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domingo, 19 de janeiro de 2014

Referendo sobre "coadoção": o 2 de paus

  






   E um referendo para a legalização da prostituição ou então, para a legalização das drogas, ou melhor, um referendo sobre o "fado" ?
   A "carta" (que pode dizer-se ser um 2 de paus: não podia ser pior escolhida no baralho) foi a coadoção. O mais hilariante é perceber quem vai a jogo com ela: alguém que no seu perfeito juízo jamais iria a jogo e se lançaria com uma carta dessas. 
   Num momento onde todos os dias os aeroportos se enchem de jovens que partem ao abandono de um país que os deixou para trás; onde os idosos já nem ganham para pagar os medicamentos; onde pessoas portadoras de deficiência sofrem cortes nos seus apoios; onde há pessoas doentes que se arrastam pelas listas de espera por não ter dinheiro para pagar a saúde de que precisa; onde na área social tenho conhecimento através de pessoas amigas que estão à frente de instituições e me dizem que já não conseguem responder a tantas necessidades básicas das pessoas, e têm o "descaramento" de querem discutir a "coadoção" (ou melhor: levar a referendo, porque não há uma verdadeira discussão)? Havia de ser feita uma pergunta a quem aprovou esta lei: "porquê a coadoção e não o "fado""?  Talvez alguém baixinho dissesse: "Dessa não nos lembramos". Cavaco Silva já chegou mesmo afirmar: "O fado define a maneira de ser português". E se, o fado sempre foi um símbolo para o país (lembremos o legado de Amália Rodrigues), vejamos agora a sua decadência. Não será um momento de discutirmos isso: o "renascer do fado em portugal": por exemplo, em cada cidade uma casa de fado, o que acham disto os portugueses? Vamos a referendo. Se houver dúvidas, pode ser feita uma espécie de votação antes do referendo sobre os temas mais votados do tipo: qual a sua preferência: fado; legalização da prostituição ou coadoção? O mais votado vai a referendo. 
   Mas, o 2 de paus já foi lançado e votado. Pena que não tenha efeitos apenas entre quem votou, porque aí até poderiam aprovar outras leis sem referendo, que alguns anseiam mas não o expressam, porque vivem camuflados por detrás de certas ideologias que na verdade não lhes dizem nada, e esta é uma prova viva disso e talvez fosse o momento de, como fizeram e aconselharam os jovens num determinado momento a fazer: emigrarem seja para fora dos seus partidos, seja mesmo para fora da política, seja mesmo para fora do país. Talvez lá fora lhes dêem mais ouvidos do que aqui. Mas uma coisa: levem o 2 de paus convosco.
   
   
   

sábado, 11 de janeiro de 2014

Estado e os dinheiros públicos






   Porque não pode ser diferente?
   Perceber uma realidade não chega, temos de percorrer várias realidades para perceber apenas uma só e tão só realidade. Perceber o Estado não é ficar pela expressão "todos nós", mas sim estender a corda e seguir o caminho, o rasto do dinheiro, a sua pura distribuição, onde ele vai parar, como e por que meios.
   Agora assim, recordo-me de uma reunião que tive com um membro do conselho de administração de uma instituição pública que me disse o seguinte: "isto já não é como antigamente, já não se consegue dinheiro como antes, esse tempo acabou". Obviamente, não acreditei numa única palavra deste Senhor e após investigar, descobri que mais de 80 % da sua sustentabilidade dependia do dinheiro do Estado e, percebi que fazia parte de um grupo característico de pessoas que entendem que "mentir" é a melhor forma de aniquilar a concorrência, quando, pelo contrário, é a melhor forma de a alertar. Mais, o Estado atribuía dinheiro sem qualquer tipo de controlo e fiscalização, apenas com provimento ou não provimento numa única fase: a da candidatura, sendo que esta instituição dava-se e continuar a dar ao luxo (porque o dinheiro sobrava e sobra) de atribuir prémios anuais. Afinal nem tudo deixou de ser como era nesta instituição.
    Recentemente, o Estado lançou um programa do Impulso Jovem, que está sob a tutela do IAPMEI e decidiu anunciá-lo nas televisões, rádios, jornais e revistas na sua última fase de candidatura e 10 dias antes do término do prazo, tendo este um custo elevado e questiono: qual a utilidade deste dinheiro gasto, sendo que o programa ia na sua última fase, ou então, porquê só agora? 
   Outro caso, não menos importante, passou-se com os estágios profissionais, em que uma rapariga trabalhava para uma instituição, da qual recebia 500 euros. Houve um período em que esteve de férias. Nesse momento, recebeu uma mensagem a dizerem que estava despedida. Mas antes, tentaram que ela assinasse uns papéis. Que papéis? Uns papéis do centro de emprego para a instituição poder reaver o dinheiro do Estado. O caso está neste momento nos tribunais, onde já se descobriu que a instituição não pagava o valor devido que recebia do Estado e acordado; coagiu a rapariga e tentou simular um contrato. Se a rapariga não agisse, o Estado agiria? Pois, fica a questão, que não é de difícil resolução.
   São apenas 3 simples exemplos, acreditando sempre que é possível fazer melhor, e num ano que se avizinha decisivo (ano dos "fundos comunitários"), algo tem mesmo de ser diferente, porque está em causa o futuro da economia do nosso país.
   

   

domingo, 5 de janeiro de 2014

Lenda Eusébio







   Num momento que, em Portugal, se olharmos à nossa volta, cada vez mais escasseiam figuras de referências, exemplos, embaixadores, hoje perdemos um dos nossos, uma figura que soube ser um exemplo, ser uma lenda na sua área: no futebol. 
   Jogou num tempo que não é o de hoje, em dificuldades que ultrapassam as actuais, em momentos onde a liberdade não existia, onde as condições eram mínimas e jamais os salários chegavam a 5 e 6 dígitos. Lembro-me que, uma das primeiras vezes que ouvi falar de benfica foi a seguinte palavra: Eusébio.
   Diga-se o que disser, fala-se o que se falar, entenda-se o que entender, a verdade é só uma: Eusébio será eterno e será sempre um dos nossos ("nasceu povo e morreu povo" e isso não está mesmo ao alcance de qualquer um, apenas dos grandes), uma grande figura de Portugal e do Benfica.