Cavaco Silva decidiu sair da toca para anunciar o seu livro "Quinta-feira e outros dias", num ataque pessoal a várias pessoas e a partidos, demonstrando mais uma vez (se houvesse dúvidas) que era a pessoa errada no cargo errado, principalmente no seu último mandato. O homem ressentido, amargurado e ferido politicamente, que até chega atacar Pinto Monteiro, o antigo Procurador Geral da República, é o retrato de quem tenta a todo custo fazer ajustes de contas politicamente, quando esta forma de fazer política está cada vez mais obsoleta e desgastada, e mesmo descredibilizada. Será que o país quer assistir a ataques pessoais entre Cavaco e Sócrates? Não favorece o PSD, partido que sempre representou, e, talvez seja mesmo o seu fim politicamente, de alguém que já estava com uma popularidade muito baixa (devido ao seu fraco desempenho em Belém) e agora, com este livro, consegue ainda ficar com pior imagem, e declarar ao país que já não está no pleno das suas capacidades, e é pena, porque poderia-se ter salvaguardado e ter-nos poupado a mais este triste episódio, completamente evitável.