Bem, quando pensamos que já vimos tudo, afinal ainda não. Não vimos nada. Quando do outro lado está alguém que relata uma história passada num hotel, e refere que é digno de um filme, é ouvir e no fim dizer: "Isto aconteceu de verdade?". Resumidamente, um homem estava num hotel com a mulher grávida e uma filha menor. Entretanto a filha engraçou com uma rapariga (já adulta) que estava também hospedada no hotel, começou a falar com ela e queria inclusive conhecer o quarto dela. Quando estão as duas a falar, chega o pai da menor, e, para além de não parar de olhar a rapariga, entra na conversa. A menor a determinada altura diz para a rapariga :"vamos para o quarto, vamos as duas saltar para as camas". Nesse momento, diz o pai: "o pai também pode ir saltar com vocês?", não tendo obtido resposta. A mulher não estava. No seguimento disso, o pai e a menor acabavam por ir embora, ficando prometido pela rapariga que depois a menor ia conhecer o quarto. À noite, o pai vai levar a mulher grávida a dar uma volta e depois chega ao hotel, apercebe-se que a rapariga estava no bar, leva a mulher e a filha ao quarto, e desce. Vai ter com a rapariga, sempre olhando fixamente para a mesma, e, a determinado momento diz o seguinte: "posso ir saltar contigo para o teu quarto?". Bem, obviamente que a rapariga respondeu que não (já tinha demonstrado que não havia esse interesse anteriormente), e seguiram-se um conjunto de comportamentos e propostas por parte dele que resultaram em importunação sexual.
Quando, por vezes, desvalorizamos este tipo de crimes, estamos a desvalorizar as mulheres. Nos últimos três, o Ministério Público acusou 232 pessoas por importunação sexual, tendo sido instaurados 870 inquéritos.