Pesquisar neste blogue

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Disparates sobre Refugiados

  





  Bem, pensava que era apenas no Natal que se compartilhavam fotos do sem-abrigo, mas afinal percebi que também quando se fala de refugiados, é reavivada a memória e trazida a lembrança daqueles que andam vagueando pelas ruas de Portugal. Pena é que a lembrança seja apenas usada e trazida como arma de arremesso, e não como forma de mudar algo que já existe ou para melhorar a vida das pessoas onde molham a palavra. Os sem-abrigo são um problema social localizada em certas cidades do país, que tem muitas pessoas que todos os dias, no terreno, tentam melhorar e mudar a vida dessas pessoas. Por exemplo, o projeto "Welcome Home", que transforma sem abrigos em guias turísticos das cidades é um deles. Essas pessoas que compararam ou criticaram quem defende ou defendeu os refugiados com o exemplo dos sem abrigo já fizeram algo ou fazem para melhorar a vida dos sem abrigo? Comparar o problema dos refugiados com o dos sem abrigo é mesquinho, porque responder a um problema, não tem como consequência não responder ao outro. E aqui no caso dos sem abrigo é um mau exemplo, porque há boas respostas sociais no terreno, e falam com desconhecimento de causa. No caso dos refugiados, não há respostas nenhumas (estão ainda a ser preparadas).
   Mas, infelizmente os disparates estenderam-se  também a algumas pessoas que defenderam o acolhimento dos refugiados, nomeadamente no caso da União das Misericórdias e no caso da Cáritas. O caso da Cáritas é muito grave, e, aqui sim é talvez um dos únicos casos que vi que merece veementemente contestação, por ser um autêntico disparate. O disparate veio da boca do presidente da Cáritas, quando veio defender "a entrega das casas que por má sorte e sofrimento dos portugueses foram devolvidas ao bancos, fossem postas à disposição dos refugiados, sendo um grande gesto de altruísmo". Às vezes nem dá para acreditar nestas soluções propostas, por serem tão disparatadas. Se alguma vez isto acontecesse, haveria certamente tumultos sociais e, aqui com nítida sustentação, porque uma coisa é ajudar, outro coisa diferente é tirar a quem precisa para ajudar outrem que também precisa. Mas ainda há pouco tempo, antes das férias judiciais, foi votada uma proposta de lei para protecção da casa de morada de família e foi chumbada. A indiferença às questões da família em Portugal já não é de agora, e devia ser olhada como um caso sério pelos portugueses (mas não é, e na maioria dos casos por manipulação da informação e falta de debate na opinião pública sobre as propostas levadas a discussão e votação na A.R pelos partidos políticos), e, quando essa indiferença vem de uma instituição como a Cáritas, a preocupação ainda devia ser maior. O outro disparate veio da União das Misericórdias, quando questionado sobre a capacidade de acolhimento, disse: "A questão financeira não foi objecto das misericórdias. Veremos como isso se faz, o dinheiro sempre se arranja". Esta declaração acontece quando, em sentido contrário, todos tentam reunir esforços e parcerias para acolher os refugiados de forma concertada e dentro das suas possibilidades. Veja-se o exemplo de Penela, onde estão a tentar apoio das Nações Unidas, já têm o apoio da ADFP (Assistência para Desenvolvimento e Formação Profissional) e SEF, bem como estão a tratar de várias despesas serem pagas com candidaturas a fundos comunitários.