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quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Venezuela: início do fim de Nicolás Maduro


Nicolás Maduro 



   Já existe uma certeza na Venezuela: o futuro será sem Nicolás Maduro. O presidente que ninguém reconhece (com excepção dos seus famintos partidários), numas eleições em Maio de 2018 que foram tudo menos transparentes e independentes. Eleições essas onde mais de metade da população não foi votar e o governo impediu os seus opositores de votar. A Venezuela é hoje um país à beira do abismo, que empobrece a cada dia que passa, onde o seu presidente governa, desde 2013, com poderes especiais, e faz asneira atrás de asneira. Há muito, que, por exemplo, vários economistas recomendam que Nicolás Maduro abandone o controle de preços e que acabe com o subsídio à gasolina, cujos preços ao consumidor, na Venezuela são os mais baixos do mundo, e que custa ao governo aproximadamente 12 bilhões dólares ao ano (disparando a taxa de inflação, desconhecendo por completo o significado de super hábito). Mas isso implica perda de votos nas suas bases de apoio, e, devido a isso, abdica do interesse nacional, e refugia-se numa ideologia Marxista que já não é uma pura ideologia, mas um delírio. A milhares de kms do socialismo e sem porta aberta a Marx, o vazio ditatorial, rodeado por um conjunto de camaradas fiéis, que nunca desertaram, é o que resta de um regime a cair aos poucos. Uma das últimas medidas foi aumento do salário mínimo (já em desespero), mas impacto não foi sentido, pois foi comido pela inflação, e as dificuldades mantiveram-se e agravaram-se. Prefere alimentar o seu delírio e a ideia demagógica de uma guerra económica contra o capitalismo, para esconder e omitir toda a sua política económica desastrosa que levou e continua a levar o país à miséria.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Quadratura do Círculo: último dia.





Desde dos tempos da faculdade que assisto ao programa da Sic Notícias "Quadratura do Círculo", à quinta-feira à noite, às 23 horas. É o único programa político a que assisto, e que tem uma qualidade ímpar na sociedade portuguesa, pela independência dos protagonistas, bem como pela inteligência, saber e conhecimento. À pouco tempo no New York Times, debatia-se precisamente a escolha de analistas políticos para debater os temas da sociedade e discutia-se a dificuldade em conseguir obter a independência desejada no momento da escolha, sob pena de não ter a audiência planeada, derivado da exigência cada vez maior do leitor, e da própria sociedade da informação, que pressiona o leitor para uma escolha mais exigente. 
Espero que não seja o fim, mas apenas a mudança de canal. Quem gosta de política e de um debate com elevação, gosta da Quadratura do Círculo. Um elogio aos protagonistas, que merecem, pela qualidade dos debates.


segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

"Por favor, parem o Brexit e fiquem connosco"


Câmara dos Comuns 

   Até ao momento, Theresa May tem sido uma desilusão. Acho impensável um país como o Reino Unido estar a "brincar com o fogo" numa situação tão delicada como a que se encontra neste momento. O dia 29 de Março está a chegar e a saída do Reino Unido da União Europeia sem acordo e sem período de transição seria (a consumar-se) uma catástrofe, de dimensões imprevisíveis. A Sra. May tinha vários planos, mas o que todos vemos é que só existia um e esse foi rejeitado em catadupa pelo parlamento. Não quer um novo referendo, porque entende que seria contrariar os resultados do primeiro obtido e poderia abrir um precedente perigoso, mas, mesmo podendo discutir, refere que não avançaria no parlamento. Na mesma linha, rejeita também a hipótese de suspender o artigo 50.º do Tratado de Lisboa, por ela activado em Março de 2017 para iniciar as negociações da saída. Ou seja, Theresa May não tem um plano de saída, e não quer um novo referendo nem suspender o artigo 50.º. Não suspendendo o artigo 50.º, no dia 29 de Março o Reino Unido deixará de fazer parte da U.E.
Mesmo perante a recusa de Bruxelas para renegociar o acordo chumbado, Sra. May pretende apresentar aos deputados britânicos o mesmo acordo (com alterações pontuais) que foi chumbado, não havendo um plano B. Uma das alterações (veja-se bem como isto anda) passa por isentar cidadãos europeus do pagamento de uma taxa de 65 libras quando se candidatarem a visto de residência permanente no Reino Unido após o Brexit. 
Retirar um país como Reino Unido do livre comércio, tem consequências económicas nefastas, e não se pode retirar uma fábrica que está em Inglaterra para colocá-la noutro país de um dia para o outro, com todos os custos que isso suporta.
Num momento em que a Câmara dos Comuns está mais dividida do que nunca quanto à saída da U.E, com posições diferentes dentro do mesmo partido, Theresa May demonstra pouco espaço para negociação, ao mesmo tempo que não apresenta nenhuma solução. Faltam apenas 67 dias, e, aqui não podia deixar de frisar as tão assertivas palavras da alemã Annegret Kramp (que sucede a Merkel na CDU): "Por favor, parem o Brexit e fiquem connosco. Vamos ter saudades de ir ao pub, de beber chá com leite, mas acima de tudo dos nossos amigos do outro lado do Canal".