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sábado, 26 de janeiro de 2013

Rugido de Seguro

  





 Foi em 1954, que Churchill , num épico discurso, pouco depois do término da II Guerra Mundial, profere as seguintes palavras: "Foi a nação e as gentes de todo o mundo que tiveram o coração de leão. Eu tive a sorte de ser chamado a dar o rugido. E espero ter conseguido sugerido ao leão o sítio certo para usar as garras".
    Actualmente, podemos dizer que António José Seguro, actual líder do PS, teve a sorte de ser chamado a dar o rugido, e acho que conseguiu sugerir ao leão o sítio certo para usar as garras. O leão, e única e possível salvação de tal comunidade socialista, é António Costa, que, antes de entrar em cena, e depois do rugido de Seguro, prepara-se para o momento, que será uma inevitabilidade, ou, caso contrário, poderá significar o afundar do barco socialista.
   Hoje, a comunicação social noticia a presença de António Costa nos Açores, numa sala cheia de simpatizantes - como tem acontecido no partido sempre que ele se prepara para falar - com posições divergentes do actual líder do seu partido, e, a questão é a seguinte: mas o líder, para diversos socialistas, no fundo dos seus pensamentos, não foi sempre António Costa ? 
   Defendi e continuo a defender que António José Seguro é um fraco político, dos piores que já vi passar na política, que não toma posições vincadas sobre nada, e, se há período em que havia razões para um crescimento e uma forte oposição era neste momento de crise em que vivemos. O seu destino está sentenciado, e, ainda hoje, quando um jornalista lhe pergunta sobre a candidatura de António Costa à Câmara de Lisboa, com ar completamente derrotado, de quem já não tem mão no partido, traído por aqueles que no início lhe abraçaram e estiveram ao seu lado, este responde: "António Costa é um bom presidente da câmara de Lisboa", quando, sobre uma das autarquias mais importantes do país, o normal é um líder saber o seu destino.
   Quanto mais tempo demorar a queda de Seguro no PS, mais fastidioso e penoso será para este, que, quando acordar do pesadelo, já não conseguirá emendar as querelas, criadas ao longo do tempo dentro do seu próprio partido.


sábado, 5 de janeiro de 2013

Escolha de António Lobo Xavier





   Por vezes, tento reflectir e pensar que vivemos um tempo emocionalmente instável, onde as pessoas estão "nuas" e completamente expostas na expressão dos seus sentimentos, mas que, só por isso, não deve justificar a crítica fácil e imediata.
   Desta vez, perante uma nomeação do Governo, a escolha foi António Lobo Xavier para presidente da comissão de revisão do IRC. O hiato temporal foi curto, até que, surgisse a critica sem fundamento e demagogica de partidos, que à partida, deviam ter outra responsabilidade. Ouvi com atenção, mas ao mesmo tempo perplexo, o Bloco de Esquerda, com a sua presidente a dizer o seguinte: "Há conflito de ineteresses, esse senhor é presidente dos conselhos de administração BPI, Mota Engil e Sonaecom". 
   Primeiramente, a quem faz critica por hábito e sem fundamento, ou seja, só porque quer ser do contra, nem sequer tenho nenhuma reflexão a fazer a essas pessoas, porque não interessa ser A,B ou C, que o objectivo é dizer mal, sem qualquer racionalidade.
   Em segundo, para aquelas pessoas que não aceitam tal nome com fundamento no facto de ser "mais um das empresas", não é justo colocar-se o António Lobo Xavier ao mesmo nível que um "boy", porque é ofensivo, de alguém que tem trabalho demonstrado na área, especialista em Direito Fiscal, e, que não merece um tratamento idêntico a qualquer outro, que, apenas está nas empresas por causa da política, o que não é o caso em questão.
   Quanto ao Bloco de Esquerda que, sabendo que o PS não o fazeria, veio imediatamente instrumentalizar António Lobo Xavier, para criticar o Governo e o CDS, e distanciar-se do PS, mas foi infeliz. As pessoas percebem que a crítica com base em suspeições não tem longa duração, e, a sua vivacidade depende de curtos minutos e o Bloco tenta aproveitar isso para sua subsistência. Criticou António Lobo Xavier por fazer parte de vários conselhos de admnistração de empresas e haver um conflito de interesses, mas se acham mesmo isso, porque razão não usam os instrumentos legais ou até políticos à disposição para defender as suas posições e opiniões ? Porque razão - se acham existir um conflito de interesses (problema jurídico) - não intervém judicialmente contra a pessoa em causa ?
    A resposta é porque, na verdade, tudo isto serve apenas como jogo político, onde se usam as pessoas para agradar  aos seus camaradas, e, se esquece que existe um país, e que nesse país, devem ir as pessoas com maior aptidão para o cargo, e, se acham que o António Lobo Xavier não tem essa competência, sugiram nomes, porque este deveria ser dos menos contestados, porque é mais independente do que todos que o redeiam em termos políticos, e só quem não o conhece afrma o contrário. 
    Em suma, este é o retrato de um país cada vez mais dividido, onde a critica impera em segundos, e, desparece em minutos, num tempo cada vez mais precioso, que é o tempo de quem ouve.