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segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Confinamento estranho




Este confinamento tem sido estranho desde do início. Ontem, todos assistimos ao aglomerado de filas e filas para votarem e ainda não ouvimos qualquer palavra de censura a repudiar tais aglomerados. Assistimos a um jantar do partido político Chega que juntou 170 pessoas em Guimarães. Fui durante a semana a uma bomba abastecer o carro e eram só pessoas a fumar e a tomar o café da parte de fora e a conversarem uns com os outros. Saímos para ir à mercearia (que voltaram aos tempos da década de 80) e temos de nos desviar das pessoas em passeios higiénicos, a correr e com o cão (em aglomerados). Vemos os transportes públicos cheios de gente. Passamos perto de uma escola e vemos os alunos em aglomerados de 5. E por aí ainda conseguimos ver pessoas sem máscara. Infelizmente já tive de confrontar gentilmente uma senhora que estava sem máscara à minha frente num local, a qual justificou que estava com comichão no nariz. Eu compreendi delicadamente o seu surto de comichão mas fiz entender que o surto de covid-19 era pior, que fizesse o favor de colocar a máscara que era perigoso. Não gostei de o fazer porque não sou fiscal, mas há pessoas que não entendem a realidade e complexidade do problema do país. Podemos e devemos aplicar medidas mais duras e fiscalizar, mas se a responsabilidade de cada um não mudar, continuaremos a lutar contra o tempo. E há uma coisa: aqueles que cumprem e são extraordinários a cumprir (respeitando todos os profissionais de saúde) não poderão pagar por aqueles que voluntariamente não querem cumprir. Ninguém quer ou pretende ter um país parado e/ou fechado, mas o que não podemos ter é um país sem pessoas, sem as suas gentes.