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segunda-feira, 1 de abril de 2019

Acesso ao poder por via social






Cada vez mais Portugal é uma país onde as oligarquias proliferam e estão em pleno desenvolvimento, afectando de forma severa e permanente o acesso ao poder de todos aqueles que não sejam oligarcas, que não pertençam a grupos de poder, os designados grupos privilegiados, que estão directamente relacionados com o poder económico, político e social. O contexto, desde a crise de 2008, favoreceu o desenvolvimento e o nascimento de variados oligarcas, sem qualquer exigência ou rigor na sua selecção. Havia um dirigente político que falava constantemente no "elevador social" e na sua importância em democracia. As recentes ligações familiares governativas são um exemplo para perceber a criação destes circuitos fechados. A banalização e a normalidade com que os próprios protagonistas lidam com tais situações é preocupante. As oligarquias políticas já são um "costume" no nosso país, em que os políticos trabalham em detrimento de certos interesses e grupos, excluindo outros. E assumem-se, privilegiando os seus em detrimento dos demais. Só que, o problema escondido no meio de todos estes pequenos grupos políticos e económicos, é o problema social, das oligarquias sociais, que tendem a colocar os seus em lugares de reconhecimento público ou com acesso ao poder central ou local. As oligarquias sociais (pessoas pertencentes a famílias com grande poder económico - apenas económico) estão a suceder-se e a reservar e avocar para si mesmo o acesso ao poder. Existem sinais na sociedade dessa implementação e desse crescimento, nomeadamente através do uso do poder público, e da finalidade na sua instrumentalização para atingir objectivos e interesses pessoais. As oligarquias políticas estão a estreitar essas ligações com as oligarquias sociais, e, se há muito anos atrás, o filho do carpinteiro e o filho da operária fabril em Portugal (sem ferir susceptibilidade, apenas exemplos) poderiam ter uma estrada para aceder um dia ao poder, isso está aos poucos a esvanecer-se, e, afecta todo o sistema democrático, que vai apodrecendo alimentando-se destes barris quase vazios de tudo e cheios de quase nada.