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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Um longo caminho para a liberdade: parte 19




Nelson Mandela




"Quando recebi o mandato de proscrição faltava um mês  para a realização da conferência do ANC do Transval e já tinha terminado o esboço do meu discurso presidencial, que veio a ser lido publicamente por Andrew Kunene, membro do executivo. Nesse discurso, que depois ficou conhecido como "O difícil caminho para a liberdade", uma expressão retirada de Jawaharlal Nehru, eu afirmava que as massas tinham de ser preparadas para novas formas de luta política. As novas leis e tácticas adoptadas pelo Governo tornavam as velhas formas de protesto - reuniões públicas, comicíos, declarações à imprensa - extremamente perigosas e autodestrutivas. Os jornais não publicavam as nossas declarações as tipografias recusavam-se a imprimir os nosso folhetos, tudo por medo de repressão ao abrigo do Suppression of Communism Act. Estas novas circunstâncias exigem a evolução para novas formas de luta política. Os velhos métodos tornaram-se suicidas".



Nelson Mandela, 1954.

domingo, 19 de outubro de 2014

BES - Parte VI











   O Jornal Sol avança que afinal toda a gente (cita-se aqui essencialmente Presidente da República, Governador do Banco de Portugal e Primeiro-Ministro) sabia da situação do BES desde 2010. Mas afinal a questão continua a mesma: Quem não sabia?
   Após o aumento de capital, em que todo o mundo elogiou e com dados (parecem agora falsificados) para isso, quem estava à frente do banco vinha assegurar novo aumento de capital e, o mais impressionante (foi aí que se percebeu que vinha a "tempestade") foi o Governador do Banco de Portugal vir defender esse aumento de capital, afirmando que haviam interessados (devem ser os mesmos que continuam agora interessados no Novo Banco serão? serão aqueles que pediram ao banco para colocar o idioma "mandarim" no BES Net, que agora é Novo Banco Online, e que afecta-lhes tanto a queda do BES ou do Novo Banco como aos portugueses a crise na Ilha de Espargos), esquecendo-se que os que teriam participado nesse aumento de capital jamais passado um mês investiriam novamente, porque não é uma situação normal, muito menos transparente. Sim porque não se pode esquecer que a recomendação para "comprar" do Presidente da República não terá sido por acaso, nem esta dos "interessados" que o Carlos Costa (Governador Banco de Portugal) tornou público, bem como a de Vítor Bento, que proferiu mal foi constituído o Novo Banco, afirmando que ele próprio teria (porque não acredito) aberto conta e transferido todo seu dinheiro para o Novo Banco. Não terá havido aqui uma concertação, que na verdade, enganou a opinião pública, e mais grave, os accionistas para tentar numa espécie de "vale tudo" aguentar o Banco e o famoso esquema de pirâmide por ele produzido ? Até que ponto a Gestão do BES estaria sozinha nisto?
   A comissão parlamentar de inquérito ao BES, que diga-se que estas comissões têm poderes de investigação idênticos aos das autoridades judiciais, só pode ter duas saídas: ficar tudo na mesma ou apurar responsáveis (alguns são políticos e estão no activo e há factos disso que ainda não são públicos mas chegarão à opinião pública em breve). Apurando responsáveis (lembrando que em Portugal é pouco provável acontecer), imediatamente o BES desaparece por completo (que ainda não aconteceu) e o Novo Banco acabará por cair e desaparecer igualmente.