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quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Nassima Al-Sada



Por mero acaso, descobri e assisti ao testemunho de Nassima Al-Sada. É apenas mais uma voz silenciada e presa em 2018 na Arábia Saudita por defender os direitos das mulheres, num país que é apenas e tão só o líder na desigualdade de género no mundo. Mas o que me chocou foi perceber que não permitiram o contacto com a família e nem sequer com um advogado. Para além disto são inúmeros os relatos de maus tratos na prisão e as condições miseráveis em que vive. Este é mais um daqueles casos em que deveria haver ingerência nos assuntos internos de um Estado porque viola constantemente leis internacionais e DUDH (Declaração Universal Direitos Humanos). Por curiosidade, a Arábia Saudita, em 1948 não votou contra a DUDH, tendo optado pela abstenção na votação da Assembleia Geral da ONU. Mesmo perante o silêncio ensurdecedor de todos ao seu redor, exigia-se mais pressão diplomática para as constantes violações daquilo que é universal. Mas todos recordamos o recente caso do jornalista e dissidente saudita Jamal Khashoggi (crítico do regime) morto no consulado saudita em Istambul. E lembramos da gravação existente onde este tinha sido interrogado, agredido e morto violentamente na embaixada. É o retrato da insólita impunidade do poder.

Camionistas em Dover




O dia 31 de Dezembro (Brexit) aproxima-se e o problema chocante dos camionistas retidos em Dover são um indício de algo e um teste à prova das autoridades inglesas. Não havendo acordo entre União Europeia e Reino Unido, estão condenados às regras da organização mundial do comércio com todas as taxas aduaneiras. Das duas uma: ou algo vai realmente mal no Reino Unido a nível político ou isto são apenas meras coincidências temporais que tiveram o azar de surgir em simultâneo com a aplicação de determinadas medidas pontuais de estados como a França. Acreditando nas coincidências, uma coisa correu e está a correr mal: deixar ao abandono esta gente ali no meio do nada horas a fio sem desbloquear a situação de forma célere. Por vezes, mesmo quando os actos não podem ser imediatos, as palavras deviam ser obrigatórias, porque todos aqueles que ali estão têm nacionalidade.