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terça-feira, 9 de julho de 2013

(De)missão Paulo Portas






    A pergunta que faço: foi uma demissão de Paulo Portas ou por trás disto, havia uma missão?
   Começando pelo acto de demissão, e, embora simpatize com a pessoa em questão, acho que foi talvez dos piores momentos, senão mesmo o pior momento de Paulo Portas na vida política, porque escolheu mal o timing, entrou em contradição com o que tinha dito 15 dias antes ("pelo interesse nacional faremos tudo"), não consultou o partido e pôs em risco um país que vive dependente do que os outros vêem, e aquilo que se viu foi uma "zanga política". 
   O acto de demissão, segundo a comunicação social, deveu-se à escolha da ministra das finanças Maria Luís Albuquerque. Aqui, se tal informação foi verdade, o PSD agiu mal (inclusivé o Presidente da República) porque deviam ter consultado o parceiro de coligação, não estivessemos nós a falar de uma pasta decisiva para o país, mas não é motivo para abrir guerra a nível nacional, uma vez que o CDS definiu as condições em que aceitou fazer coligação, e se algo foi quebrado, só tinha de explicar e tornar público os factos, mas o que, mais uma vez o país assistiu, foi a uma espécie de ocultação de informação, que leva as pessoas a pensar que tudo isto foi um triste espectáculo. E Paulo Portas não soube usar a habilidade e inteligência que tanto o caracteriza, porque se o fizesse e falasse para as pessoas, talvez evitasse o caos político.
   Mas, este acto de demissão, que agora voltou a ser de reintegração, resolveu o problema?
  O CDS no governo também tem um grave problema de comunicação, espelhado neste momento de demissão e posterior reintegração. Quem assistiu a isto visto de fora pensa o seguinte: "olha pronto já resolveram o problema, mais uma pasta para este e outra para aquele e as coisas recompõem-se", ou seja, que esta zanga deveu-se a troca de lugares, a poder. Acho impressionante como é que ninguém explica às pessoas o que passa ou realmente passou, porque são elas que suportam as consequências destes actos. Mas, por outro lado e realçando esta crítica de falta de explicação e informação ao país, acho que Paulo Portas conseguiu cumprir a sua missão, colocar-se a vice primeiro-ministro e ter mais poder que o próprio primeiro-ministro.
   Não tenho dúvidas que o governo pode sair mais reforçado com esta remodelação, mas tenho dúvidas sobre a continuidade estável desta relação, desta coligação.