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domingo, 19 de fevereiro de 2017

Retrato de Dadaab



Refugiados de Dadaab



Campo de Refugiados de Dadaab , no Quénia





   Desta vez, foi no Quénia que o Governo tentou fechar o campo de refugiados de Dadaab, o maior do mundo, com cerca de 300 mil pessoas ali alojadas, mas, felizmente, o tribunal, numa decisão histórica e inédita, impediu o seu encerramento. A maioria são refugiados da Somália que fogem da violência, pobreza e da perseguição. Também aqui a comunidade internacional tem de procurar soluções de integração para estas pessoas, sob pena de clima de coação e pressão sob os refugiados continuar aumentar. O Governo do Quénia justifica o encerramento com o facto de este estar a ser usado por militantes islâmicos como campo de recrutamento. Mas se isto acontece, a melhor solução é encerrar e desalojar quase 300 mil pessoas? Pode considerar-se uma solução dar 335 euros a cada um e regressarem imediatamente ao seu país, não resolvendo em nada o problema? Esperemos que o Governo com esta decisão deixe de tentar o fecho do campo de refugiados, e, as Nações Unidas consigam (até aqui não conseguiram), juntamente com o Governo, encontrar uma solução, que evite o desalojamento.
   Um crise global e um dos maiores problemas do nosso tempo, que urge combater, e as Nações Unidas não pode nem devem continuar a ter um comportamento passivo, sob pena de o número de refugiados continuar aumentar (sendo já o maior desde da II guerra mundial). E questões como a solidariedade dos países mais ricos devem ser analisadas, pois são os países mais pobres que continuam alojar o maior número de refugiados.

Toca de Cavaco






   Cavaco Silva decidiu sair da toca para anunciar o seu livro "Quinta-feira e outros dias", num ataque pessoal a várias pessoas e a partidos, demonstrando mais uma vez (se houvesse dúvidas) que era a pessoa errada no cargo errado, principalmente no seu último mandato. O homem ressentido, amargurado e ferido politicamente, que até chega atacar Pinto Monteiro, o antigo Procurador Geral da República, é o retrato de quem tenta a todo custo fazer ajustes de contas politicamente, quando esta forma de fazer política está cada vez mais obsoleta e desgastada, e mesmo descredibilizada. Será que o país quer assistir a ataques pessoais entre Cavaco e Sócrates? Não favorece o PSD, partido que sempre representou, e, talvez seja mesmo o seu fim politicamente, de alguém que já estava com uma popularidade muito baixa (devido ao seu fraco desempenho em Belém) e agora, com este livro, consegue ainda ficar com pior imagem, e declarar ao país que já não está no pleno das suas capacidades, e é pena, porque poderia-se ter salvaguardado e ter-nos poupado a mais este triste episódio, completamente evitável.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Marcelo e a Alcateia







   A história é dura e ensinou-nos que, na política, os tempos de glória são difíceis de prolongar no tempo, não pela vontade popular, mas pela vontade individual e política daqueles que integram as fileiras dos partidos, sejam eles ou não apoiantes da pessoa. E quando se faz política para e a pensar nas pessoas isto era inevitável. Mas alguém que faça uma análise política mais profunda com conhecimento de causa acha que foram as declarações de Marcelo Rebelo de Sousa a defender Mário Centeno no caso CGD que levou à saída dos lobos todos da toca para atacar o Presidente? E há que realçar o facto de os Lobos terem saído todos ao mesmo tempo, em fila indiana, a ganir, e facilmente identificados, como quando as escolas vão em visitas de estudo com as crianças e levam todas um boné, por exemplo amarelo, para saber que são todos da mesma turma. 
   
   

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

Retrato do Tempo



Refugiado Sírio

Indulto Digno



Joaquim Silva, dono da marca Victor Emmanuel



   Joaquim Silva, o famigerado "Rei das Camisas" Victor Emmanuel, que estava preso em Custóias foi libertado por um indulto atribuído pelo nosso Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa. O que chama atenção neste caso, e deve levar-nos todos a reflectir, é se realmente faz sentido a obrigação de pagar ao Estado prevalecer sobre a obrigação de pagar aos trabalhadores? Neste processo, em que foi preso por não entregar cerca de 3 milhões ao Fisco e cerca de 1 milhão à segurança social, ficou provado que não beneficiou de um único cêntimo no que diz respeito a estas quantias que não foram entregues ao Estado, tendo sido canalizadas para pagamento de salários a trabalhadores e pagar a fornecedores.
   Um indulto justo, que para além deste facto, foi merecido por razões humanitárias, uma vez que, desde 2013, se encontrava doente, tendo sido mesmo considerado "inimputável", e tido um comportamento exemplar, que, infelizmente, nem sempre é acompanhado pela justeza das penas aplicadas.


domingo, 5 de fevereiro de 2017

Elogio a Justin Trudeau


Justion Trudeau , Primeiro-Ministro do Candá



   No meio da escuridão Americana, do caos no Médio Oriente e da incerteza na Europa, ainda existe esperança e ainda existem pessoas com o pensamento que nos trouxe até hoje, e uma dessas pessoas é Justin Trudeau, o primeiro ministro do Canadá, que disse publicamente: "para aqueles que fogem de perseguições, terrorismo e guerra, os canadianos vão receber-vos, independentemente da vossa fé. A diversidade é a nossa força". Não podia estar mais de acordo, e ficar feliz por saber que ainda existem pessoas com um pensamento solidário, que entendem que o combate ao terrorismo não se faz eliminando pessoas e barrando a sua entrada arbitrariamente, só porque tiveram o azar a má sorte de terem origem muçulmana, terem nascido no país que está em guerra e onde nasceu e prolifera o grupo terrorista ISIS. Este Decreto de Trump que impede os 7 países de origem muçulmana de entrarem nos E.U.A. é uma acto bárbaro, que agora foi travado e bem suspenso, mas que independentemente de isto ter acontecido, o povo tem rapidamente perceber a perigosidade de quem os lidera, sob pena de as consequências poderem ser devastadoras, similares a outros tempos, que assombraram milhares de vidas.