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quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Indiferença Europeia





O problema agrava-se, e não existe solução, nem sequer tão pouco vontade para reverter o rumo dos acontecimentos. Ontem, abriam telejornais. Hoje, aparecem como notícia no final dos telejornais, e, amanhã talvez desapareçam de vez dos telejornais. Este é o mundo actual em que vivemos, de completa indiferença aos demais, aqueles que fogem da desgraça, da guerra e da miséria. Todos os dias o cemitério de Santa Maria de Rotoli, em Palermo, Itália, recebe migrantes mortos, que tentaram a todo o custo a sobrevivência, mas que, infelizmente, morreram na luta pela sobrevivência. Maioria são indigentes, sem qualquer tipo de identificação, e assim ficam ali, isolados, como se não fossem vidas humanas. São pessoas esquecidas, que nem sequer são identificadas, e ali ficam como se tratassem de personas non gratas.
Os populismos e as políticas de anti-imigração promovem uma europa sem valores, semeando a indiferença ao tema, desviando gastos e reduzindo custos nos apoios já concedidos. Uma europa que se torna cada vez mais irrelevante e dividida e que não assume as suas responsabilidades, olvidando as suas raízes. Uma comunidade internacional que, de forma a obedecer ao princípio da não ingerência (nos assuntos internos de outro Estado), cumpre apenas serviços mínimos, com equipas low-cost reduzidas, que são uma gota no meio do oceano, ou seja, não conseguem evitar as milhares de mortes.