Pesquisar neste blogue

terça-feira, 30 de novembro de 2021

Rui Rio




"As árvores solitárias, quando conseguem crescer, crescem fortes" (Winston Churchill).

sábado, 27 de novembro de 2021

Shabana Basij-Rasikh





"Receio que estas mudanças não durem muito após a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão". (2012 - Shabana Basij-Rasikh).

terça-feira, 17 de agosto de 2021

Afeganistão, a terra prometida

 

 Seal Marcus Luttrell e Afegão Mohammed Gulab



O título é da autoria de Barack Obama, mais propriamente o seu livro "Uma terra prometida" (um bom livro), mas podia ser um título por aí algures de um livro relacionado com o Afeganistão. Terá sido esta a promessa feita ao povo afegão? Ao invés, alguma vez essa promessa foi aceite? E será que o povo afegão queria mesmo este desfecho (como anda a ser dito) em confronto com as imagens de atropelos autênticos de quem procura um lugar entre nós (basta ver o caos no aeroporto de milhares a tentar fugir)? A morte de Osama Bin Laden não pode explicar tudo, nem a injustificada ingerência deve servir de louvor. Sabemos ainda pouco ou quase nada sobre o que se passou ao longo destes últimos 10 anos no Afeganistão (os primeiros 10 houve mais informação). Se a retirada das tropas não foi pacífica, o acordo de Donald Trump com os Talibãs é um mistério (e a lírica ajuda do Paquistão). O que sabemos é que morreram milhares de soldados heróicos nesta guerra e civis e ninguém ganhou. E que são milhares aqueles que tentam fugir desordenamente do país, arriscando a própria vida. O que faz pensar sobre o que aí vem: nada melhor que o próprio povo, só eles sabem. Por agora só temos uma certeza: esta não era a terra que outrora foi prometida. E temos uma ideia: essa não era uma terra boa para se viver.


Foto: Em 2005 (Junho), na operação Red Wings, no Afeganistão (Vale do Korangal, tendo sido traídos por um pastor de cabras que informou os talibãs da presença de americanos), Marcus Lutrell foi o único sobrevivente da operação falhada para eliminar o líder dos talibãs: Ahmed Shah. Os heróis Matthew Axelson; Daniel R. Healy; James Suh; Eric S. Patton; Michael P. Murphy morreram em combate.


terça-feira, 3 de agosto de 2021

EOR - Equipa Olímpica de Refugiados


Já era um admirador dos Jogos Olímpicos. A ideia de constituir a EOR, de Thomas Bach em 2016 (competindo novamente em 2021 - Tóquio), fez com que passasse a admirar ainda mais os Jogos Olímpicos. Não são precisas muitas palavras. O poder da mensagem fala por si (a equipa e a inspiração do atleta que fugiu do Sudão, do Keletela que viu os pais serem assassinados ou da nadadora Yusra Mardini que desembarcou ao largo da ilha de Lesbos após o barco onde seguia ter quebrado no mar Egeu).


sexta-feira, 2 de julho de 2021

Nassima al-Sada

 


O dia da libertação. Um dia diferente para a Arábia Saudita, mas um dia diferente para todos aquele que acreditam num mundo melhor, onde seja dada voz a pessoas como a Nassima al-Sada. Nassima pagou o preço de lutar pelos direitos das mulheres, como por exemplo, o direito de uma mulher poder conduzir (que já é possível, com algumas limitações). O crime cometido (em pleno século XXI) foi esse: lutar pelos seus direitos. Esteve presa mais de três anos, em condições desumanas. A amnistia internacional foi incansável e merece um rasgado elogio por todo o seu empenho, trabalho e paixão na luta pelos direitos humanos, especialmente pela defesa dos direitos da Nassima. Das 700 mil assinaturas recolhidas, mais de 40 mil foram portuguesas (e as assinaturas portuguesas foram entregues às autoridades sauditas com um bouquet de 40 rosas). É bom saber que, de forma simples e apaixonada, foi possível dar o contributo e nunca olvidar que devemos lutar sempre por aquilo em que acreditamos.

sexta-feira, 18 de junho de 2021

Legado de Barack Obama

Cegueira dos combustíveis

 



Das duas uma: ou os efeitos da Covid-19 já se estão a fazer sentir (essencialmente a um nível neurológico) ou estamos perante um surto de cegueira ensurdecedor em matérias de combustíveis. 

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Do schools kill creativity? Sir Ken Robinson

domingo, 30 de maio de 2021

O Sol(e)

 




André Ventura, líder do partido Chega, no comício que está a decorrer em Coimbra disse: "Nós somos o sol". Recorri ao dicionário da língua portuguesa (significado de sol): "estrela que é o centro do nosso sistema planetário, constituída por núcleo central, fotosfera, camada inversora, coroa solar e camada que emite luz zodiacal; grande brilho; grande talento; resplendor; pessoa notável". Não fiquei convencido. Mas depois fiz o mesmo para a palavra sole (proferida da mesma forma mas com significados diferentes): "certas aves raras pertencentes ao género indicator, especialmente uma, africana, que destrói vorazmente insectos e mel, indicando, pela sua presença, onde este se encontra". 
Isto é a prova de que vale sempre a pena o recurso ao dicionário.

quarta-feira, 12 de maio de 2021

Série netflix The Crown



Simplesmente sensacional.

segunda-feira, 12 de abril de 2021

"Ó tempo! Ó costumes!"



Esta frase foi pronunciada por Cícero (advogado e filósofo) há mais de 2000 anos (70 a.c.), criticando a perversidade moral dos homens do seu tempo, após este ter conseguido que o corrupto governador da Sicília Caio Verres fosse destituído do cargo. Num tempo paradoxal, de corrupção ao ar livre, inspirado em Cícero: "até quando, ó Catilina, abusarás da nossa paciência?".

quinta-feira, 8 de abril de 2021

Jorge Coelho





Um dia, já lá vão mais de 10 anos seguramente, no histórico e benquisto café "Bigosses" em Esposende, em conversa com um amigo ele diz-me: "uma das pessoas que mais aprecio na política é Jorge Coelho". Sinceramente conhecia e conheço pouco o seu lado político. Acompanhei desde sempre a quadratura do círculo e mais recentemente a circulatura do quadrado onde foi durante anos um dos bons comentadores. Mas passei a conhecer um pouco melhor a pessoa através de pequenos gestos discretos. Quando entrei na associação "Acreditar" através da "Caso" da Universidade Católica, na colaboração que tivemos com o IPO do Porto, ouvi falarem em Jorge Coelho e que era alguém que tinha entrado para a Associação e estava a ajudar crianças que eram doentes oncológicos. Soube que tinha tido cancro no ouvido e  que ficou impressionado com a quantidade de crianças que tinham cancro. Nunca deixou de ajudar e tinha uma preocupação social intrínseca e genuína, de quem sentia o que fazia como poucos. 

domingo, 28 de março de 2021

Bom contraste

 



Depois de uma semana em que um dos temas do país foi a Goundforce e o protagonismo de um empresário que ficamos a saber que conseguiu capital sem capital (financiamento bancário - oferecendo como garantia de pagamento as próprias acções - para investir na empresa quando a adquiriu) e que deixou de pagar aos seus trabalhadores, alguns marido e mulher que ficaram sem dinheiro para as necessidades básicas como dar de comer aos filhos. Em bom contraste, em polo assimétrico temos o empresário Rui Nabeiro que faz hoje 90 anos. Acabo de ver uma entrevista pelos 90 anos e no final o jornalista descreveu de forma simples o exemplo deste distinto e nobre empresário : "há pessoas que sabem mesmo ser maiores".

sexta-feira, 26 de março de 2021

Opus Dei



Por vezes, há assuntos que devem ser trazidos à opinião e debatidos mas apenas e tão só quando isso possa trazer algum benefício ou valor à discussão. O perturbador acontece quando de forma indirecta instrumentaliza-se o tema, como forma de contornar o essencial em desvalor do secundário. Aqui estou a referir a Opus Dei, que parece ter sido instrumentalizada e colocada propositadamente para desviar as atenções. Os nomes dos deputados que pertencem à Opus Dei foram tornados públicos e parece que nenhum deputado actualmente pertence à Opus Dei. Assim criticar a Opus Dei e a igreja de forma gratuita e comparar com a Maçonaria parece um exagero, porque uma coisa não tem a ver com a outra. Mas abrir a caixa de pandora é ir mais além e divulgar determinadas seitas que existem e são subsidiadas, ocultas, que operam entre gabinetes do poder político, onde o contacto é permanente e o poder de influência ilimitado. Veja-se a título de exemplo o caso recente das barragens da EDP. Foi a Opus Dei, a Maçonaria ou a seita oculta? Talvez não seja assim tão difícil. Excluída a primeira, restam apenas duas.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Prof. Cordeiro Tavares

 


Na vida podemos ter muitos professores mas há sempre aqueles que deixam uma marca inabalável, não apenas pela seu lado intelectual mas sobretudo pela soberba humanidade. Recentemente soube do falecimento do nosso tão querido professor de funcionalismo público Cordeiro Tavares. Um desabafo imediato: era um extraordinário ser humano. Um amigo que fazia parte da família que é e sempre foi a Universidade Católica. Quando acabas de falar com uma grande amiga e percebes o carinho fantástico que existe entre a maioria dos professores e alunos. Queria apenas partilhar aqui uma história. Esta história passou-se com uma rapariga que tinha acabado a licenciatura e candidatou-se a concurso público para uma autarquia local. A rapariga cumpriu todas as etapas com êxito, mas na parte da entrevista achou estranho ter sido ultrapassada por uma colega, a qual nem sequer tinha passado por todas as provas que a candidata em causa teve de passar, e, acabou por ter ficado em segundo lugar e não conseguiu a vaga de emprego. A rapariga ficou tão abalada e revoltada que acidentalmente desabafou com este nosso amigo e prof. Cordeiro Tavares, que lhe disse para não se preocupar que esta situação não ia ficar assim e ele próprio ia ajudar e resolver. O prof. Cordeiro Tavares pegou no telefone, ligou para o presidente do município e disse que estava a caminho da sua autarquia e queria saber passo a passo de tudo o que se passou no concurso público em causa, ao que o presidente ficou estupefacto e tentou evitar de todas as formas essa consulta e esse acesso, mas sem sucesso. O presidente pediu ao prof. para aguardar um dia ou dois, mas tal pedido foi recusado. Entre vários telefonemas, o presidente acabou por encontrar uma solução e comunicou que iria abrir duas vagas e que entravam as duas candidatas, ou seja, para evitar que a sua eleita não fosse excluída por ilegalidades no concurso, manteve a escolhida e abriu vaga para a rapariga em questão. Esta é uma de muitas das histórias deste nosso amigo que partiu. Deixou várias aprendizagens e merece ser lembrado porque mais que um professor, era um amigo dos alunos, de todos aqueles que com ele se cruzaram e isso é que faz a diferença. 

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

Vacinação: direito à vida





Talvez seja o momento de as pessoas usarem a denúncia anónima para evitar situações graves como as da vacinação a pessoas sem prioridade e para proteger a vida daqueles que mais necessitam da vacina. O que estamos assistir é simples: pessoas sem prioridade estão a colocar em risco (e poder tirar) a vida de outras pessoas com prioridade. Esta é a equação e o que está acontecer. As pessoas devem denunciar estas situações, não necessitam de identificação (daí ser uma denúncia anónima) e podem salvar vidas. Estas pessoas devem ser responsabilizadas criminalmente (inclusive o Estado ao nível da responsabilidade civil, se tiver envolvido). Imaginemos a situação de uma pessoa que morre e estava nos critérios para receber a vacina e ficou provado que houveram pessoas vacinadas naquela zona geográfica ou local que não cumpriam os critérios nem tinham prioridade perante aquela pessoa. Quem responde? Alguém terá que responder e ser punido. 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Malak

Vacinação de Políticos



É uma imoralidade vacinar um político quando ainda existem profissionais de saúde que não foram vacinados. Na saúde privada está quase tudo por vacinar. Mas é uma também um populismo não vacinar, por exemplo, o Presidente da República ou o Primeiro Ministro. Agora vacinar 240 deputados sem critério é uma brincadeira, mesmo sendo titulares de um órgão de soberania como é a Assembleia da República. Um dia destes corremos o risco de ver uma peixeira vacinada e ainda faltarem profissionais de saúde por vacinar. 

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Valha-nos o Marcelo





Não concordando com a realização das eleições num momento crítico e excepcional como da actual pandemia, conseguimos eleger o Presidente da República e ainda bem que foi o Marcelo, porque significa que ainda somos sensatos e pretendemos a estabilidade democrática. Mas existiram sinais e o destaque (criado pelos próprios candidatos) foi para o partido Chega, para o ultraneoliberalismo. Não foi uma surpresa, porque estava à vista de todos, era perceptível que tal crescimento tinha e tem um objectivo: entrar em força no parlamento (com número significativo de deputados) nas eleições legislativas. Isto merece uma reflexão política, mas talvez essa reflexão tenha de ter outros protagonistas políticos, porque os actuais têm demonstrado uma inquietante incapacidade e anacrónica incompreensão política. Ignorar o partido Chega não resolve o problema. Criticar o Chega não impede o seu avanço. Uma das boas soluções passa por reflectir sobre o actual sistema político, sobre a eleição dos políticos e sobre os seus contributos para o país, individualmente, por exemplo, cada um dos 240 deputados da Assembleia da República. Um estudo recente constata que maioria dos portugueses (cerca de 60%) gostariam de mudar sistema eleitoral e eleger os deputados à Assembleia da República. Medidas como estas poderiam ser o ponto de viragem e acho que são medidas como estas que as pessoas procuram, desejam uma mudança a vários níveis políticos. E o problema é que as pessoas que votaram Chega pensam que foi um voto contra o sistema, mas talvez tenha sido em erro, porque o discurso é contrário aquilo que acontece na realidade, onde inclusive muitos dos protagonistas são ex. militantes e simpatizantes do PSD e do CDS. A queda acentuada do PSD e o suicídio político do CDS foram e são uma bomba de oxigénio para a aplicação prática de um programa político exótico. A continuação do negacionismo agravará o problema e tornar mais forte qualquer força política como o Chega que navega nas suas águas, onde o grande capital humano está facilmente ao seu alcance em detrimento da crise e da gritante falta de credibilidade dos políticos. Este negacionismo da realidade existe dentro dos partidos quanto aos dissidentes, e a suas práticas de solucionar tais problemas geraram o descontentamento que é agora igualmente capitalizado por uma força política como o partido Chega. Se dúvidas houvesse quanto aos responsáveis pelo surgimento e crescimento de um partido como o Chega, basta assistir aos discursos da noite eleitoral de ontem, com a excepção de Marcelo Rebelo de Sousa.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Kamala Harris

 


É a vice-presidente dos E.U.A. e será alguém de quem espero muito politicamente, porque o mundo precisa de mais pessoas como Kamala Harris. 

(donald trump): traição imperfeita




Era um queda anunciada, apenas só imprevisível quanto à sua forma e desfecho. A invasão do capitólio foi um acto criminoso e a investigação apurará quem foram os seus agentes. Trump ao longo deste tempo foi plantando sementes da sua queda e o crescimento das suas sementes seria inevitável. As fake news e as mensagens de ódio são apenas alguma das sementes que cresceram de forma galopante e a invasão do capitólio foi a traição imperfeita que nunca a América irá perdoar. 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Confinamento estranho




Este confinamento tem sido estranho desde do início. Ontem, todos assistimos ao aglomerado de filas e filas para votarem e ainda não ouvimos qualquer palavra de censura a repudiar tais aglomerados. Assistimos a um jantar do partido político Chega que juntou 170 pessoas em Guimarães. Fui durante a semana a uma bomba abastecer o carro e eram só pessoas a fumar e a tomar o café da parte de fora e a conversarem uns com os outros. Saímos para ir à mercearia (que voltaram aos tempos da década de 80) e temos de nos desviar das pessoas em passeios higiénicos, a correr e com o cão (em aglomerados). Vemos os transportes públicos cheios de gente. Passamos perto de uma escola e vemos os alunos em aglomerados de 5. E por aí ainda conseguimos ver pessoas sem máscara. Infelizmente já tive de confrontar gentilmente uma senhora que estava sem máscara à minha frente num local, a qual justificou que estava com comichão no nariz. Eu compreendi delicadamente o seu surto de comichão mas fiz entender que o surto de covid-19 era pior, que fizesse o favor de colocar a máscara que era perigoso. Não gostei de o fazer porque não sou fiscal, mas há pessoas que não entendem a realidade e complexidade do problema do país. Podemos e devemos aplicar medidas mais duras e fiscalizar, mas se a responsabilidade de cada um não mudar, continuaremos a lutar contra o tempo. E há uma coisa: aqueles que cumprem e são extraordinários a cumprir (respeitando todos os profissionais de saúde) não poderão pagar por aqueles que voluntariamente não querem cumprir. Ninguém quer ou pretende ter um país parado e/ou fechado, mas o que não podemos ter é um país sem pessoas, sem as suas gentes.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Elogio ao Grupo Nabeiro



Num momento diferente e anormal, de alteração de circunstâncias a todos os níveis, há que destacar o que é bom e distinto, quem faz diferente. Não precisa de elogios, porque é um grupo que fala por si, mas quando em plena pandemia ouvimos ou temos oportunidade de ler que o grupo Nabeiro compra refeições a restaurantes em dificuldades para ajudar famílias carenciadas percebemos a razão pela qual ainda existem empresas que são um exemplo e que merecem um destaque nacional, pelas suas boas práticas sociais, pela responsabilização social.

sábado, 9 de janeiro de 2021

Presidenciais: esbofeteada à Ilias Kasidiaris




Estes debates presidenciais têm sido extraordinários ao nível do insulto e estão cada vez mais perto do nível de debate das eleições gregas em 2012, quando recorreram ao uso da força para impor as suas posições políticas. Não estiveram longe disso, principalmente no debate entre Marisa Matias e André Ventura, mas faltou a esbofeteada à Ilias Kasidiaris, quando este deputado da extrema-direita (do partido Aurora Dourada) agrediu a deputada comunista em directo num debate na televisão grega. Embora a deputada do partido comunista só ter sido esbofeteada depois de Ilias ter deixado o aviso ao atirar em direcção a esta um copo repleto de água.

terça-feira, 5 de janeiro de 2021

Pandemia: o outro lado invisível


Hoje, no momento em que escrevo este artigo registaram-se mais 90 mortes em Portugal por Covid-19. Mas o chocante é saber que desde 1920 (altura da gripe espanhola) não havia registo de tanta gente a morrer num ano. Mas o preocupante é que apenas metade dessas mortes são por Covid-19. O que se passa com Portugal? Quem explica as restantes mortes por silêncio? Os idosos são encostados nos lares de uma forma sufocante, não havendo resposta a um problema que já estava anunciado há muito tempo. Não foi a pandemia que fez aumentar o número de idosos em Portugal. As cirurgias e consultas adiadas ou a incapacidade de rastreio tem sido mais um sinal do afastamento das pessoas com menos meios económicos. Não interessa qual o partido político, mas poucas dúvidas restam que há muita gente a ser enganada. A realidade é outra, é invisível. Na realidade invisível as mortes acontecem naturalmente, são ignoradas em silêncio, de uma forma indigente, sem direitos.