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quinta-feira, 12 de março de 2015

Violência Doméstica: fim ao hábito

 
Denuncie a violência doméstica




    No dia 8 de Março, comemorou-se o dia da mulher, um dia com significado e representa uma luta histórica, ao mesmo tempo, que, a violência doméstica continua aumentar e a ser o crime que mais assola o nosso país. Em pleno século XXI, será admissível continuarmos a assistir a mulheres (as que mais são vítimas) terem de sujeitarem-se a serem agredidas, física e/ou psicologicamente por homens?
   Em Portugal, a violência doméstica exercida sobre as mulheres representou, infelizmente, um "costume" (uma prática que era constante), um hábito, onde a sociedade aceitava que isso acontecesse, em virtude do poder exercido pelo homem sobre a mulher, que hoje cada vez mais começa a ser partilhado, mas ainda longe de atingir a igualdade.
    A última vez que lidei com um caso de violência doméstica, a pessoa chorou à minha frente e tinha medo de fazer o que fosse, porque do outro lado estava uma pessoa agressiva, que "habituou-se" a ser assim, a ter uma relação de poder absoluto sobre a outra pessoa; "habituou-se" a falar alto; "habituou--se" a ser mal-educado; "habituou-se" a desvalorizar quem tinha a seu lado; "habituou.se" a decidir; "habituou-se" a não ouvir um "não"; "habituou-se" a ter sempre presente a pessoa que agredia; "habituou-se" ao hábito.
     Mas será um "costume" de idades, que apenas está reservado a certas gerações?
   Se partilhar um caso de uma mulher de 25 anos que, após uma discussão com o namorado, o mesmo lhe atirou um "candeeiro" à  cabeça, tendo de ser hospitalizada, percebe-se que não é um problema apenas de gerações, embora reconheça que houveram gerações onde esse hábito era assustador e completamente aceite pela sociedade, onde ninguém abordava o tema e o mesmo não era crime.
    Devemos continuar a lutar para que acabe o "hábito", porque é inadmissível a sujeição a tal hábito, porque nada justifica os maus tratos físicos ou psíquicos. Pegue no telefone e denuncie, não tenha medo. Basta ligar à polícia e denunciar, não é preciso fazer queixa, porque é um crime público.