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terça-feira, 9 de maio de 2017

(In)Sensibilidade Policial







   Há coisas que não nos podem ser indiferentes. Se por um lado, o papel da polícia é fundamental e merece todo o nosso respeito pela missão de garantir a segurança e paz pública, por outro também há situações em que deve haver bom senso e equilíbrio na tomada de decisões, principalmente quando estamos a falar de situações urgentes, que exigem um elevado grau de compreensão. Assistir a um casal de Bragança que saiu às 3 da manhã para chegar cedo ao IPO, porque tem uma criança com um tumor na cabeça, estacionar o carro num sítio que estava sujeito a multa, e ver o polícia imediatamente a multar, quando o senhor tentava explicar que teve estacionar porque o filho tinha ir para o tratamento de quimioterapia.
   Eu compreendi o trabalho do Polícia, mas compreendi ainda mais o caso do pai que teve de estacionar ali o carro, urgentemente, e garantir que o seu filho chegava a tempo ao tratamento, numa situação que deve ser sempre desculpável, apresentando prova no momento, e ter alguma sensibilidade, porque cada caso é um caso. Se há casos que merecem ser excepção ao código da estrada para a proibição de estacionamento são estes. porque está em causa a vida das pessoas, e essa também é uma obrigação do Estado: garantir cuidados básicos de saúde e imediatos para garantir uma vida, porque a saúde é o bem mais importante.
    A coima deve servir como uma repreensão ou um castigo para alguém que infringe a lei, mas também tem de medir a gravidade dos comportamentos sancionados e perceber se se enquadram no sentido e alcance da lei.