, eBay, Google, Amazon, Wikipedia

 


    Hoje, assiste-se a um virar de página, e, estes são apenas alguns exemplos da revolução de mercado do século, da dita sociedade cada vez mais de consumo. 
    Porque razão hoje me devo deslocar a uma loja de cds quando tenho o itunes ?
   O fenómeno tem tendência aumentar e, é impressionante e fascinante a forma como o mercado mudou e, perceber que uma loja que vende cds tem os seus dias contados e, se a tendência seguir actual, por exemplo, o comércio tradicional desaparecerá, e, teremos a "cidade do shopping", ou parece exagerado? Há quem pense e escreva isto, como por exemplo, Chris Anderson, Investigador em Los Alamos, trabalha na revista "The Economist", explicando que o futuro será vender menos de mais produtos.
   António Câmara, CEO da YDreams e Professor da Universidade Nova de Lisboa afirmou: "A capacidade de escolha de produtos tem sido limitada pelas dimensões das prateleiras das lojas reais, sendo que, a internet criou prateleiras virtuais ilimitadas".
    Lembro um episódio que se passou há uns anos, com o eBay. Estava com uns amigos a jantar no Porto, no famoso "Sr. Ferreira das francesinhas", quando, de repente, na mesa ao lado, estava um senhor a divertir-se com um mini "helicóptero do INEM" telecomandado. Uma amiga estava com curiosidade em saber para oferecer, porque estávamos na altura do Natal. Foi perguntar e a resposta do Senhor foi :"Não comprei em nenhuma loja minha Senhora, comprei através do eBay". Ela foi ao eBay, e tornou-se uma cliente.
    Estamos a entrar numa nova era nunca antes vista ao nível de escolhas, e, parece-me positivo e bom para o consumidor, que tem dois caminhos, o limitado ou ilimitado.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Cultura de Derrota


    Há uns dias, estando com um prezado e estimado amigo, dizia-me, referindo-se aos jogos olímpicos, mais concretamente à participação portuguesa: "oh, mas tens que perceber que eles treinam em condições muito complicadas e contrárias às dos demais países, e só o facto de estarem lá já é muito bom para nós", ao que em resposta eu dizia: " Esse discurso tem algo de racional, mas muito repetitivo, e, hoje ao ligarmos uma televisão, a resposta a uma derrota já tem cassete, e é de conformação, e, um atleta fala para os portugueses como se estivesse a falar para ignorantes, por vezes". Dizia-lhe, pasmado, que, estando assistindo a uma final de canoagem de Portugal, em que estavam 8 atletas a competir, e, tendo Portugal ficado em 6º lugar, diz o comentador :" Excelente, um resultado fantástico para esta dupla, em êxtase, quase abrir uma garrafa de champanhe". Acrescentava, que numa manhã, início dos jogos olímpicos, visualizava as seguintes letras de rodapé de uma televisão: " PORTUGAL ALCANÇA RESULTADO HISTÓRICO NO REMO", pensando que teríamos obtido uma medalha, mas era apenas o 5º lugar.
   Não é um discurso de bota abaixo, porque não faz o meu género, apenas acho que existe uma cultura de derrota pura instalada, e, mal conseguimos um resultado significativo, mesmo que não seja entre os medalhados, aproveitamos logo para instruir as pessoas sobre esse resultado, aparecer em público a reivindicar, como se essas pessoas, que são os portugueses, não soubessem do valor de quem compete e de quem os representa, que sabem e respeitam, como eu o faço. Mas, acho que o mais ridículo e os administradores desta cultura de derrota, em parte, são os jornalistas e os comentadores que estão a cobrir os jogos olímpicos, que, alimentam esta cultura.
   Não aceito esta cultura de derrota, e, aí distancio-me de quem pensa dessa forma, porque se olharmos para a nossa história, somos um país que merece respeito em qualquer parte do mundo, e, esse respeito da história ninguém nos retira, e, orgulho-me de ser português e ter sangue desta gente, e, quando digo isto, acho que devemos tentar estar entre os melhores e lutar sempre para isso, como ainda aconteceu à pouco com o Fernando e Emanuel Silva, que conseguiram estar lá, e, se não conseguirmos, sermos realistas e não sermos uns meros "vencedores da derrota".

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Bashar al-assad





    Está no limite, e, será mais um mártir, numa revolta sem fim, em que os civis são escudos humanos, e, em que, por vezes, a ONU espera e os Estados desesperam, num jogo onde a Rússia, a China e a Síria têm interesses paralelos e protegem um país e um líder que já não tem legitimidade para continuar nas funções de governação da Síria, e, o uso da força internacional será inevitável, num guerra civil instalada, em que atrasar uma intervenção é igual a aumentar o número de mortos civis, que já ultrapassa as 20 mil pessoas, um registo impressionante.
   Por vezes, dou por mim a pensar no colete de forças internacionais, nas relações de poder que regem as relações entre os Estados, e, custa-me acreditar, mas os factos demonstram-no, que os Estados assinem e votem resoluções num casos, e, noutros, como o caso da Síria, vetem até sansões pacíficas, como aconteceu com a Rússia e a China, membros permanente do Conselho de Segurança da ONU. As declarações vindas dos Estados Unidos da América e da França, que com certeza, caíram mal em território Chinês e Russa, são assertivas e coerentes, num momento de urgência, ao segundo.
   As declarações do Chefe do chefe de equipa de supervisão da ONU na Síria, Robert Mood, foram ignoradas, quando disse : " não caminhamos no sentido da paz". E, ouvir a Rússia atacar o Ocidente de apoio aos revolucionários, sem provas e dados concretos, e apoiar um criminoso, vetando qualquer resolução da ONU, preocupam o processo de paz no médio oriente e tornam célere o processo de guerra contínua, e de completa anarquia.
  As pessoas questionam: porque razão houve intervenção militar na Líbia e não existe agora na Síria ? Existe um bloqueio no Conselho de Segurança das Nações Unidas, devido à Rússia e China, que são membros permanentes, e não apoiam medidas de intervenção na Síria, mas existem formas, não exclusivas apenas do Conselho. Existem outras organizações internacionais que podem tomar a iniciativa, passando ao argumento que se trata de uma situação humanitária, que exige intervenção militar, e, também, existem resoluções que permitem recomendações à Assembleia Geral das Nações Unidas, actuando o Conselho de Segurança, de forma subsidiária, para manutenção da paz.
   É patente o bloqueio que existe no Conselho de Segurança da ONU, mas, na minha opinião, como fez noutras situações, se houver vontade de intervir militarmente, existem formas de contornar esse bloqueio, e o único país com capacidade para o fazer são os Estados Unidos da América, que contam com o apoio do Ocidente, tendo Portugal, e bem, já manifestado esse apoio.
 

sábado, 21 de julho de 2012

José Hermano Saraiva




  Aparecia a noticia de última hora, em rodapé :"Morreu José Hermano Saraiva". Foram extensos e intangíveis os momentos centrados e atentos ao ecrã a ouvir o Colega, homem, o Ministro da Educação do tempo de Salazar, o Historiador, o Comunicador Hermano Saraiva. Quantas as vezes, que, ao queremos procurar qualidade e inteligência, a Rtp 2 era a escolha, e os seus programas de História de Portugal serviam um prato de cultura que deixa saudade e vontade de repetir, mas que já não se volta a repetir, porque quem faz o prato já partiu, e, não será fácil recuperar o Know-How, e voltar a reinventar a História.
   Como Colega, não tenho dúvidas que seria um fantástico jurista e advogado, tendo exercido pouco tempo, num curto hiato temporal, mas como Historiador não decepcionou, e foi exemplar. Fez serviço público de televisão, como poucos, e, num tempo onde se discute o serviço publico, como dizia Sophie de Melo Breyner :"Basta olhar", então basta olhar para José Hermano Saraiva.
   

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Proposta Contraproducente

   




   O Deputado Michael Seufert, do CDS, opinando sobre a classe jovem, propõe uma medida sem pés nem cabeça, da qual fico surpreendido por o conhecer e respeitar, mas a qual critico e discordo totalmente.
   Primeiramente, defende: "Entre estar desempregado sem apoio ou com um apoio fraco e ir trabalhar e poder fazer a diferença, acho que era preferível trabalhar". Acho este comentário recheado de um forte desconhecimento da realidade do país e da classe jovem, e começo achar que quem profere uma declaração destas não pode estar no caminho correcto, nem estar a perceber as necessidades da classe, apenas tenciona agravá-las. Conheço pessoas, de diversas áreas, que se deixam de receber no final do mês, entram em situação de incumprimento financeiro e em situação de emergência social, pondo em risco seu sustento e habitação. Continua achar que entre um desempregado com apoio fraco e um que pode ir trabalhar e fazer a diferença, sem apoio, é preferível ir trabalhar ? Acha que fazer a diferença num mês é possível (porque havia uma estimada amiga, que lhe dizia, que ao fim do mês o Senhorio espera a renda mensal) ? Não está a ter um pensamento de divisão de classes, ao pensar desta forma ? Acho que é preciso mostrar o outro lado.
   Conheço pessoas que não precisam de 500 euros ao final do mês, e essas não importam-se de  2 ou 3 anos para trabalhar e fazer a diferença e até pagar para ir trabalhar, como está acontecer, mas aquelas que precisam de 500 euros para pagar as contas ao final do mês, resta-lhes um mês para fazer a diferença ambicionada, e, nesse tempo, é impossível fazer a diferença que refere, apenas é possível fazer a diferença negativa nas contas, e, perceber que embarcando numa proposta como esta, completamente desproporcional, desnecessária e inadequada, seria desproteger ainda mais uma classe, e, aumentar o desemprego e a precariedade. Impressiona-me ouvir declarações destas, quando o Deputado Michael Seufert, sabe tão bem como eu, que, há de um lado e do outro problemas, e não se pode procurar a solução apenas pensando num lado, porque o equilíbrio aqui é fundamental, e, flexibilizar de forma abrupta e sem fiscalização, vai ser perigoso. A exploração da flexibilização e do emprego precário existe, e só não vê o cego, porque infelizmente não pode ver. O Estado deve fiscalizar mais, ou, vai perder o controlo desta flexibilização. Agora também existe pessoas que custam dinheiro aos empregadores, mas essas, neste momento, com a lei laboral aprovada, inclusive pelo PS (ainda existe ? ), não têm uma zona de conforto blindada, e, a qualquer momento, podem ser despedidas, de uma forma mais fácil e competitiva. 
   Em segundo, uma das formas de justificar a flexibilização da lei laboral é tornando público seu exemplo pessoal, não se importando de ficar fora da segurança social : "É provável que a reforma que vou ter quando chegar aos 60 ou 65 anos, se é que vou ter, seja insignificante ". Mais uma vez, não é feliz na explicação e, com uma reforma assegurada da Assembleia da República com apenas 29 anos, um salário elevado de Deputado, uma condição de vida estável, compara-se aos restantes jovens e oferece o seu exemplo para justificar uma questão demasiado complexa e que exige uma análise rigorosa e cuidada. 
   Em último, e, completando a infeliz entrevista que deu, defende um dos elementos mais fracos deste governo, senão for mesmo o mais fraco, o secretário de Estado da Juventude, Alexandre Mestre, defendendo que :"as pessoas têm sair da sua zona de conforto. A nossa geração é do Erasmus e da migração". Infelizmente, já não chegava as declarações infelizes e obscenas do Secretário da Juventude, e, para aumentar o impacto de infelicidade da declaração, o Deputado "Micha veio subscrever e acrescentar, falando por uma geração, que não se revê nas suas palavras, e, com agravante, de ser mais um representante nacional, a convidar as pessoas abandonarem o seu país. Como em outrora se disse, e, foi afirmado por outras pessoas em igual linha de pensamento, quem ensina deve ser o primeiro a dar o exemplo, logo, quem defende a emigração, como defendeu o Secretário Alexandre Mestre deve dar o exemplo e emigrar.
   Termino, esperando que o Governo, quando puder, demita o Secretário de Estado da Juventude, Alexandre Mestre, e, que o Deputado "Micha" volte atrás e pense duas vezes na medida, que a ser possível, teria de ser à sociedade na generalidade, nunca a uma classe, porque para além de estar a fazer uma divisão de classes, dentro da divisão formulada no seu pensamento (classe jovem, adulta, idosa), está a dividir a classe jovem (pobres e ricos), ao fazer esta proposta, que considero, mais uma vez, desadequada e desproporcional da realidade, e jamais, exequível e aplicável a uma classe.

domingo, 24 de junho de 2012

Médio Oriente

 


   Em outrora, urge perceber a revoltas populares que emergiram em países como Egipto, Tunisia, Bahrein, Argélia, Irão, Líbia, Jordânia, Síria, resultado da designada "Primavera Árabe", que detonaram regimes e ditadores como Kadafi e Hosni Mubarak, e , que vai estender-se, porque, na minha opinão, a Síria poderá ser alvo de intervenção militar se continuarem os massacres, tendo vários políticos já afirmado e defendido essa intervenção, entre eles, Shimon Peres, Presidente Israelense, sempre parcial e suspeito. Acho que, independentemente da intromissão de finalidades religiosas nos movimentos populares gerados, é preciso fazer uma distinção entre as pessoas com interesses políticos e religiosos em derrubar os regimes e as pessoas puras, que manifestaram-se com sentimentos de revolta pela opressão, condenação à pobreza, escravatura e instrumentalização dos ditadores sobre seus povos, para atingir seus principais fins.
   Ouvi e li, no momento da queda do regime de Mubarak, no Egipto, as declarações do Presidente do Parlamento Iraniano, Ali Larijani, que passo a citar : "Os acontecimentos na Tunísia e no Egito são uma chamada de atenção para todos os ditadores que permaneceram no poder oprimindo seus povos e ignorando os pedidos verdadeiros", em contraponto com aqueles que relacionam a queda do regime com base na influência do derrube da monarquia iraniana em 1979, que levou ao surgimento do actual regime islâmico, em diversos países árabes.
      Sem dúvida, que estes movimentos foram uma chamada de atenção para todos os ditadores, mas, simultaneamente, foram também uma "porta-aberta" de anos de espera, para radicais islamistas, ligados ao terrorismo, desequilibrados, que envelheceram por esta espera de poder. Lembro-me de ter estado no Centro de Imigrantes Ilegais, no Porto, onde conheci um estimado cidadão Árabe, que, sob um ponto de vista interessante, defendia o seu Estado, e, dizia que lutavam contra os Americanos. Este sentimento anti-americano constitui um das armas principais dos radicais islamitas para chegar ao ao desejado poder.
   Desde a queda do presidente egípcio Hosni Mubarak, ouvem-se relatos de cristãos enfrentando uma onda de ataques islâmicos, incluindo assassinatos, estupros, incêndios a igrejas e intimidação, o que deve ser alvo de atenção internacional, visto que preocupa a discriminação que està acontecer, e, que revela um retrocesso civilizacional, querido por muitos, mas esperado por poucos. Hà um artigo interessante escrito na NewsWeek, designada por "The Global War on Christians in the Muslim World" (A Guerra Mundial contra os Cristãos no Mundo Árabe), onde afirma-se que os cristaos estão sendo assassinados no mundo árabe devido à sua religião.
   Repetido episódio pode acontecer na Síria, com a queda do regime de Bashar Al-Assad, onde recentemente foi noticiado da forte possibilidade de represálias islâmicas. Duvido que, mesmo que haja derrube do Governo, a Síria se torne numa democracia, e, temo veementemente que os radicais, bem visíveis e bem financiados, tornem a Síria num local de culto, estagnem no tempo, acelerem um entre muitos dos seus objectivos: entrar em guerra com Israel e destruam o seu Estado. 
   Perante isto, será que a "Primavera Árabe" representa a reconstrução democrática ?
   Parece haver poucas dúvidas que a resposta é negativa, e, deve ser pensado o apoio a governos frágeis ou a movimentos revolucionários e radicais em nome da estabilidade internacional, visto que em alguns casos, gerou uma instabilidade permanente e de difícil resolução até ao momento. 
   Neste momento, assistimos ao crescente poder do fundamentalismo, da crença irracional, do fanatismo exacerbado, aliado ao radicalismo, e, não deixa de ser curioso e preocupante, que aqueles que iniciaram os movimentos na internet, nos facebooks, são agora alvo de marginalização.
    

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Grécia : Fantasma da Voz

 




   Eu não acredito, mas gostava de poder acreditar e quero poder acreditar que podem aparecer indícios fortes para eu acreditar que existe solução grega. Confuso? 
   Decorreram novas eleições. Protagonistas idênticos, partidos idênticos, negociações idênticas, pessoas a votar idênticas, opiniões idênticas, tensão social idêntica, 1º dia das 2ª eleições idêntico. Sendo assim, porque razão este hiato temporal de divergência entre o Pasok e Nova Democracia?    Gostava de saber o que pensou o Sr. Evangelos Venizelos, conhecedor profundo do Estado do seu país, líder Pasok e antigo ministro das finanças, ao não negociar mais cedo, só agora porquê, quando sabe, mais que ninguém, que tem um povo em sofrimento diário?
    É incompreensível e inquietante a falta de resposta, a falta de clareza, a falta de argumento, a falta de sentido de Estado, a falta de memória, a falta de sensibilidade, a falta de lealdade, a falta de respeito da classe politica grega. 
   Eu não acredito em fantasmas, mas ainda bem que eles existem, porque desta vez, salvaram a Grécia do afogamento, depois das sirenes terem soado interruptamente.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Porta do Cavalo

Desta vez foi o Jorge Silva Carvalho. E os outros, os seus pseudónimos 
   São 23:16 , e, se nos deslocarmos ao casino Estoril ou ao bar do Hotel Ritz, em Lisboa, encontramos o Senhor que mandou colocar o Jorge no SIED, lhe disse o que precisava, quanto pagava e o que fazer quando decidir, e, mais determinante, que havia uma garantia: emprego, que, mais tarde se comprovou, com a transferência, anteriormente acordada, para a empresa "Ongoing".
A famigerada "Porta do Cavalo" voltou, mas   não estava ?

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Sampaio da Nóvoa

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Retrato dos Tempos





   

domingo, 27 de maio de 2012

CASO







    A CASO (CATÓLICA SOLIDÁRIA), comemorou o seu 10° aniversario de existência, e não podia deixar de estar presente. 
   Iniciei o meu caminho nesta casa em 2007, e, desde do Projecto "Porto de Futuro", passando por vários outros projectos, sendo o ultimo, este ano, no IPO/ Hospital São João, no Porto, onde, juntamente com a Associação "Acreditar", temos um projecto junto das crianças com cancro. 
    Apraz-me salientar a Patrícia Gouveia, divulgado publicamente que, a partir do próximo ano, deixa a presidência da instituição, dar lugar a outra pessoa, e, porque entende terminar um ciclo, depois de uma obra extraordinária, de quem viveu de alma e coração para este projecto, não posso deixar o meu agradecimento especial, pela pessoa, a quem estarei sempre grato e amigo. 
    A CASO fez de mim alguém que sabe abraçar e lutar, com apenas um recurso: o humano.

sábado, 12 de maio de 2012

Grécia : Luta surda pelo poder





   Mais uma vez, ao pensar na Grécia, penso na Europa de Schuman, e toda a sua ideia para a Europa, surgida no pós II Guerra Mundial, depois do fracasso da Sociedade das Nações, porque se em tempos, no seu início, os seus líderes procuraram, e bem, a união dos Estados, actualmente, essa união foi colocada para segundo plano, pensando-se que era uma obrigatoriedade. Se olharmos para a história, e em todo o período anterior a 1945, à II Guerra Mundial é perceptível que a união com os Estados sempre foi um desafio tremendo, em casos mesmo impossível, porque os Estados regem-se por relações de poder, e, mesmo o Estado supostamente “fraco” tem o poder, mais que não seja, dos seus cidadãos. 
O que se está a passar na Grécia, o resultado das eleições foram uma resposta à Europa. A resposta da Europa, foi, mais uma vez, o silêncio, a incapacidade de reagir, de analisar, de decidir, de prever, de agir. Ouve um silêncio geral relativamente aos resultados eleitorais, mas foram eleitos 19 deputados Nazis, e a segunda maior força foi o extremismo de esquerda, que se aproxima para ganhar uma próximas eleições, caso não haja consenso para formar Governo. Tenho poucas dúvidas, que em outrora, e, sabendo que paz estava em causa, jamais haveria um país assim na União Europeia, como foi pensada. 
Acho que, a Europa vai ter de ser pensada, e, se continuar com os comportamentos de indecisão, ameaças e de distanciamento dos seus Estados, não vai aguentar-se, porque, se assim se suceder, entre os países do Sul da Europa, onde se inclui Portugal, a tensão social vai aumentar, e, poderá crescer e surgir movimentos radicais e extremistas, resultado dos desmembramento, essencialmente, da classe média, e da classe jovem, com qualificações. Se lembrarmos, e nos colocarmos em 1950, no regime de Salazar, importa frisar que um ciclo marcante, em parte decisivo no seu derrube e que lhe tirava o sono era a oposição universitária, que bem conhecia. Eu gostava de ver a Europa falar para os cidadãos, e, devia falar para os cidadãos gregos, e, evitar fazê-lo com os seus políticos, porque, politicamente, a Grécia é um caso de polícia e o seu povo está a ser enganado, e assiste a uma luta surda pelo poder, de políticos que única e exclusivamente olham para os seus interesses pessoais e, jamais pensam no seu povo. Alguém acha que um grupo extremista de esquerda ou radical pensa no seu povo ? Alguém reparou numa medida da esquerda radical, a não ser a declaração de incumprimento? Agora, vai assistir-se a um recital de demagogia da esquerda radical, um vale tudo para atingir o poder, e, claro, não fosse de esperar outra coisa, o discurso que “a Europa é a culpada” será o seu trunfo, de uma Europa que se pôs a jeito, diga-se. E, mais, adianto, e expresso a minha censura, por aqueles que, quando exerceram o seu direito de voto, democraticamente, o fizeram para pedir que retirassem esse seu direito. Quem vota num partido Nazi deve ter vergonha e ser censurado de todas as formas, porque houveram pessoas que combateram e morreram a lutar para que os cidadãos gregos pudessem votar e decidir o futuro do seu país, tivessem voz, e, querer voltar atrás é de quem não tem memória e é a resposta, a uma Europa, que é mais que os seus líderes actuais, e, que, na minha opinião tem culpa, porque deixou que o povo grego se iludisse e pensasse que o problema é da Europa, que ainda pensam, e de forma errada, mas o seu problema é interno.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Eleições na França

  
 Robert Schuman



   A Europa está em crise, e o remédio tarda em chegar. Robert Schuman, o "pai da Europa", quando a pensou, não imaginava que a Europa unida e servidora da paz que tanto ambicionou, inclusive escreveu na sua declaração em 1950, estivesse tão isolada.
   As eleições em Franca devem ser analisadas com cuidado e sem champanhe por perto. Sarkozy cometeu erros graves e, principalmente, a guerra com os seus cidadãos em detrimento da união franco-alemã determinou o seu fim. Impressionante, como Hollande teve apenas 52,0 % dos votos nesta segunda volta, contra 48, 00% votos. Poucos dias antes das eleições francesas, tinha falado com uma amiga que votou em Hollande e dizia-me : "Sarkozy quer retirar-nos tudo o que construímos, não temos futuro com ele. Quer aumentar idade da reforma, quer aumentar preços dos produtos, aumentar impostos, retirar benefícios na Educação para os jovens (...)". Curioso e, acho que foi mais um erro determinante de Sarkozy, e, acho que tem sido um erro dos políticos na Europa, e, Passos Coelho está a cometer em Portugal e pode ser fatal : esquecimento da classe jovem. Hollande aproveitou essa lacuna deixada pelo seu adversário, mas apenas fez aproveitamento, porque tudo o resto é demagogia, pura e simples. Estou curioso, e espero não assistir a um golpe de demagogia clássica, para ver exequibilidade nas seguintes medidas propostas: imposto sobre transacções financeiras, aumento dos tributos pagos pelos bancos, introdução de duas novas e altas taxas de impostos e criação de 150 mil empregos.   Sarkozy parecia mais um politico alemão que um politico francês, e, isso paga-se com dureza e deslealdade na politica. Outrora, outros tempos, veementemente, dizia-se: o povo amanhã esquece, o povo não tem memória. Hoje, o povo tem memória.
   Preocupa-me, de forma séria e responsável, o crescimento do extremismo e do radicalismo, e uma nova forma de Europa, que está a crescer, e, na minha opinião, existe muita cegueira na classe dos políticos na Europa. Defendo há muito tempo que a politica e os seus agentes estão a fazer a cama onde um dia se vão deitar, e, o crescimento de Marine Le Pen em Franca (extrema direita, visível no quadro), que, em poucos anos será a Presidente da Franca, e, a revolução na Grécia, com radicalismo instalado, deve fazer pensar toda a Europa e, ou há travagem deste novo ciclo, ou, em breve a Europa de Shuman terá o seu fim.              
   

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Miguel Portas

 



   O Miguel, para mim, fazia parte de um grupo de políticos, que ainda existe, restrito, com valores, princípios e uma educação sublime no trato e na maneira como lutava por aquilo em que acreditava. Gosto imenso da sua mãe, Helena Sacadura Cabral, e tenho estima pelo seu irmão, o Paulo.
   Os valores de uma pessoa faz a diferença, e, o Miguel era portador de um conjunto de valores que permitiam construir as suas ideias e saber respeitar as outras com as quais divergia. Escreveu :"Quero poder olhar para trás e dizer: terei feito algumas asneiras, mas no conjunto posso partir, lá para onde for, com tranquilidade". Eu divergia com o seu pensamento e ideias, mas isso representa saber viver em democracia e saber ouvir os outros, significa democracia na sua plenitude. Percebia a essência de fazer politica e, caminhava na estrada do seu pensamento, sem excluir dessa estrada outras pessoas que, pensassem de forma diferente, porque pensar diferente é um dos pilares de uma democracia, pela qual lutou.
  
   
   

Antes- 25/04/1974 -Depois





Nós somos a história, e, lembrar o 25 de Abril de 1974 é lembrar o que somos, é lembrar um dia que nos devolveu a liberdade, um valor fundamental. Se hoje posso escrever e, discordar, com fundamento e critica, de politicas, de pessoas neste blogue, isso deve-se a ter liberdade de expressão, que antes tinha o nome de censura. Ouço uma minha tia minha com 90 anos, por quem nutro significativa consideração e respeito, que me descreve, a dificuldade num tempo de divisão de classes, onde o principio da igualdade era uma utopia, a progressão no estudo tinha limites, falava-se numa quarta classe como meta, e, nem toda a gente estudava, era um flagelo da censura. Não havia um direito ao ensino, habitação, a saúde, liberdade imprensa, de consciência e culto, associação de escolha profissão, emprego, a justiça. Não havia liberdade de aprender, e, pensar num tempo sem direitos tão fundamentais, como o simples direito de um pobre que tinha uma vontade imensa de aprender e progredir, antes não podia, ficava-se e resignava-se pelo aquilo que era, pela etiqueta que a sociedade lhe colocava quando nascia, reduzia-se ao seu plebeísmo. Abril de 1974 possibilitou-nos visualizar as pessoas como portadoras de uma dignidade humana, hoje consagrada no artigo 1.º da Constituição da Republica Portuguesa, uma dignidade estendida a todos os cidadãos. Mas, pensando nessa mesma dignidade humana, acho que devemos evitar perder direitos pelos quais lutamos anos para conquistar, como, por exemplo, lembro o direito de aprender, que deve continuar a ser financiado, porque quero continuar, enquanto viver, a ver um "plebeu" poder subir na vida através do ensino e do trabalho, e ser respeitado por esse seu progresso social. Muitos morreram sem conhecer a liberdade, somos uns privilegiados. Honrar Abril é lembrar e respeitar uma madrugada, e, estamos hoje aqui, porque existiu essa madrugada de Abril de 1974.