O título é da autoria de Barack Obama, mais propriamente o seu livro "Uma terra prometida" (um bom livro), mas podia ser um título por aí algures de um livro relacionado com o Afeganistão. Terá sido esta a promessa feita ao povo afegão? Ao invés, alguma vez essa promessa foi aceite? E será que o povo afegão queria mesmo este desfecho (como anda a ser dito) em confronto com as imagens de atropelos autênticos de quem procura um lugar entre nós (basta ver o caos no aeroporto de milhares a tentar fugir)? A morte de Osama Bin Laden não pode explicar tudo, nem a injustificada ingerência deve servir de louvor. Sabemos ainda pouco ou quase nada sobre o que se passou ao longo destes últimos 10 anos no Afeganistão (os primeiros 10 houve mais informação). Se a retirada das tropas não foi pacífica, o acordo de Donald Trump com os Talibãs é um mistério (e a lírica ajuda do Paquistão). O que sabemos é que morreram milhares de soldados heróicos nesta guerra e civis e ninguém ganhou. E que são milhares aqueles que tentam fugir desordenamente do país, arriscando a própria vida. O que faz pensar sobre o que aí vem: nada melhor que o próprio povo, só eles sabem. Por agora só temos uma certeza: esta não era a terra que outrora foi prometida. E temos uma ideia: essa não era uma terra boa para se viver.
Foto: Em 2005 (Junho), na operação Red Wings, no Afeganistão (Vale do Korangal, tendo sido traídos por um pastor de cabras que informou os talibãs da presença de americanos), Marcus Lutrell foi o único sobrevivente da operação falhada para eliminar o líder dos talibãs: Ahmed Shah. Os heróis Matthew Axelson; Daniel R. Healy; James Suh; Eric S. Patton; Michael P. Murphy morreram em combate.