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quinta-feira, 11 de julho de 2013

Momento Cavaco Silva


   





   Por vezes, a melhor forma de tentar perceber este país é questionar: porquê só agora ? 
  O Presidente da República fez-me lembrar aquela pessoa que vai a um restaurante e pede um prato de valor elevado, e, não conseguindo pagar, no fim fica a lavar pratos, ou seja, arriscou como aqueles que em outrora arriscaram quando assinaram os famigerados contratos swaps. Foram muitas as reuniões com os partidos políticos durante este tempo, muitas foram as reuniões do Conselho de Estado, muitas foram as reuniões com os empresários, porquê só agora? Mas será que alguém acredita que o PS (que tem uma posição firme desde há muito tempo) vai aceitar coligar-se num governo de salvação nacional com PSD e CDS? O mais provável é o PS ausentar-se de um governo de salvação nacional (porque o seu líder infelizmente só vê eleições à frente, embora haja internamente outras pessoas com mais valor como António Costa), o CDS recusar governar nas mesmas condições que anteriormente existiam e o PSD dificilmente aguentará este governo pelo menos com os mesmos protagonistas. Acho que a ideia de um governo de salvação nacional é boa, mas não nesta fase, em que os comandos e os fuzileiros de ambos os partidos políticos já estão no terreno a disputar guerras internas e não existe diálogo, daí entender que com estes líderes políticos actuais, principalmente PSD e PS será quase impossível um governo desse tipo. Talvez com outro tipo de liderança ou protagonistas seja possível aplicar esta ideia, porque assim neste quadro actual é inexequível. Há quem diga que os políticos têm de ser responsáveis e entenderem-se, e acho que a maioria das pessoas pensa dessa forma, mas entre a teoria e a prática existe uma linha que os separa, e, pensar que vai haver essa responsabilização fica à observação de cada um, olhem para o que se tem vindo a suceder.
   Com este quadro político, o que poderá acontecer é estes sujarem os pratos, ou seja, rejeitarem, e aí terá de ser o presidente a lavar esses mesmo pratos sujos perante o país. E chegados a este ponto, coloca-se a questão: que independente pode assumir o país ? Não podemos esquecer o exemplo de Itália, onde o Sr. Monti nas últimas eleições conseguiu 10% dos votos, o que diz muito da opinião pública a respeito desse cenário. Mas, por outro lado, estamos em Portugal e pode ser que não se suceda da mesma forma, mas é um risco.