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segunda-feira, 4 de julho de 2011

Chantal Féron





"Perante uma vista sobre o mar capaz de fazer esquecer a vida a qualquer um...
A vida leva-nos por caminhos imprevistos nos quais raras são as pessoas ou situações que, por se terem fundido tão intensamente aos nossos sentidos, nos fizeram felizes e perduram na memória.
Surgem inesperadamente e até, por vezes, onde não queríamos encontrá-las, como se derivassem de um conjunto de circunstâncias que naquele momento coincidiram com o que ansiávamos, satisfazendo-nos.
Delas ficam a nostalgia, uma procura instintiva de felicidade e alguma angústia por não conseguirmos imprimir-lhes durabilidade.
A felicidade passa a ser uma estranha obsessão irrealista de plenitude, para a qual não conseguimos atribuir uma razão lógica ou uma definição objectiva, como se a necessidade de dar um sentido à vida passasse obrigatoriamente por aceder a uma idealização.
Mas, como a vida não tem apenas um lado positivo, são as ilusões, a imaginação e uma procura constante da felicidade que nos permitem desejar, projectar e concretizar os nossos sonhos."