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sábado, 25 de abril de 2015

Elogio

   
Cerimónias do 25 de Abril




   Hoje, o Presidente da República (num discurso pouco entusiasta) fez um apelo que devia mesmo ser seguido pelos nossos governantes: criar condições para trazer os jovens de volta a Portugal. Talvez tenha sido o maior erro do país, quando deixou fugir e continua a deixar os jovens de poderem fazer as suas vidas em Portugal. Mas só há uma forma de tal acontecer: fazer reformas, que foram prometidas mas não avançaram nem foram executadas. Porque enquanto não forem feitas reformas, como por exemplo, a tão aguardada reforma do Estado, a mudança será lenta e demorará anos acontecer, porque vai moldando-se à realidade, que é igual em certos sectores há anos. 
    


25 de Abril: céu com nuvens

 
25 de Abril




    Não foi apenas um dia, não foi apenas mais uma sessão, não foi apenas mais um jantar, não foi apenas mais um discurso, não foi apenas mais um feriado, foi o 25 de Abril, um dia que mudou Portugal para sempre, mas que passados 40 anos, é desejado pela maioria, e ocultamente indesejado por alguns dissidentes que se escondem por trás das nuvens. As nuvens existem e ignorá-las é perigoso, basta domesticá-las e impedir que as mesmas causem estragos, porque o céu limpo foi a nossa maior conquista, e custou-nos anos de ditadura. 



sexta-feira, 24 de abril de 2015

Autoritarismo ou Infelicidade

  







   A um dia do 25 de Abril, será que podemos mesmo dizer que há quem queira assombrar o significado desse dia e talvez apagar a história? Ou antes, terá sido uma mera infelicidade de um grupo de pessoas, que no momento do pensamento, não conseguiram ir além às 4 paredes que os rodeavam?
   O debate surge em detrimento do novo diploma sobre cobertura jornalística das eleições e dos referendos regionais, que seria uma espécie de fiscalização aos meios de comunicação social, que iriam ter de enviar um plano antes do início da campanha eleitoral e isso seria avaliado por uma comissão mista. Bem isto infelizmente, mostra que afinal o país não deve apenas se preocupar com os "discursos populistas" como forma de chegar ao poder e aplicar censura e regimes piores que a democracia. Isto revela, a ser verdade, que o perigo pode estar também mesmo entre "alguns" (porque devem ser ressalvados os que não seguem tal linha) deputados da nação, que de forma "camuflada" e pouco transparente, se escondem atrás dos diplomas para tentar mudar algo, que jamais conseguiriam dando a própria cara.
   Mas, também duvido que tal diploma fosse sequer constitucional, pois o princípio da liberdade de imprensa consagrado no artigo 38.º da C.R.P  (Constituição da República Portuguesa) impediria que tal acontecesse, bem como o princípio da liberdade de expressão consagrado no artigo 37.º da C.R.P. E até quem pensou em tal diploma esqueceu por momentos tais direitos.
   Perdoe-se tal esquecimento, rasgue-se o diploma e vamos acreditar que tratou-se de uma infelicidade e o fato de amanhã ser 25 de Abril não passou de uma mera coincidência.
   

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Lampedusa

  
Imigrantes Ilegais a chegar à Itália




   São 02:40 da madrugada e mais um barco tenta chegar a Lampedusa, será que chega com sobreviventes? 
   Em outrora, eram os eritreus e afegãos. Hoje são os sírios que tentam fugir à guerra civil que assola o seu país, arriscando as vidas, porque a alternativa não existe. Foi em 2011 que a Europa ficou "gelada politicamente" perante o flagelo dos milhares de tunisinos que chegavam aquela ilha. Em 2014, a Itália recebeu mais de 140 mil imigrantes ilegais, sem contabilizar os que não chegaram. Até quando a Europa vai continuar a fechar os olhos a este problema e, ao mesmo, tempo desafio europeu?
   A Europa tem dito que é difícil lidar com tantos imigrantes a tentar entrar no continente europeu, mas por exemplo, têm ideia que só o Líbano recebe mais refugiados que toda a União Europeia? Não serão necessárias medidas de salvamento imediatas, em vez de insistir-se em programas de acção comunitários que tardem em aparecer, ao contrário do número de imigrantes, que aumentam a cada dia que passa, e sem solução à vista?
   Recentemente, a União Europeia reagiu aos maus-tratos aos imigrantes no centro de acolhimento destes em Lampedusa, onde inclusive alguns foram obrigados a ficarem "nus" perante as autoridades para desinfectar suas roupas, ameaçando a Itália com acção nos tribunais. Mais uma vez, a Europa, reage tarde e de forma fraca e que não resolve o problema. 
   Ainda hoje, foi noticiado que foram resgatados imigrantes queimados junto à ilha de Lampedusa.
   É incrível, que a Europa continue assistir de forma passiva ao problema central da imigração ilegal, e, no concerne aos problemas que daí advém, como por exemplo, o caso dos centros de acolhimento destes imigrantes, tenha reacções de conflito, que são uma pura consequência da sua falta de acção, e só acontecem por não agirem e não tomaram medidas de prevenção e salvamento imediatas.
   Enquanto a Europa não reage, esta noite mais um barco tentará chegar a Lampedusa.




quinta-feira, 2 de abril de 2015

Visita a Unidade de Cuidados Continuados Santo António

    

Cuidados Continuados






    É a área onde o país mais sofre, onde as pessoas mais sofrem, e sempre que é preciso que um cuidado de saúde para salvar uma vida esteja próximo, esse cuidado tem de estar próximo e tem de estar disponível. O primeiro e mais importante dos bens é a saúde. Se há área em que o Estado não pode prescindir dos direitos básicos a todos que deles precisam essa área é a área da saúde. Não conhecia a Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Santo António em Barcelos, e, após uma visita que fiz a uma estimada amiga, percebi a importância de se investir nestas unidades, porque estamos a investir nas pessoas, e porque são cada vez mais as pessoas que precisam destes cuidados. 
    Ouvir, por exemplo, uma mãe que deixou de trabalhar há 10 anos, em virtude de um filho ter ficado completamente paralisado, e ter de fazer 2 horas de autocarro diárias para o visitar, e, agora com esta nova unidade, poder tê-lo mais perto de casa, faz acreditar que é possível evoluirmos e garantirmos mais dignidade e esperança de vida. Não podemos querer uma sociedade que permite que haja uma pessoa que vá para, por exemplo, 300 quilómetros longe de casa, e que, para além de, na maioria dos casos, ter de sofrer pela sua doença, ter também de sofrer porque não tem os seus familiares ou amigos próximos de si.
     A vida não dura sempre. Não podemos esquecer que aquilo que toca aos outros, também nos irão tocar um dia, e, quando vemos unidades destas de pé, como o caso desta, devemos agradecer à Santa Casa da Misericórdia de Barcelos e ter esperança que mais sigam o exemplo, sempre para melhor, e sempre a pensar no outro, naquele que sofre e sofre muito. 


Jorge Coelho: Dissidência ou inteligência?

 
Jorge Coelho



   Antes demais, o regresso de Jorge Coelho à política é de louvar , porque o seu percurso enriqueceu a política, pois basta lembrar quando assumiu as suas responsabilidades políticas pela tragédia em Castelo de Paiva, em 2001, demitindo-se das funções governativas e pedindo a abertura de um inquérito. Foi por mero acaso, e numa feira do livro, na apaixonada área política que me deparei com o seu livro e digo que fiquei mesmo surpreendido pelo que vi escrito ali, não só pela luta que travou com a doença grave que teve, mas essencialmente pela forma genuína e sincera da sua escrita.
   As suas recentes palavras criticam ferozmente François Hollande, o presidente Francês, onde o mesmo afirma que as suas políticas são um fracasso e um desastre, e que jamais podem ser seguidas, porque os resultados estão à vista. Estas palavras surgem também num momento após a visita de António Costa a Hollande, que até no calendário e agenda política tem pouca habilidade, pois Hollande é um derrotado em França e na Europa. 
   Talvez fosse bom o PS ouvir mais o Jorge Coelho, porque sem dúvida não estamos perante uma voz dissidente, mas sim uma voz inteligente.