Foi uma sobrevivente. Muitos, muitas vezes pensaram: "Cala-te Ana Gomes". Talvez um dia escreva sobre todas as pressões que sofreu para silenciar a sua voz. A maioria, infelizmente, no seu lugar, teria mantido o silêncio em troca de algo. Não foi a única a criticar o investimento angolano. Quando toda a gente tinha medo de falar de Eduardo dos Santos e do seu governo, por exemplo, já individualidades como José Pacheco Pereira, isoladamente, na extinta quadratura do círculo da sic (programa de política) , criticava a origem do dinheiro e do investimento vindo de Angola, tendo sido ameaçado. A questão: quantas pessoas foram silenciadas e receberam para ficar silenciadas (por acção e omissão)?
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domingo, 19 de janeiro de 2020
Paciência de Rio
Não há muito para dizer da vitória de Rio, porque é uma repetição de outra eleição já discutida e uma crença do adversário no provérbio popular: "água mole em pedra dura tanto bate até que fura". Mas ainda não foi desta que furou, e perante tanto vazio de ideias de oposição interna, resta a Rio ter uma paciência ilimitada.
sábado, 18 de janeiro de 2020
Pobreza energética
Não existem muitos dados sobre a pobreza em Portugal, mas as novas realidades estão a mudar e mais uma vez, o silêncio é o gerador e a semente que cresce a cada dia, havendo uma natural incapacidade de mudar o rumo e inverter tais situações. Quantos são aqueles que não têm dinheiro para aquecer suas casas no Inverno? O Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge referiu que, em 2018, a gripe e as baixas temperaturas causaram 3700 mortes, das quais 397 relativas ao frio. São situações de pobreza energética, que devem e merecem reflexão, que não é solucionada com reduções de facturas, mas com respostas reais para sectores mais frágeis e vulneráveis. A tarifa social não resolve o problema. Olhando para outros países, já são vários aqueles que têm tomado medidas de combate a esta nova realidade, e, medidas de autoconsumo são uma das melhores soluções para defesa das pessoas perante os elevados preços da energia. Talvez seja um dos problemas que pode ter mesmo benefícios múltiplos a todos os níveis e, principalmente, melhorar a qualidade de vida das pessoas.
domingo, 12 de janeiro de 2020
Paulo Gonçalves: um dos nossos.
Que notícia triste. Bem, Esposende tem tido um final de ano trágico, e infelizmente, o seu início continua. No final do ano que passou, perdi um amigo, o Aires Coelho, aos 35 anos, quando tinha uma vida toda pela frente. Ainda há momentos em que acredito que talvez tenha sido tudo ficção e amanhã já toda a gente se encontre como antigamente, a beber um copo ali numa esplanada qualquer, perante umas boas gargalhadas, mas não. Aconteceu, houve o desaparecimento.
Não era amigo de Paulo Gonçalves, mas tinha muitos amigos que tiveram o privilégio de ter Paulo Gonçalves na sua lista de amizades. E, ainda há pouco tempo tive com um que contava-me a generosidade dele quando lhe pediu uma coisa em concreto, e que ele era inexcedível nesse aspecto. Quem é de Esposende, torna-se inevitável não acompanhar todo o seu percurso brilhante, mas, particularmente, o Dakar de 2016, para mim, ficará sempre na memória como um dos maiores exemplos de sempre de um desportista em competição. Em 2016, no Dakar, Paulo Gonçalves parou junto do austríaco Mathias Walkner, quando este sofreu uma grave queda, e abdicou da prova para ajudar o outro. Pensei para mim: isto só está ao alcance de pessoas com grande humanidade, pessoas mesmo boas, daquelas que vale mesmo a pena conhecer. Deixa um legado que jamais irá esvanecer no tempo. Acho que ficará para sempre uma coisa na mente de todos aqueles que por esta ou aquela razão se cruzaram com ele: será sempre um dos nossos, e foi um orgulho para todos.
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