Pesquisar neste blogue

sábado, 22 de junho de 2013

Polémica Funcionários Públicos





    E tudo isto começou mal, e parece que não vai acabar bem.
   Lembrar a forma como os funcionários públicos têm sido tratados é pôr a nu todo um tratamento e uma forma de comunicação e decisão política quase inexistente ou a existir, pouco inteligente, porque não se percebe a razão pela qual este tema tem sido tratado de uma forma tão leviana.
   Tudo isto começou com o corte dos subsídios de férias e de natal em 2011 pelo Governo. Em 2012, o Tribunal Constitucional chumbou o corte de ambos os subsídios. Perante isto, o Governo repôs um subsídio e continuo a cortar o outro, ou seja, em 2013, mais uma vez, a decisão do tribunal constitucional foi no mesmo sentido que a anterior, chumbando o corte no subsídio de férias. Então o que se fez? Pagou-se em duodécimos o subsídio de Natal, e, depois da decisão do tribunal constitucional, esse pagamento passou a ser do subsídio de férias, e assim em Junho (ou Novembro) só se pagará metade. Mas, uma coisa, as pessoas perceberam isso ? Porque razão se quer pagar em Novembro e não em Junho? (têm consciência que várias autarquias e outros institutos já pagaram e bem aos seus funcionários?).
   A questão dos duodécimos não pode ser equiparada a meio subsídio, porque na verdade, esse subsídio que estava a ser pago não era o subsídio de férias, mas sim o subsídio de natal, e nunca outra coisa foi explicada, e o subsídio de férias tinha sido cortado antes da decisão do tribunal constitucional.
   Depois disto, estão a ser pensadas medidas aplicar à função pública, como, por exemplo, o aumento do número de horas de trabalho semanal. Sou contra esta medida em específico, até prova em contrário, ou seja, se me conseguirem provar que a produtividade depende do número de horas de trabalho? Uma pessoa em 3 horas pode fazer mais que outra em 10 horas. Ainda recentemente numa sociedade de advogados um director da mesma virou-se para um estagiário e disse: "você fez mais em 2 meses do que muita gente aqui em 2 anos", o que comprova que a produtividade não depende do aumento do horário de trabalho, aliás isso pode influenciar negativamente a produtividade. Mais uma vez, pergunto: será que vamos voltar a regredir no tempo, e voltar a ter "operários" infelizes no trabalho e fechados 8 horas num "open space" a contar o tempo até que chegue a hora de porem-se andar dali ?
   Não consigo perceber porque razão este Governo trata os funcionários públicos desta forma e mais grave ainda, não lhes explica as medidas, quando na verdade são seus e também "nossa gente" e em vez de os avocar a si e tratá-los, decide afastá-los e discriminá-los, o que me parece pouco inteligente, possível mas cada vez mais limitado no tempo. Percebo que algo tem de ser feito, mas se o objectivo é pensar num futuro melhor para o país e para os funcionários públicos (que até agora tem sido em sentido contrário) pense-se numa séria reforma do estado com pés e cabeça e que trate com respeito tudo e todos.