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domingo, 26 de maio de 2019

Eleições Europeias: Abstenção 70%.




O que dizer das Eleições Europeias em Portugal? Amanhã já ninguém se lembra. Foi talvez das eleições mais pobres intelectualmente a que assisti. A abstenção de 70% representa bem que os políticos continuam a viver isolados das pessoas, sem conseguir cativar os seus concidadãos. Só a Bulgária ou a Eslovénia conseguem ter níveis semelhantes. Como é possível haver campanha para as eleições europeias sem se debaterem temas europeus? Foi possível em Portugal. Uma campanha miserável, que no limite pode ser considerada como uma falta de respeito para com os portugueses.
Em 1975, após anos de ditadura, a abstenção era de aproximadamente 7%. Hoje é de 70%. A diferença está nas pessoas, nos políticos. 

sábado, 18 de maio de 2019

Nasrin Sotoudeh

Nasrin Sotoudeh


Nasrin Sotoudeh, detida em Junho de 2018, foi recentemente condenada a 38 anos de prisão e 148 chicotadas no Irão por defender as mulheres e ter protestado contra as leis que obrigam o uso do véu em público. O Parlamento Europeu já tinha atribuído o prémio Shakarov a Nasrin pela sua luta em defesa dos direitos humanos, mas infelizmente isso não chega nem chegou. Cheguei acompanhar o seu trabalho junto das minorias, e o que esta advogada tem feito no seu país em defesa das mulheres e das minorias é algo fantástico e merece o apoio de todos, principalmente neste momento em que foi condenada, num acto egoísta e de pura intenção de silenciar uma das vozes mais activas e mais eficazes na luta dos direitos das mulheres, que tanta falta faz no Irão.
Nasrin esteve muito tempo sem conseguir exercer advocacia, mas quando conseguiu, foi defender jovens condenados à morte, em mais um gesto assinalável. Ontem, lutava pela liberdade dos outros. Hoje, em detrimento disso, luta pela sua própria liberdade, e em sofrimento. 
Quem puder assinar a petição "Liberdade para Nasrin Sotoudeh" deve fazê-lo (https://www.amnistia.pt/peticao/liberdade-para-nasrin-sotoudeh/), porque Nasrin Sotoudeh é a voz das mulheres no Irão, e, a sua luta jamais deve acabar. 

Ultraje José Berardo





Depois de assistir à inquirição parlamentar do Sr. Comendador Berardo, só pensei: "como é que não houve nenhum deputado que impedisse com voto de protesto a continuidade desta audição"? Mas, há que assumir que este senhor foi sincero na parte em que disse que não é parvo e que quem lhe atribuíu crédito é que não o deveria ter feito. Verdade. Só que temos que distinguir o comportamento indigno prestado nesta comissão e insultuoso a todos os cidadãos portugueses das afirmações proferidas sobre a C.G.D., que em alguns pontos, foram muito graves. Uma das suas melhores afirmações: "Os bancos é que vieram oferecer dinheiro para comprar acções". Gostava de ver esses documentos que o mesmo afirma possuir onde os bancos propõem esse investimento, que, a ser verdade, é de uma gravidade inqualificável. Porque é que a C.G.D nunca pediu garantias? É curioso.  É que no meio de todos os comportamento indignos, há coisas que foram ditas muito graves e que que têm ser analisadas, porque, no que respeita ao bancos, tudo se diz, mas nada se apura. Porque será? 
A investigação da revista Sábado do período semanal de 9 a 15 de Maio de 2019 explica em parte onde andam os milhões concedidos pela C.G.D. e de tantos outros bancos, e, porque perante tudo isso, poucas ou nenhumas são as acusações e condenações.



domingo, 5 de maio de 2019

Hoje, os professores. E amanhã?


BE, PCP, CDS E PSD 


Depois da anunciada reposição da contagem integral do tempo de serviço congelado aos professores (proposta conjunta com votos PSD, CDS, BE E PCP), o Ministro da Defesa já veio a público defender a possibilidade da reposição do tempo de serviço aos militares. 
Quem assiste de fora a tudo isto, quase fica sem palavras, não pelo assunto em si, mas pela forma como este foi, é e continua a ser tratado por todos os intervenientes políticos. Tudo começa com uma votação na especialidade, em que BE e PCP se aliam ao CDS e PSD para à sucapa ver se conseguiam agradar a uma parte do seu eleitorado. Revelaram que nem para moletas servem. E que só enganam quem quer ser enganado. O PSD e o CDS (ao votar desta forma) revelaram incoerência o que defenderam no passado, e, mais grave, juntaram-se ao BE e PCP, que eles sempre criticaram quando defendiam essa contagem de reposição do tempo integral dos professores. 
No meio disto, António Costa conseguiu também contribuir para as fracas prestações, ameaçando com a demissão caso a proposta seja aprovada em votação final global. Esta dramatização em nada favorece o clima instalado, apenas aumenta a incerteza, e, se for jogada política, alguém acabará por recuar, e aí serão tiradas ilações.
Cada vez mais é um problema de qualidade política o que enfrentamos. Um país que já teve nomes como Adelino Amaro da Costa, Sá Carneiro ou Álvaro Cunhal, entre tantos outros que engrandeceram a política portuguesa.