Há testemunhos de vida que merecem ser partilhados. Em Portugal não temos, por exemplo, a tradição americana de beber de forma irreverente e apaixonante, como fontes de inspiração, testemunhos de vida, transversais a quaisquer áreas e condição económica. Quando digo que não existe tradição significa que não é valorizado de forma tão intensa como poderia e deveria ser, porque um testemunho pode ajudar muita gente. Quando, por razões profissionais, conheces alguém que esteve 30 anos na droga, que dissipou um património incalculável e conseguiu a recuperação numa clínica de recuperação, percebes que toda a pessoa tem a sua história, mas há aquelas que possuem verdadeiros testemunhos. Noutros países, uma pessoa assim rapidamente é convidada para ir a universidades dar o seu testemunho; a empresas; a instituições; a seminários organizados para esse efeito, etc. Aqui, além de sermos um país fascinante, ainda estamos longe do nível emocional e de partilha colectiva de testemunhos de vida de outros países. Não aproveitar estes testemunhos é um desperdício.