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quinta-feira, 28 de julho de 2016

Imoralidade das Sanções



Jeroen Dijsselbloem



   Vivemos tempos de indecisão política, nomeadamente na Europa, onde ninguém lidera, mas tudo quer ter opinião. Mas, quando a indecisão política se transforma em irresponsabilidade política, tudo muda e ou os Estados reagem ou, mais cedo ou mais tarde, algo acontecerá.
   Portugal cumpriu um programa puro e duro de austeridade durante anos, e, e um dos autores deste programa foi Bruxelas, que, sempre foi defendendo Portugal das medidas tomadas e elogiando o seu comportamento, apelidando mesmo de "bom aluno". Agora, devido ao défice excessivo, Bruxelas preparava-se, de uma forma absurda, incoerente e imoral, aplicar sanções a Portugal e Espanha, num jogo de perigo eminente, onde não estava em cima da mesa apenas a questão política, mas também nacional, e, poderia ser uma jogada classificada de alto risco, com consequências imprevisíveis. 
   E se isto já era um absurdo, ouvir declarações como a do Presidente do Eurogrupo, o Senhor Dijsselbloem, afirmando que se encontra "desapontado por não haver sanções a Portugal e Espanha" demonstra bem como vai esta Europa, e que tem os dias contados (pelo menos o seu modelo de gestão), uma vez que não acredito que os Estados aguentem por muito tempo estas imposições de pessoas sem credibilidade alguma e que apenas vivem diariamente no jogo da especulação financeira, onde se torna fundamental alimentar este clima e continuar a ver os países do Sul da Europa como uns despesistas e todos os outros uns bons exemplos. 
    Uma Europa que discrimina uns Estados em prol dos outros (veja-se o caso da Franca, que tem um défice enorme, mas por ser a Franca, nem sequer se falou em sanções), é uma Europa falida intelectualmente, que jamais vencerá os Estados, porque no dia em que o tentar fazer, a questão deixará de ser política e aí será o fim da Europa que já sonhamos, e que está longe do sonho.
   Uma palavra de apreço para o nosso Presidente da República e Primeiro Ministro, que sempre tiveram um comportamento nacional, de defesa dos interesses nacionais, e que não se vergaram perante uma Europa que cada vez menos defende os Estados por igual.



quarta-feira, 20 de julho de 2016

Turquia, a ambição Otomana

Osman I, fundador da dinastia Otomana



    A dúvida irá sempre prevalecer: tratou-se de um verdadeiro Golpe de Estado o que se passou na Turquia no dia 18 de Julho?
   Não é por mero acaso que a Turquia nunca conseguiu entrar na União Europeia, apesar das inúmeras tentativas aos longos dos anos, e, agora, talvez tenha sido a estucada final. Erdogan, o Presidente da Turquia, não chegou ao poder por acaso, nem esteve na prisão por uma questão de injustiça social. Se não se tivesse suspendido o processo da adesão da Turquia à União Europeia, estaríamos aqui perante um dos maiores problemas do nosso tempo, e com o perigo iminente de termos um ditador a ascender na Europa, sendo que certamente as suas aspirações seriam estar perto da liderança, como sempre o fez na Turquia, até chegar ao poder. 
   O recente golpe de Estado fez perceber que o tempo de negociações da União Europeia com a Turquia foi tempo perdido, e que o autoritarismo e a repressão exercida sobre os golpistas pelo Governo revelam que é um regresso ao passado, a um passado tenebroso, onde existem duas máscaras: a máscara do que se diz e a máscara do que realidade se faz. Erdogan sempre defendeu a Europa, e nas negociações levadas a cabo com a União Europeia prometeu respeitar as liberdades, e mal suspenderam-se as negociações, quebrou tudo o que disse e não quis saber mais disso, começando a revelar-se, e a colocar o autoritarismo, lado a lado com a implementação de uma ditadura camuflada. Sinceramente nunca se soube muito sobre estas negociações e a entrada da Turquia seria uma miragem, porque, por exemplo, como se chegaria a entendimentos na questão nuclear do Irão ou no conflito Israelo- Palestiniano, quando a U.E tem posições completamente distintas? A Turquia tem uma linha de proximidade com o mundo Islâmico, e com os antigos territórios do império Otomano, e as relações com Israel seriam sempre um problema para a U.E.
   Neste Golpe Estado, Erdogan ordenou (se já não estava combinado) a decapitação dos insurgentes e golpistas, tendo sido mortas quase 200 pessoas e perto de 5000 mil foram para a cadeia. E já veio afirmar publicamente que quer a pena capital para os Golpistas, a bem ou a mal.
   Mas, continuamos sem saber se se tratou de um Golpe de Estado, porque como é possível ter sido preparado de forma tão mal? Como é possível um exército (dos maiores da Europa) como o Turco ser facilmente dominado em menos de 10 horas e apenas ter feito o Golpe em duas cidades, esquecendo todo o restante território?
   A Turquia vive em busca do regresso da ambição otomana, de recuperar a influencia no Sudeste Europeu e no Médio Oriente de outros tempos e, não descansará enquanto isso não for uma realidade.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Valência



Cidade das Artes e Ciência



   Valência é a minha cidade nestes próximos tempos, e, espero poder desfrutar da cidade e conhecer toda a sua envolvência, que é isso que me fascina pelos sítios por onde passo. Estou aqui em trabalho, através da Comissão Europeia, e o pouco que já vi revela uma cidade muito simpática e encantadora. Os meus primeiros dias aqui foram passados em trabalho e no hotel, mas mal pude ter um tempo livre tive oportunidade de visitar a cidade através de um colega de trabalho, que me levou ás zonas das praias mediterrâneas e a sua gastronomia, à Catedral de Valência, à cidade das artes e ciência, ao museu Príncipe Filipe, passando pelo Oceanário, bem como explicando alguma da sua história, que é muito rica, uma cidade fundada pelos Romanos, tendo sido, por curiosidade, a primeira cidade da península ibérica. Tem um clima de imenso calor, onde por exemplo agora estão 36 graus, e à noite no Verão estão sempre perto 30 graus ou mais, sendo um clima húmido, com ventos quentes, e nem um sinal do Atlântico, a não ser se ligarmos o ar condicionado. Do que já vi, é uma cidade muito bonita, e tendo já visitado todas as principais zonas de Espanha, principalmente Barcelona e Madrid, Valência consegue ser diferente e ter um carisma próprio.

   
   

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Orgulho Português :)








   Foi em Espanha, em Valência, ao lado dos meus amigos Sírios que vivi o dia 10 de Julho de 2016, dia em Portugal foi consagrado Campeão da Europa. 
   Antes dos dia 10 de Julho, já tinha constatado que Cristiano não era amado aqui em Espanha, mas nunca pensei que chegassem ao ponto de não o respeitar. Tudo começou dias antes da Final, onde quando percebiam que era português, começavam logo a dizer mal de Cristiano sem sequer lhe perguntarem nada. E ouve um daqueles Espanhóis sem muito discernimento, que se vira e diz: "O Cristiano é um chorão, e espero que a Franca ganhe, não quero que Cristiano ganhe". E eu disse-lhe: "Mas ouviste o que a Franca disse de Espanha quando esta saiu do Euro, ouviste os insultos que vos fizeram e, para além disso, como é possível não gostarem de um jogador que tem feito história aqui no vosso país e todos os anos eleva o vosso futebol como nenhum outro?". Mas, infelizmente são poucos os espanhóis que reconhecem isso e no dia da final, quando chegou a hora do jogo, fiquei completamente surpreendido com a mentalidade da maioria dos espanhóis e a forma como queriam que a "Francia" ganhasse.
   Ver o jogo rodeado de centenas de espanhóis e no meio disso, ter dois amigos Sírios comigo a torcer por Portugal, como se da sua nação se tratasse, foi algo emocionante e que ficará marcado na minha memória. Ainda o jogo não tinha começado, e um dos Sírios diz-me: "Eles são assim, mentalidade estúpida e não gostam de Cristiano por ele ser o melhor, é inveja. Eu adoro Portugal, adoro Fátima e quero ir mal possa ao vosso país". Isto foi dito por uma pessoa que teve de fugir da Síria para sobreviver, e foi mais um que sobreviveu vindo num daqueles barcos que todos vemos nas notícias onde morrem milhares sem ninguém fazer nada. Pessoas humildes, de um trato soberbo, trabalhadoras e que são como qualquer um de nós. Mas quando pensava que era apenas um que conhecia, gostava e admirava o nosso país, eis que ouço outro amigo dizer que tinha o sonho de visitar Fátima, e aí percebi que há algo que eu passava admirar nestes amigos, que era a sua fé, e a forma como demonstravam a felicidade ao falar do nosso país, e principalmente de Fátima. 
     Eramos poucos mas bons, e conseguimos calar centenas e milhares de Espanhóis e Franceses que estavam torcendo para que a "Francia" ganhasse. 
     Ganhamos contra tudo e contra todos. 
     Somos Campeões da Europa e a Franca é Campeã das críticas (prémio merecido). Um bem haja e uma palavra de apreço principalmente para os portugueses que vivem em Franca, que nunca viram os seus esforços reconhecidos pela nação Francesa, e, acho que a Franca tinha obrigação de ter mais respeito pelos portugueses.
   O que fica? Fica que Portugal é uma grande nação, admirada por muitos, que tem um grande coração, onde cabem todos aqueles que nos querem bem e que gostam de nós.
   Viva a Portugal. 

   Campeões da Europa 2016 :)



sábado, 9 de julho de 2016

Arrogância Francesa






   Não sou, mas se fosse Francês, tinha vergonha de o ser. O comportamento da imprensa Francesa desde do primeiro dia do Euro 2016 acerca de Portugal tem sido indecente, estando a ser simpático na adjectivação. A forma como criticam Portugal e a falta de respeito são intoleráveis. Uma coisa é termos uma opinião e proferi-la dentro dos limites da boa educação. Outra coisa é proferir uma opinião e faltar ao respeito a um país, a uma nação, que tem milhares de portugueses a viver residentes em Franca, a quem Franca deveria respeitar e utilizar outra linguagem. Ainda a bem pouco tempo, aquando dos atentados em Paris, se houve nação que deu o exemplo de solidariedade e ajuda, foi a Portuguesa, e nem isso atenua esta arrogância insuportável. Mas a educação não se compra, ou se tem ou não se tem, e infelizmente, estas críticas sucessivas são provenientes de Franceses arrogantes, mal educados e ignorantes. 
   Amanha, na final do Euro 2016, a Franca deveria perder, mas perder por muitos, para vermos se estes papagaios mal-educados Franceses deixavam de berrar e dizer asneiras, e aprendessem a falar.