Pesquisar neste blogue

domingo, 24 de junho de 2012

Médio Oriente

 


   Em outrora, urge perceber a revoltas populares que emergiram em países como Egipto, Tunisia, Bahrein, Argélia, Irão, Líbia, Jordânia, Síria, resultado da designada "Primavera Árabe", que detonaram regimes e ditadores como Kadafi e Hosni Mubarak, e , que vai estender-se, porque, na minha opinão, a Síria poderá ser alvo de intervenção militar se continuarem os massacres, tendo vários políticos já afirmado e defendido essa intervenção, entre eles, Shimon Peres, Presidente Israelense, sempre parcial e suspeito. Acho que, independentemente da intromissão de finalidades religiosas nos movimentos populares gerados, é preciso fazer uma distinção entre as pessoas com interesses políticos e religiosos em derrubar os regimes e as pessoas puras, que manifestaram-se com sentimentos de revolta pela opressão, condenação à pobreza, escravatura e instrumentalização dos ditadores sobre seus povos, para atingir seus principais fins.
   Ouvi e li, no momento da queda do regime de Mubarak, no Egipto, as declarações do Presidente do Parlamento Iraniano, Ali Larijani, que passo a citar : "Os acontecimentos na Tunísia e no Egito são uma chamada de atenção para todos os ditadores que permaneceram no poder oprimindo seus povos e ignorando os pedidos verdadeiros", em contraponto com aqueles que relacionam a queda do regime com base na influência do derrube da monarquia iraniana em 1979, que levou ao surgimento do actual regime islâmico, em diversos países árabes.
      Sem dúvida, que estes movimentos foram uma chamada de atenção para todos os ditadores, mas, simultaneamente, foram também uma "porta-aberta" de anos de espera, para radicais islamistas, ligados ao terrorismo, desequilibrados, que envelheceram por esta espera de poder. Lembro-me de ter estado no Centro de Imigrantes Ilegais, no Porto, onde conheci um estimado cidadão Árabe, que, sob um ponto de vista interessante, defendia o seu Estado, e, dizia que lutavam contra os Americanos. Este sentimento anti-americano constitui um das armas principais dos radicais islamitas para chegar ao ao desejado poder.
   Desde a queda do presidente egípcio Hosni Mubarak, ouvem-se relatos de cristãos enfrentando uma onda de ataques islâmicos, incluindo assassinatos, estupros, incêndios a igrejas e intimidação, o que deve ser alvo de atenção internacional, visto que preocupa a discriminação que està acontecer, e, que revela um retrocesso civilizacional, querido por muitos, mas esperado por poucos. Hà um artigo interessante escrito na NewsWeek, designada por "The Global War on Christians in the Muslim World" (A Guerra Mundial contra os Cristãos no Mundo Árabe), onde afirma-se que os cristaos estão sendo assassinados no mundo árabe devido à sua religião.
   Repetido episódio pode acontecer na Síria, com a queda do regime de Bashar Al-Assad, onde recentemente foi noticiado da forte possibilidade de represálias islâmicas. Duvido que, mesmo que haja derrube do Governo, a Síria se torne numa democracia, e, temo veementemente que os radicais, bem visíveis e bem financiados, tornem a Síria num local de culto, estagnem no tempo, acelerem um entre muitos dos seus objectivos: entrar em guerra com Israel e destruam o seu Estado. 
   Perante isto, será que a "Primavera Árabe" representa a reconstrução democrática ?
   Parece haver poucas dúvidas que a resposta é negativa, e, deve ser pensado o apoio a governos frágeis ou a movimentos revolucionários e radicais em nome da estabilidade internacional, visto que em alguns casos, gerou uma instabilidade permanente e de difícil resolução até ao momento. 
   Neste momento, assistimos ao crescente poder do fundamentalismo, da crença irracional, do fanatismo exacerbado, aliado ao radicalismo, e, não deixa de ser curioso e preocupante, que aqueles que iniciaram os movimentos na internet, nos facebooks, são agora alvo de marginalização.