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sábado, 12 de maio de 2012

Grécia : Luta surda pelo poder





   Mais uma vez, ao pensar na Grécia, penso na Europa de Schuman, e toda a sua ideia para a Europa, surgida no pós II Guerra Mundial, depois do fracasso da Sociedade das Nações, porque se em tempos, no seu início, os seus líderes procuraram, e bem, a união dos Estados, actualmente, essa união foi colocada para segundo plano, pensando-se que era uma obrigatoriedade. Se olharmos para a história, e em todo o período anterior a 1945, à II Guerra Mundial é perceptível que a união com os Estados sempre foi um desafio tremendo, em casos mesmo impossível, porque os Estados regem-se por relações de poder, e, mesmo o Estado supostamente “fraco” tem o poder, mais que não seja, dos seus cidadãos. 
O que se está a passar na Grécia, o resultado das eleições foram uma resposta à Europa. A resposta da Europa, foi, mais uma vez, o silêncio, a incapacidade de reagir, de analisar, de decidir, de prever, de agir. Ouve um silêncio geral relativamente aos resultados eleitorais, mas foram eleitos 19 deputados Nazis, e a segunda maior força foi o extremismo de esquerda, que se aproxima para ganhar uma próximas eleições, caso não haja consenso para formar Governo. Tenho poucas dúvidas, que em outrora, e, sabendo que paz estava em causa, jamais haveria um país assim na União Europeia, como foi pensada. 
Acho que, a Europa vai ter de ser pensada, e, se continuar com os comportamentos de indecisão, ameaças e de distanciamento dos seus Estados, não vai aguentar-se, porque, se assim se suceder, entre os países do Sul da Europa, onde se inclui Portugal, a tensão social vai aumentar, e, poderá crescer e surgir movimentos radicais e extremistas, resultado dos desmembramento, essencialmente, da classe média, e da classe jovem, com qualificações. Se lembrarmos, e nos colocarmos em 1950, no regime de Salazar, importa frisar que um ciclo marcante, em parte decisivo no seu derrube e que lhe tirava o sono era a oposição universitária, que bem conhecia. Eu gostava de ver a Europa falar para os cidadãos, e, devia falar para os cidadãos gregos, e, evitar fazê-lo com os seus políticos, porque, politicamente, a Grécia é um caso de polícia e o seu povo está a ser enganado, e assiste a uma luta surda pelo poder, de políticos que única e exclusivamente olham para os seus interesses pessoais e, jamais pensam no seu povo. Alguém acha que um grupo extremista de esquerda ou radical pensa no seu povo ? Alguém reparou numa medida da esquerda radical, a não ser a declaração de incumprimento? Agora, vai assistir-se a um recital de demagogia da esquerda radical, um vale tudo para atingir o poder, e, claro, não fosse de esperar outra coisa, o discurso que “a Europa é a culpada” será o seu trunfo, de uma Europa que se pôs a jeito, diga-se. E, mais, adianto, e expresso a minha censura, por aqueles que, quando exerceram o seu direito de voto, democraticamente, o fizeram para pedir que retirassem esse seu direito. Quem vota num partido Nazi deve ter vergonha e ser censurado de todas as formas, porque houveram pessoas que combateram e morreram a lutar para que os cidadãos gregos pudessem votar e decidir o futuro do seu país, tivessem voz, e, querer voltar atrás é de quem não tem memória e é a resposta, a uma Europa, que é mais que os seus líderes actuais, e, que, na minha opinião tem culpa, porque deixou que o povo grego se iludisse e pensasse que o problema é da Europa, que ainda pensam, e de forma errada, mas o seu problema é interno.