Em Portugal, hà coisas que percebe-se não serem aceites, mas já há outras para as quais não encontramos razões credíveis para não serem aceites. Hà pouco tempo, em Lisboa, numa conferência sobre Educação, e no momento em que falava Deputado Bravo Mico, com meu merecido respeito, do Ps, ficava estupefacto como se pode defender a escola pública como modelo, em vez de sermos sérios e dizer que o modelo tem falhas e tentar combatê-las ou encontrar melhor soluções para, em contrapartida, se oferecer um melhor ensino. Não tenhamos reservas, e digamos a verdade ou então explique-se a razão pela qual os colégios alemão e ingleses são melhores que as escolas públicas defendidas pelo Ps de forma intransigente ? Olhe-se para onde estão os bons exemplos da sociedade e deixemos de criar ilusões e seguir-nos pelos maus exemplos. Eu já estava tão emocionado e ao mesmo tempo perturbado a ouvir o discurso Ps sobre Educação, com o qual discordo 99,9%, que quando o Deputado começou a falar das novas oportunidades, a minha intervenção passou a ter um carácter obrigatório, um carácter civil. Hoje, este programa “Novas Oportunidades”, este método eficaz de enganar as pessoas, está contribuir apenas para falta de prestígio da nossa educação, para a falta de rigor ou será que existe alguém, algum ser humano capaz, que consiga explicar como é que num semestre lectivo, com uma avaliação traduzida na apresentação de um trabalho, uma fiscalização desse trabalho por pessoas suspeitas (poder viciado antes mesmo de se proceder à fase da descentralização desse mesmo poder para autarquias locais) se consegue obter um grau, obtido normalmente em 3 anos? O PS, porque é quem está no Governo e tem seguido esta política na Educação, se quer apostar na escola pública tem de apostar com rigor, com fiscalização e com exigência, porque este programas como o “Novas Oportunidades” são uma boa forma de esquecer a escola pública, o tal modelo tão defendido pelo Ps e são uma alternativa “gratuita”, sem contrapartida do aluno, de facilitismo para todos aqueles que não queiram a exigência, o rigor e o saber, porque como já diziam outros , noutros tempos, “o saber ocupa lugar” não é Sr. Eng. José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa ?