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sábado, 11 de janeiro de 2014

Estado e os dinheiros públicos






   Porque não pode ser diferente?
   Perceber uma realidade não chega, temos de percorrer várias realidades para perceber apenas uma só e tão só realidade. Perceber o Estado não é ficar pela expressão "todos nós", mas sim estender a corda e seguir o caminho, o rasto do dinheiro, a sua pura distribuição, onde ele vai parar, como e por que meios.
   Agora assim, recordo-me de uma reunião que tive com um membro do conselho de administração de uma instituição pública que me disse o seguinte: "isto já não é como antigamente, já não se consegue dinheiro como antes, esse tempo acabou". Obviamente, não acreditei numa única palavra deste Senhor e após investigar, descobri que mais de 80 % da sua sustentabilidade dependia do dinheiro do Estado e, percebi que fazia parte de um grupo característico de pessoas que entendem que "mentir" é a melhor forma de aniquilar a concorrência, quando, pelo contrário, é a melhor forma de a alertar. Mais, o Estado atribuía dinheiro sem qualquer tipo de controlo e fiscalização, apenas com provimento ou não provimento numa única fase: a da candidatura, sendo que esta instituição dava-se e continuar a dar ao luxo (porque o dinheiro sobrava e sobra) de atribuir prémios anuais. Afinal nem tudo deixou de ser como era nesta instituição.
    Recentemente, o Estado lançou um programa do Impulso Jovem, que está sob a tutela do IAPMEI e decidiu anunciá-lo nas televisões, rádios, jornais e revistas na sua última fase de candidatura e 10 dias antes do término do prazo, tendo este um custo elevado e questiono: qual a utilidade deste dinheiro gasto, sendo que o programa ia na sua última fase, ou então, porquê só agora? 
   Outro caso, não menos importante, passou-se com os estágios profissionais, em que uma rapariga trabalhava para uma instituição, da qual recebia 500 euros. Houve um período em que esteve de férias. Nesse momento, recebeu uma mensagem a dizerem que estava despedida. Mas antes, tentaram que ela assinasse uns papéis. Que papéis? Uns papéis do centro de emprego para a instituição poder reaver o dinheiro do Estado. O caso está neste momento nos tribunais, onde já se descobriu que a instituição não pagava o valor devido que recebia do Estado e acordado; coagiu a rapariga e tentou simular um contrato. Se a rapariga não agisse, o Estado agiria? Pois, fica a questão, que não é de difícil resolução.
   São apenas 3 simples exemplos, acreditando sempre que é possível fazer melhor, e num ano que se avizinha decisivo (ano dos "fundos comunitários"), algo tem mesmo de ser diferente, porque está em causa o futuro da economia do nosso país.