Ora, um cidadão comum faz algumas perguntas: como é possível abdicar da última tranche da troika (no valor de 2,6 mil milhões de euros) e ao mesmo tempo retomar medidas de austeridade (algumas já extintas e repiscadas agora novamente como o caso dos cortes entre 3,5 e 10% aplicados ao sector público, medida que o Governo chegou a substituir por cortes de 2,5 e a partir de 675 euros, mas que, mais tarde, o Tribunal Constitucional declarou inconstitucional)? Como é possível, depois de se anunciar uma medida de cortes, como por exemplo, esta que anunciou cortes de 3,5% a 10% sobre sector público, ao mesmo tempo, anunciar que já no próximo ano devolve 20% do seu valor ? Como é possível, depois de vários chumbos do Tribunal Constitucional, incidir-se, novamente, sobre diplomas similares, e, que, à partida, podem ser chumbados no Tribunal Constitucional? Como se explica que se corte sempre nos funcionários públicos de um lado, e do outro lado, continue-se a não ver um contrato das PPP (parceiras público-privadas) resolvido, continuando os seus dossiers a crescer em escritórios "acondicionados" ? Como é possível, a Ministra das Finanças - em dias que, após a notícia de rejeição do "cheque" da troika,os mercados e a bolsa nacional reagiram mal - vir dizer que Portugal vai sair intocável ?