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sexta-feira, 29 de junho de 2012

Proposta Contraproducente

   




   O Deputado Michael Seufert, do CDS, opinando sobre a classe jovem, propõe uma medida sem pés nem cabeça, da qual fico surpreendido por o conhecer e respeitar, mas a qual critico e discordo totalmente.
   Primeiramente, defende: "Entre estar desempregado sem apoio ou com um apoio fraco e ir trabalhar e poder fazer a diferença, acho que era preferível trabalhar". Acho este comentário recheado de um forte desconhecimento da realidade do país e da classe jovem, e começo achar que quem profere uma declaração destas não pode estar no caminho correcto, nem estar a perceber as necessidades da classe, apenas tenciona agravá-las. Conheço pessoas, de diversas áreas, que se deixam de receber no final do mês, entram em situação de incumprimento financeiro e em situação de emergência social, pondo em risco seu sustento e habitação. Continua achar que entre um desempregado com apoio fraco e um que pode ir trabalhar e fazer a diferença, sem apoio, é preferível ir trabalhar ? Acha que fazer a diferença num mês é possível (porque havia uma estimada amiga, que lhe dizia, que ao fim do mês o Senhorio espera a renda mensal) ? Não está a ter um pensamento de divisão de classes, ao pensar desta forma ? Acho que é preciso mostrar o outro lado.
   Conheço pessoas que não precisam de 500 euros ao final do mês, e essas não importam-se de  2 ou 3 anos para trabalhar e fazer a diferença e até pagar para ir trabalhar, como está acontecer, mas aquelas que precisam de 500 euros para pagar as contas ao final do mês, resta-lhes um mês para fazer a diferença ambicionada, e, nesse tempo, é impossível fazer a diferença que refere, apenas é possível fazer a diferença negativa nas contas, e, perceber que embarcando numa proposta como esta, completamente desproporcional, desnecessária e inadequada, seria desproteger ainda mais uma classe, e, aumentar o desemprego e a precariedade. Impressiona-me ouvir declarações destas, quando o Deputado Michael Seufert, sabe tão bem como eu, que, há de um lado e do outro problemas, e não se pode procurar a solução apenas pensando num lado, porque o equilíbrio aqui é fundamental, e, flexibilizar de forma abrupta e sem fiscalização, vai ser perigoso. A exploração da flexibilização e do emprego precário existe, e só não vê o cego, porque infelizmente não pode ver. O Estado deve fiscalizar mais, ou, vai perder o controlo desta flexibilização. Agora também existe pessoas que custam dinheiro aos empregadores, mas essas, neste momento, com a lei laboral aprovada, inclusive pelo PS (ainda existe ? ), não têm uma zona de conforto blindada, e, a qualquer momento, podem ser despedidas, de uma forma mais fácil e competitiva. 
   Em segundo, uma das formas de justificar a flexibilização da lei laboral é tornando público seu exemplo pessoal, não se importando de ficar fora da segurança social : "É provável que a reforma que vou ter quando chegar aos 60 ou 65 anos, se é que vou ter, seja insignificante ". Mais uma vez, não é feliz na explicação e, com uma reforma assegurada da Assembleia da República com apenas 29 anos, um salário elevado de Deputado, uma condição de vida estável, compara-se aos restantes jovens e oferece o seu exemplo para justificar uma questão demasiado complexa e que exige uma análise rigorosa e cuidada. 
   Em último, e, completando a infeliz entrevista que deu, defende um dos elementos mais fracos deste governo, senão for mesmo o mais fraco, o secretário de Estado da Juventude, Alexandre Mestre, defendendo que :"as pessoas têm sair da sua zona de conforto. A nossa geração é do Erasmus e da migração". Infelizmente, já não chegava as declarações infelizes e obscenas do Secretário da Juventude, e, para aumentar o impacto de infelicidade da declaração, o Deputado "Micha veio subscrever e acrescentar, falando por uma geração, que não se revê nas suas palavras, e, com agravante, de ser mais um representante nacional, a convidar as pessoas abandonarem o seu país. Como em outrora se disse, e, foi afirmado por outras pessoas em igual linha de pensamento, quem ensina deve ser o primeiro a dar o exemplo, logo, quem defende a emigração, como defendeu o Secretário Alexandre Mestre deve dar o exemplo e emigrar.
   Termino, esperando que o Governo, quando puder, demita o Secretário de Estado da Juventude, Alexandre Mestre, e, que o Deputado "Micha" volte atrás e pense duas vezes na medida, que a ser possível, teria de ser à sociedade na generalidade, nunca a uma classe, porque para além de estar a fazer uma divisão de classes, dentro da divisão formulada no seu pensamento (classe jovem, adulta, idosa), está a dividir a classe jovem (pobres e ricos), ao fazer esta proposta, que considero, mais uma vez, desadequada e desproporcional da realidade, e jamais, exequível e aplicável a uma classe.

domingo, 24 de junho de 2012

Médio Oriente

 


   Em outrora, urge perceber a revoltas populares que emergiram em países como Egipto, Tunisia, Bahrein, Argélia, Irão, Líbia, Jordânia, Síria, resultado da designada "Primavera Árabe", que detonaram regimes e ditadores como Kadafi e Hosni Mubarak, e , que vai estender-se, porque, na minha opinão, a Síria poderá ser alvo de intervenção militar se continuarem os massacres, tendo vários políticos já afirmado e defendido essa intervenção, entre eles, Shimon Peres, Presidente Israelense, sempre parcial e suspeito. Acho que, independentemente da intromissão de finalidades religiosas nos movimentos populares gerados, é preciso fazer uma distinção entre as pessoas com interesses políticos e religiosos em derrubar os regimes e as pessoas puras, que manifestaram-se com sentimentos de revolta pela opressão, condenação à pobreza, escravatura e instrumentalização dos ditadores sobre seus povos, para atingir seus principais fins.
   Ouvi e li, no momento da queda do regime de Mubarak, no Egipto, as declarações do Presidente do Parlamento Iraniano, Ali Larijani, que passo a citar : "Os acontecimentos na Tunísia e no Egito são uma chamada de atenção para todos os ditadores que permaneceram no poder oprimindo seus povos e ignorando os pedidos verdadeiros", em contraponto com aqueles que relacionam a queda do regime com base na influência do derrube da monarquia iraniana em 1979, que levou ao surgimento do actual regime islâmico, em diversos países árabes.
      Sem dúvida, que estes movimentos foram uma chamada de atenção para todos os ditadores, mas, simultaneamente, foram também uma "porta-aberta" de anos de espera, para radicais islamistas, ligados ao terrorismo, desequilibrados, que envelheceram por esta espera de poder. Lembro-me de ter estado no Centro de Imigrantes Ilegais, no Porto, onde conheci um estimado cidadão Árabe, que, sob um ponto de vista interessante, defendia o seu Estado, e, dizia que lutavam contra os Americanos. Este sentimento anti-americano constitui um das armas principais dos radicais islamitas para chegar ao ao desejado poder.
   Desde a queda do presidente egípcio Hosni Mubarak, ouvem-se relatos de cristãos enfrentando uma onda de ataques islâmicos, incluindo assassinatos, estupros, incêndios a igrejas e intimidação, o que deve ser alvo de atenção internacional, visto que preocupa a discriminação que està acontecer, e, que revela um retrocesso civilizacional, querido por muitos, mas esperado por poucos. Hà um artigo interessante escrito na NewsWeek, designada por "The Global War on Christians in the Muslim World" (A Guerra Mundial contra os Cristãos no Mundo Árabe), onde afirma-se que os cristaos estão sendo assassinados no mundo árabe devido à sua religião.
   Repetido episódio pode acontecer na Síria, com a queda do regime de Bashar Al-Assad, onde recentemente foi noticiado da forte possibilidade de represálias islâmicas. Duvido que, mesmo que haja derrube do Governo, a Síria se torne numa democracia, e, temo veementemente que os radicais, bem visíveis e bem financiados, tornem a Síria num local de culto, estagnem no tempo, acelerem um entre muitos dos seus objectivos: entrar em guerra com Israel e destruam o seu Estado. 
   Perante isto, será que a "Primavera Árabe" representa a reconstrução democrática ?
   Parece haver poucas dúvidas que a resposta é negativa, e, deve ser pensado o apoio a governos frágeis ou a movimentos revolucionários e radicais em nome da estabilidade internacional, visto que em alguns casos, gerou uma instabilidade permanente e de difícil resolução até ao momento. 
   Neste momento, assistimos ao crescente poder do fundamentalismo, da crença irracional, do fanatismo exacerbado, aliado ao radicalismo, e, não deixa de ser curioso e preocupante, que aqueles que iniciaram os movimentos na internet, nos facebooks, são agora alvo de marginalização.
    

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Grécia : Fantasma da Voz

 




   Eu não acredito, mas gostava de poder acreditar e quero poder acreditar que podem aparecer indícios fortes para eu acreditar que existe solução grega. Confuso? 
   Decorreram novas eleições. Protagonistas idênticos, partidos idênticos, negociações idênticas, pessoas a votar idênticas, opiniões idênticas, tensão social idêntica, 1º dia das 2ª eleições idêntico. Sendo assim, porque razão este hiato temporal de divergência entre o Pasok e Nova Democracia?    Gostava de saber o que pensou o Sr. Evangelos Venizelos, conhecedor profundo do Estado do seu país, líder Pasok e antigo ministro das finanças, ao não negociar mais cedo, só agora porquê, quando sabe, mais que ninguém, que tem um povo em sofrimento diário?
    É incompreensível e inquietante a falta de resposta, a falta de clareza, a falta de argumento, a falta de sentido de Estado, a falta de memória, a falta de sensibilidade, a falta de lealdade, a falta de respeito da classe politica grega. 
   Eu não acredito em fantasmas, mas ainda bem que eles existem, porque desta vez, salvaram a Grécia do afogamento, depois das sirenes terem soado interruptamente.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Porta do Cavalo

Desta vez foi o Jorge Silva Carvalho. E os outros, os seus pseudónimos 
   São 23:16 , e, se nos deslocarmos ao casino Estoril ou ao bar do Hotel Ritz, em Lisboa, encontramos o Senhor que mandou colocar o Jorge no SIED, lhe disse o que precisava, quanto pagava e o que fazer quando decidir, e, mais determinante, que havia uma garantia: emprego, que, mais tarde se comprovou, com a transferência, anteriormente acordada, para a empresa "Ongoing".
A famigerada "Porta do Cavalo" voltou, mas   não estava ?

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Sampaio da Nóvoa

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Retrato dos Tempos