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sábado, 13 de junho de 2020

Testemunho de droga





Há testemunhos de vida que merecem ser partilhados. Em Portugal não temos, por exemplo, a tradição americana de beber de forma irreverente e apaixonante, como fontes de inspiração, testemunhos de vida, transversais a quaisquer áreas e condição económica. Quando digo que não existe tradição significa que não é valorizado de forma tão intensa como poderia e deveria ser, porque um testemunho pode ajudar muita gente. Quando, por razões profissionais, conheces alguém que esteve 30 anos na droga, que dissipou um património incalculável e conseguiu a recuperação numa clínica de recuperação, percebes que toda a pessoa tem a sua história, mas há aquelas que possuem verdadeiros testemunhos. Noutros países, uma pessoa assim rapidamente é convidada para ir a universidades dar o seu testemunho; a empresas; a instituições; a seminários organizados para esse efeito, etc. Aqui, além de sermos um país fascinante, ainda estamos longe do nível emocional e de partilha colectiva de testemunhos de vida de outros países. Não aproveitar estes testemunhos é um desperdício. 

terça-feira, 2 de junho de 2020

George Floyd





Na autópsia independente pedida pelo advogado, o exame revela que a morte foi devido à compressão do joelho policial sobre o pescoço que cortou o fluxo de sangue para o cérebro e o peso sobre as costas dificultou a respiração. E depois disto terá sido homicídio negligente? Não deveria este prever que ao colocar o joelho sobre o pescoço poderia matar por asfixia e estrangular a vítima depois de afirmar que não conseguia respirar, havendo dolo (não directo, mas eventual - deveria prever que ao ter aquele comportamento poderia matar) ? Mas isto é mais que uma discussão jurídica, isto é o reflexo de decisões políticas. O comportamento deste e de outros polícias são uma consequência da política actual nos E.U.A, onde o discurso inflamado e tóxico é ritual religioso, sendo uma forma de amparo para aqueles que ansiavam por uma espécie de radicalismo, numa era da pós-verdade onde as fake news (notícias falsas) são um aliado precioso e decisivo na difusão destas e monitorização da linha de pensamento dos seus cidadãos. Donald Trump não soube lidar com o problema nem o sabe fazer e, sem surpresa, ameaça usar os militares, olvidando que entre estes também existem muitos Georges Floyds, que dão o corpo e alma pelo país ali e além fronteiras. Não sabe fazer política e ao invés de condenar veemente o comportamento do polícia, decide utilizar toda a sua força para enfrentar os manifestantes que apenas pediam uma voz activa honesta de condenação. Mas Trump não irá fazê-lo e ninguém lhe pedia um grito de revolta, apenas que soubesse usar a eleição do seu cargo para honrar um país multicultural extraordinário que tinha, tem e terá sempre a arte de saber receber todos aqueles que ali sonham ir. E não será Trump acabar com isso, porque se o fizer, terá o país temporariamente suspenso no tempo, e viverá o fim dos seus dias.