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terça-feira, 30 de agosto de 2016

Sir Markus Luttrell






   Os Estados Unidos da América coleccionam histórias de bravos soldados que, por sorte, cá ficaram e sobreviveram a autênticos milagres. Esse milagre aconteceu com o Seal Markus Luttrell, que tem uma história de sobrevivência absolutamente fascinante e que, mais uma vez, demonstra que os milagres são possíveis de acontecer. Em 2005, numa missão no Afeganistão para capturar e eliminar um dos líderes dos talibas, Markus foi um dos Seal que foi destacado, e, juntamente com mais 3 Seals (ao todo eram 4), viram sua missão abortada porque não mataram dois homens que os descobriram num esconderijo nos montes onde estavam os talibas. Foram perseguidos por mais de 200 talibas (eram cerca de aprox. 200 talibas para 4 americanos) , e de uma forma incrível, Markus, inicialmente com ajuda dos seus 3 camaradas e depois (destes terem sido mortos), com ajuda de moradores de uma aldeia chamada Pashtun ,conseguiu enganar o destino e sobreviver a algo que parecia impossível de fugir. 
   Por vezes, esquecemos que estes são os guardiões de um tempo, um tempo que nos pertence, e que nos querem tirar. Esta pode ter sido uma missão falhada, mas o lado certo era o de Markus e os seus bravos soldados americanos que com ele permanecerem em defesa do país e de "uma parte" do mundo até à morte. 
   
   

domingo, 21 de agosto de 2016

Mesa portuguesa no MPLA


Congresso do MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola)



   Está a gerar polémica as declarações de Hélder Amaral do CDS, que foi o eleito (não a primeira escolha) a ir ao congresso do MPLA em Angola. O mesmo disse "que o seu partido está muito mais próximo do MPLA e tem, agora, muitos mais pontos em comum”. Isto criou uma divisão natural no partido e na opinião pública, que se estendeu aos demais partidos, que também fizeram-se representar no congresso, e, com altas figuras. E a questão que se coloca é: Manter o diálogo ou jantar à mesma mesa?
   Posso dizer que nunca vi um tema em que haja tanto medo de proferir opinião como o tema de Angola em Portugal, e digo isto, porque já assisti a conferencias, já ouvi figuras de relevo da sociedade falarem sobre o tema, e, existe um "medo" generalizado, que vem sobretudo do crescente poder económico de Angola e da sua forte presença em Portugal, que se estende aos principais sectores estratégicos. E se esse medo tem situações e acontecimentos que o comprovam, ou todos já esquecemos o que aconteceu a José Pacheco Pereira pelo artigo que escreveu no jornal "O público" sobre Angola ou a determinados jornalistas pelo mesmo efeito, por outro lado, continuarmos a fechar os olhos ao que se passa e ignorarmos o que nos rodeia pode ser perigoso e ter efeitos nefastos a longo prazo.
   O discurso de todos devemos manter o diálogo com Angola nunca esteve em causa e essa é uma justificação já "gasta" usada pelos partidos políticos. Mas alguma vez quebrar o diálogo esteve em causa? Manter o diálogo é diferente de jantar à mesma mesa, e quando se janta à mesma mesa, como fizeram maioria dos partidos políticos portugueses, isso significa que pactuam com a política do MPLA, que é tudo menos uma democracia. 
    E o mais grave, é ainda ouvir um representante do CDS proferir tais palavras, que certamente serão atenuadas por aqueles que se sentam na mesma que ele (aqueles que fazem parte da direcção partido e o enviaram ao congresso) , serão ignoradas por outros (aqueles que não podem discordar publicamente) e alvo de discorda pela maioria (aqueles que ainda respeitam os valores do partido).
   Bem, aqui, talvez quem tenha beneficiado com isto tenha sido o Bloco de Esquerda, que foi o único partido que não se juntou à mesa portuguesa no congresso, por de forma tão simples, ter dito a verdade: "considerar o MPLA uma ditadura". 


"Eu votei e votava Berlusconi novamente João"





   Conhecer e conviver diariamente com uma Italiana já tem o seu próprio desafio, mas quando descobres que ela é uma adepta fervorosa de Berlusconi, aí ainda maior se torna o desafio. Podemos considerar Itália um país "querido" para nós portugueses, e acho, mais que não seja, por fazermos parte aqui do Sul da Europa e estarmos a navegar nas mesmas águas e acomodados na mesma embarcação (embora em quartos diferentes), que para já, pouco sabemos para onde nos levam, a não ser que enfrentaremos mais umas tempestades, enquanto, ansiosamente e juntos, esperamos pela bonança, e jamais perdemos a esperança.
   Disse-me: "Jamais votaria noutra pessoa que não Berlusconi em Itália João". Filha de um dos maiores empresários do ramo alimentar em Itália, disse-me: "Berlusconi sempre ajudou as empresas, e quando ele saiu, houve uma ruptura drástica com essa política e isso afetou muito a Itália, e se olharmos, não está melhor nem para lá caminha". Se para muitos é surpresa ou para outros normal, em Itália o fato de Berlusconi estar sempre sempre associado ás empresas, criou quase que um "costume" obrigatório um seu sucessor ser um inversor dessa política. 
   A verdade é que Itália depois da saída de Berlusconi ficou um país dividido, e, até agora, a solução encontrada na pessoa de Matteo Renzi ainda pode não ter sido a ideal. 


Victor Kuppers: Importância da Atitude

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Terrorismo Salarial



Convenção da Sociedade Anti-Escravidão em 1840




Um grande artigo do Bernardo sobre o "terrorismo salarial em Portugal", de leitura obrigatória. Já o disse várias vezes Bernardo, e acho que ninguém quer sequer debater o problema, e, esta foi, é e continuará a ser uma forma de "escravidão" moderna (uma nova rota de escravos), mais que terrorismo salarial, que se ninguém travar, poderá reduzir e fazer regredir Portugal, porque não é esta a forma de dinamizarmos a economia e potenciar o crescimento económico, e como dizes, e bem no texto, lá fora falar de que há gente em Portugal que trabalha/estagia e não recebe nada é algo de valentes gargalhadas, muitas vezes, na maioria, não acreditam mesmo que isso seja possível. Parabéns pelo texto que se segue.


"Todos os dias, em Portugal, é praticado um tipo de terrorismo, não associado ao que o mundo nos tem acostumado a ver, mas nem por isso menos grave. Quem opera e coordena as acções “clandestinas” são, na maioria das vezes, lobos não solitários. A sua arma preferida é o estágio não remunerado, uma técnica lenta e dolorosa que a longo prazo trará consequências nefastas para um país em declínio. Estágios não remunerados. Um conceito que se inventou e que eu sempre detestei. Um mês, dois meses, três meses, seis meses à experiência, sem remuneração. Pior é que este processo se sustenta, em muitos casos, na mentira. Uma esperança alimentada ao longo dos meses de trabalho (não pago!) de que haverá, eventualmente, repito, eventualmente, uma remota possibilidade de ficar como efectivo caso a pessoa em questão tenha uma boa performance. Esta é a chave para alimentar a farsa e “obrigar” as pessoas a sujeitarem-se aos meses de trabalho não pago, estabelecidos "a priori". Sem se aperceberem estes terroristas, estes lobos, estes chefes, assassinam o entusiasmo e o espírito empreendedor. Deixam cair por terra o esforço de anos de trabalho de alguns pais que lutaram para dar uma educação melhor aos seus filhos. Descredibilizam o ensino, os cursos, as universidades. Mais grave, descredibilizam o valor de quem quer tanto vingar que se dispõem a trabalhar sem ser pago. Claro que todo este terror é também ele sustentado pelos próprios estagiários que, com efeito, se sujeitam a estas condições animalescas, a esta exploração, a esta falta de respeito. Pior do que tudo é pensar que estes lobos têm uma solução pacífica para os seus problemas chamado “estágio IEFP”. Só que para muitos, ainda que o gasto seja pouco, há um gasto. Algo que se pode evitar aproveitando a fragilidade de quem se sujeita, havendo sempre na cartola a frase feita: “Não queres ficar, não fiques. Como tu, há mais 20 mortinhos para entrar.” E é verdade, há mesmo! Por isso é que muitas vezes, quando terminado o estágio se recebe apenas uma palmadinha nas costas e um (às vezes nem) obrigado. É uma espiral recessiva e sem cerimónias. Não se pode aceitar mais o trabalho não pago! Aceitá-lo é tão vergonhoso como a sua própria existência. Falar com qualquer europeu e dizer-lhe que a maior parte dos jovens portugueses se sujeita ao estágio não remunerado é proporcionar-lhes uma valente gargalhada. Gargalhada essa que pode durar toda a noite se mencionarmos aqueles que ainda pagam para estagiar (Como é possível?). “E assim se vive em Portugal”: enquanto uns brincam aos políticos e quem vai mandando manda mal, os portugueses esquecem a importância destas “pequenas” coisas como um jovem trabalhar oito horas por dia e não ser compensado como qualquer outro funcionário. De facto ninguém debate este assunto. Onde estão os partidos políticos? Os estagiários são quem um dia pagará contas, impostos e sustentará Portugal. Se nos esquecermos de lhes transmitir uma boa escola de início, o cenário poderá ser ainda mais desastroso do que aquele em que vivemos. O estágio não remunerado é uma prática de terrorismo extremamente perigosa. Devagar e silenciosamente vai destruindo o país. É preciso travá-lo, dar-lhe a atenção que merece e, sobretudo, arranjar medidas e soluções para o aniquilar".


In Jornal Público, 12-08-2016.


domingo, 14 de agosto de 2016

Marcelo Intangível


Marcelo Rebelo de Sousa



   Quando votei em Marcelo Rebelo de Sousa votei a pensar que seria um Presidente diferente, distinto do seu sucessor e que essencialmente marcaria um tempo e uma forma de fazer política diferente em Portugal. Nunca duvidei que seria diferente, e ver que nos últimos anos em Portugal, foi talvez dos únicos a manter-se igual a si próprio antes e depois das eleições é um motivo de contentamento para todos nós portugueses. Claro que no meio deste "euforismo" presidencial saudável, há sempre quem não viva bem com isso, e, não faltam críticos desta forma de fazer política, vindos de vários quadrantes, mas para esses resta a resignação e a luta infrutífera de mudança, porque acredito que cada vez mais este será o caminho. A política faz-se para as pessoas, porque são elas indirectamente quem tutelam os cargos políticos, e esta imagem de Marcelo abraçar e a confortar um popular revela respeito pelas pessoas e que a política também se faz ali, numa palavra, num gesto ou simplesmente num abraço.