António Guterres |
António Guterres merece o elogio de todos, essencialmente dos Portugueses, pela excelente campanha e representação de Portugal na candidatura a Secretário Geral das Nações Unidas. Tive oportunidade de assistir à maioria das suas intervenções e foram muito boas, com um discurso transparente e com qualidade, de quem percebe que um próximo presidente tem de ser um congregador de forcas, e, conseguir enfrentar os desafios globais com que nos deparamos, sendo um dos maiores o dos refugiados, onde tem 10 anos de experiência no terreno. Mas, mesmo após ter vencido 4 votações secretas para o cargo, pode não ser suficiente, porque os votos que irão decidir serão os dos membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas (E.U.A.; Reino Unido; Rússia, Franca e China). A Rússia já veio dizer que quer uma pessoa da Europa de Leste, para além da pressão internacional em torno de que seja uma mulher a assumir o cargo, como tem defendido o actual secretário geral, por exemplo. Espero que não, porque António Guterres não merecia esse tratamento, mas está tudo a ser preparado para que na próxima eleição seja indicada uma pessoa (provavelmente da Europa de Leste) e que seja uma mulher. O problema de António Guterres é que não tem apoios de peso, e isso será determinante para suceder ao cargo. Se até agora países como o Reino Unido, ou a própria China (que viu Macau ser transferido para o seu país quando António Guterres era Primeiro Ministro de Portugal em 1999) não apoiaram a sua candidatura, duvido que o façam brevemente, e, será uma questão de tempo até apresentarem um candidato que que já há muito está em mente, mas estará guardado para próxima votação, onde os seus votos serão decisivos. Esperemos, mais uma vez, que assim não seja, mas todos os indícios apontam para esse caminho, que poderá não ser o melhor.