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domingo, 27 de maio de 2012

CASO







    A CASO (CATÓLICA SOLIDÁRIA), comemorou o seu 10° aniversario de existência, e não podia deixar de estar presente. 
   Iniciei o meu caminho nesta casa em 2007, e, desde do Projecto "Porto de Futuro", passando por vários outros projectos, sendo o ultimo, este ano, no IPO/ Hospital São João, no Porto, onde, juntamente com a Associação "Acreditar", temos um projecto junto das crianças com cancro. 
    Apraz-me salientar a Patrícia Gouveia, divulgado publicamente que, a partir do próximo ano, deixa a presidência da instituição, dar lugar a outra pessoa, e, porque entende terminar um ciclo, depois de uma obra extraordinária, de quem viveu de alma e coração para este projecto, não posso deixar o meu agradecimento especial, pela pessoa, a quem estarei sempre grato e amigo. 
    A CASO fez de mim alguém que sabe abraçar e lutar, com apenas um recurso: o humano.

sábado, 12 de maio de 2012

Grécia : Luta surda pelo poder





   Mais uma vez, ao pensar na Grécia, penso na Europa de Schuman, e toda a sua ideia para a Europa, surgida no pós II Guerra Mundial, depois do fracasso da Sociedade das Nações, porque se em tempos, no seu início, os seus líderes procuraram, e bem, a união dos Estados, actualmente, essa união foi colocada para segundo plano, pensando-se que era uma obrigatoriedade. Se olharmos para a história, e em todo o período anterior a 1945, à II Guerra Mundial é perceptível que a união com os Estados sempre foi um desafio tremendo, em casos mesmo impossível, porque os Estados regem-se por relações de poder, e, mesmo o Estado supostamente “fraco” tem o poder, mais que não seja, dos seus cidadãos. 
O que se está a passar na Grécia, o resultado das eleições foram uma resposta à Europa. A resposta da Europa, foi, mais uma vez, o silêncio, a incapacidade de reagir, de analisar, de decidir, de prever, de agir. Ouve um silêncio geral relativamente aos resultados eleitorais, mas foram eleitos 19 deputados Nazis, e a segunda maior força foi o extremismo de esquerda, que se aproxima para ganhar uma próximas eleições, caso não haja consenso para formar Governo. Tenho poucas dúvidas, que em outrora, e, sabendo que paz estava em causa, jamais haveria um país assim na União Europeia, como foi pensada. 
Acho que, a Europa vai ter de ser pensada, e, se continuar com os comportamentos de indecisão, ameaças e de distanciamento dos seus Estados, não vai aguentar-se, porque, se assim se suceder, entre os países do Sul da Europa, onde se inclui Portugal, a tensão social vai aumentar, e, poderá crescer e surgir movimentos radicais e extremistas, resultado dos desmembramento, essencialmente, da classe média, e da classe jovem, com qualificações. Se lembrarmos, e nos colocarmos em 1950, no regime de Salazar, importa frisar que um ciclo marcante, em parte decisivo no seu derrube e que lhe tirava o sono era a oposição universitária, que bem conhecia. Eu gostava de ver a Europa falar para os cidadãos, e, devia falar para os cidadãos gregos, e, evitar fazê-lo com os seus políticos, porque, politicamente, a Grécia é um caso de polícia e o seu povo está a ser enganado, e assiste a uma luta surda pelo poder, de políticos que única e exclusivamente olham para os seus interesses pessoais e, jamais pensam no seu povo. Alguém acha que um grupo extremista de esquerda ou radical pensa no seu povo ? Alguém reparou numa medida da esquerda radical, a não ser a declaração de incumprimento? Agora, vai assistir-se a um recital de demagogia da esquerda radical, um vale tudo para atingir o poder, e, claro, não fosse de esperar outra coisa, o discurso que “a Europa é a culpada” será o seu trunfo, de uma Europa que se pôs a jeito, diga-se. E, mais, adianto, e expresso a minha censura, por aqueles que, quando exerceram o seu direito de voto, democraticamente, o fizeram para pedir que retirassem esse seu direito. Quem vota num partido Nazi deve ter vergonha e ser censurado de todas as formas, porque houveram pessoas que combateram e morreram a lutar para que os cidadãos gregos pudessem votar e decidir o futuro do seu país, tivessem voz, e, querer voltar atrás é de quem não tem memória e é a resposta, a uma Europa, que é mais que os seus líderes actuais, e, que, na minha opinião tem culpa, porque deixou que o povo grego se iludisse e pensasse que o problema é da Europa, que ainda pensam, e de forma errada, mas o seu problema é interno.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Eleições na França

  
 Robert Schuman



   A Europa está em crise, e o remédio tarda em chegar. Robert Schuman, o "pai da Europa", quando a pensou, não imaginava que a Europa unida e servidora da paz que tanto ambicionou, inclusive escreveu na sua declaração em 1950, estivesse tão isolada.
   As eleições em Franca devem ser analisadas com cuidado e sem champanhe por perto. Sarkozy cometeu erros graves e, principalmente, a guerra com os seus cidadãos em detrimento da união franco-alemã determinou o seu fim. Impressionante, como Hollande teve apenas 52,0 % dos votos nesta segunda volta, contra 48, 00% votos. Poucos dias antes das eleições francesas, tinha falado com uma amiga que votou em Hollande e dizia-me : "Sarkozy quer retirar-nos tudo o que construímos, não temos futuro com ele. Quer aumentar idade da reforma, quer aumentar preços dos produtos, aumentar impostos, retirar benefícios na Educação para os jovens (...)". Curioso e, acho que foi mais um erro determinante de Sarkozy, e, acho que tem sido um erro dos políticos na Europa, e, Passos Coelho está a cometer em Portugal e pode ser fatal : esquecimento da classe jovem. Hollande aproveitou essa lacuna deixada pelo seu adversário, mas apenas fez aproveitamento, porque tudo o resto é demagogia, pura e simples. Estou curioso, e espero não assistir a um golpe de demagogia clássica, para ver exequibilidade nas seguintes medidas propostas: imposto sobre transacções financeiras, aumento dos tributos pagos pelos bancos, introdução de duas novas e altas taxas de impostos e criação de 150 mil empregos.   Sarkozy parecia mais um politico alemão que um politico francês, e, isso paga-se com dureza e deslealdade na politica. Outrora, outros tempos, veementemente, dizia-se: o povo amanhã esquece, o povo não tem memória. Hoje, o povo tem memória.
   Preocupa-me, de forma séria e responsável, o crescimento do extremismo e do radicalismo, e uma nova forma de Europa, que está a crescer, e, na minha opinião, existe muita cegueira na classe dos políticos na Europa. Defendo há muito tempo que a politica e os seus agentes estão a fazer a cama onde um dia se vão deitar, e, o crescimento de Marine Le Pen em Franca (extrema direita, visível no quadro), que, em poucos anos será a Presidente da Franca, e, a revolução na Grécia, com radicalismo instalado, deve fazer pensar toda a Europa e, ou há travagem deste novo ciclo, ou, em breve a Europa de Shuman terá o seu fim.