Quando li certos meios de comunicação internacionais, pensei que em Moria (ilha grega de Lesbos) as coisas eram graves, mas quando pude visualizar testemunhos reais, percebi a dimensão da miséria humana ali instalada, sendo metade dos refugiados crianças, o que é chocante. São relatos de pessoas que vivem sem água, comida ou medicamentos. Depois do incêndio no campo de refugiados, pouco ou nada foi feito e o drama adensa-se, numa europa cada vez mais perdida e com pouca capacidade de resposta a um problema sem fim à vista. Os acampamentos improvisados são autênticas bomba-relógio, sem condições e onde faltam bens essenciais. Há crianças a dormir em campas de cemitérios, completamente desnutridas. Este problema teve o início. Já passaram vários anos desde então, mas ainda estamos no início, porque colocar pessoas em campos improvisados sem condições, entre eles milhares de crianças, não é procurar nenhuma solução, mas sim tentar esquecer o problema, quando temos mecanismos para evitar tais situações humilhantes à vista de qualquer ser humano, que respeite talvez o princípio mais basilar da condição humana: o princípio da dignidade da pessoa humana.