Gran Vikas é simplesmente das pessoas mais extraordinárias que existe. Desde que conheci o seu trabalho, há bastantes anos, que foi impossível não deixar de acompanhar, e, o que o mundo precisa é de pessoas que entendam as suas comunidades e procurem responder às suas necessidades, estando junto delas, ouvindo-as e envolvendo as mesmas nos processos de construção da comunidade. É incrível todo o trabalho que tem feito pela sua pobre comunidade na Índia. Impossível esquecer quando os governantes para resolver o problema das mortes em idade precoce na comunidade colocaram sanitas na comunidade e os habitantes foram beber água, porque não sabiam para o que serviam. O que para uns é simples, para outros é complexo, e vice-versa. Cada vez mais o mundo actua assim: longe das pessoas, do contacto, da proximidade. Talvez esta seja uma das razões para não resolvermos os grandes problemas da humanidade. Mas se houverem mais Gran Vikas, mais próximos estaremos da solução. Todo o seu fantástico trabalho pode ser acompanhado em https://www.gramvikas.org/.
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sábado, 30 de novembro de 2019
terça-feira, 19 de novembro de 2019
Xenofobia a Jorge Jesus
São 23:00 horas, joga o Flamengo, e parece ser cada vez uma hora sagrada. Há uns tempos, quem diria que estaria diante da televisão a ver jogos do Flamengo de madrugada ou no dia a seguir, assistindo ao resumo do jogo? Tem um nome: Jorge Jesus. Ou melhor: estar num quarto de hotel, ligar para a recepção a pedir para mudar para o canal X, onde joga o Flamengo, e perceber que afinal são vários aqueles que já anteciparam o pedido. Mas será que existe o reconhecimento justo de todos os brasileiros pelo seu extraordinário trabalho ou este reconhecimento é apenas aparente (consumido pela xenofobia)?
Bem, não tinha ideia que o Brasil fosse um país tão xenofobo ou tivesse (melhor dizendo) ainda cinzas de comportamentos xenófobos, e isso é deplurável, em todos os sentidos. No último jogo do Flamengo, um jornalista chegou mesmo a tentar criticar Jorge Jesus, com questões complexas, claramente numa tentativa de rebaixar Jorge Jesus, só por não ter estudos e não ser brasileiro. Treinadores como Renato Gaúcho (Grémio), Vanderlei Luxemburgo (Vasco da Gama) ou Alberto Valentim Neto (Botafogo) deviam estar envergonhados pela forma como criticaram e rebaixaram Jorge Jesus, colega de profissão. A imprensa brasileira e alguns treinadores brasileiros que têm vindo desde do início a criticar Jorge Jesus deviam aprender que ser estrangeiro não é ser inimigo. Esse tempo pertence ao passado. O Brasil é um país magnífico, e é pena que, ainda tenhamos assistir a manifestações e comportamentos xenófobos, principalmente perante portugueses, como tem acontecido perante Jorge Jesus.
Jorge Jesus tem feito um trabalho maravilhoso. É impossível ficar indiferente ao trabalho que tem feito no Brasil. Para quem gosta de futebol, ver o flamengo jogar é um prazer. E o respeito tem ser transversal a todo o Brasil, porque a competência está lá, e quando a elevação acontece por mérito, merece o respeito de todos, sem distinção. Independentemente de tudo, Jorge Jesus saberá sempre que Portugal estará sempre a seu lado e no Brasil, cada vez serão mais aqueles que o apoiam, mesmo que ainda existam pequenos Bolsonaros entrincheirados, preparados para a qualquer momento, atacar o inimigo: o estrangeiro.
terça-feira, 12 de novembro de 2019
Magai Matiop Ngong
Aos 15 anos, Magai Matiop Ngong, no Sudão do Sul foi condenado à morte, e encontra-se aguardar a execução no corredor da morte. Chocante. O crime foi acidental. Magai disparou para o chão em detrimento de uma discussão entre um primo e um vizinho, e a bala fez ricochete e feriu mortalmente o seu primo. Em 2017, o juiz condenou-a à morte por enforcamento. Não teve direito a advogado. Só com a intervenção das Nações Unidas foi possível ter contacto com um advogado. Segundo o direito internacional e ao abrigo das leis do Sudão do Sul (por incrível que possa parecer) ninguém pode ser condenado à morte se tiver menos de 18 anos.
Não se executam crianças. Continuamos a falhar a nível internacional, a todos os níveis. Pensar, em pleno século XXI, que existem países que condenam crianças à pena de morte é perturbador. E constatar o não acesso aos seus direitos mais básicos, como ter direito a um advogado, é silenciar a dignidade humana. Que tremenda injustiça.
Espanha: PSOE e Podemos?
No fim, quem decide são as pessoas. Os eleitores espanhóis deram, mais uma vez, uma lição aos políticos: entendam.se. Parece terem chegado ao fim as maiorias absolutas no sul da europa e uma nova era de pactos e coligações exige dos políticos entendimentos patriotas. Em abril, ficou tudo bloqueado e não houve entendimentos para uma maioria parlamentar. Agora, depois de atacaram-se mutuamente, o PSOE e Podemos vão finalmente chegar a um acordo (mesmo assim, são 155 deputados contra os 176, ou seja, necessitam ainda de mais apoios) ? Isto que revela que as divergências políticas existem até ao limite da sobrevivência política. Mas acreditar neste acordo para quem conhece minimamente os dois partidos é como acreditar num num elefante andar de mota.
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