Choca-me ouvir falar de um cidadão que nos pertence deixado sem vida ao relento num qualquer pais para onde foi procurar trabalho e, na maioria, por desconhecimento das leis laborais e regras de segurança, acaba encruzilhado numa teia empresarial ilegal e detida por empregadores criminosos, que sujeitam trabalhadores a trabalhos que sabem ser perigosos, sem protecção, violando leis, e com conhecimento de todos os seus procedimentos desconformes com a lei. O caso recente do cidadão português que faleceu posteriormente a ter sido deixado, de forma desumana e com consciência do que fazia, pelo seu empregador num local escondido, com intuito de ocultar o que se passou, revelou que o Estado devia estar mais atento a estas situações e acompanhar estes casos, bem como o recrutamento feito em Portugal por empresas estrangeiras, que fornecem emprego precário e falso, e, em diversos casos, ilegal e praticando escravatura.
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domingo, 26 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
Código de Deontologia só para alguns advogados.
O Código Deontológico dos Advogados devia ser para todos os inscritos na Ordem dos Advogados e licenciados em Direito, mas parece que existe aqui mais uma excepção à regra, mas não consagrada. Porque, vejamos o caso do advogado Ricardo Sá Fernandes, actual advogado de Carlos Cruz no Processo Casa Pia. No final do ano de 2002, este era advogado da TVI, e, em Fevereiro de 2003, assume a defesa de Carlos Cruz. Pediram explicações à Ordem dos Advogados, o que resultou no seguinte parecer : "Ser incompatível o exercício de patrocínios, aconselhando-o abdicar de ambos", ao que o Dr. Sá Fernandes responde: Este parecer foi ultrapassado e concluiu-se que o meu comportamento não violou qualquer norma dos estatutos e, por isso, nunca me instaurou processo disciplinar". Ate o Juiz Rui Teixeira pediu explicações à ordem, que em Maio, o mesmo conselho que achou ilegítimo e o convidou abandonar os dois patrocínios, foi o mesmo que neste parecer de maio achou legitimo, revogando a anterior decisão.
Analisando a questão, auxiliando-me na lei, o artigo 94.º n.º1 do Código Deontológico, diz o seguinte: "O advogado deve recusar o patrocínio de uma questão em que já tenha intervindo em qualquer outra qualidade ou seja conexa com outro que represente, ou tenha representado, a parte contraria" e n.º5 diz : "O advogado deve abster-se de aceitar um novo cliente se tal puser em risco o cumprimento do dever de guardar sigilo profissional relativamente aos assuntos de um anterior cliente, ou se do conhecimento destes assuntos resultarem vantagens ilegítimas ou injustificadas para o novo cliente".
Afirma-se que o Dr. Sá Fernandes conhecia as testemunhas em detrimento de ser advogado da TVI, o que a Ordem dos Advogados recusou aceitar recentemente, mas que, no inicio do processo emitiu parecer a convidar o advogado a recusar os patrocínios.
Isto prova que, o Código de Deontologia, que regula o exercício da profissão dos advogados (caso contrario, seria uma anarquia), apenas existe para alguns advogados.
Nestas questões, o Sr Bastonário tenta fugir e ocultar a palavra, mas se em causa estivesse um advogado estagiário ou um advogado jovem seria um ataque veemente, porque estava em causa um jovem. Um amigo meu dizia, com verdade: "Quando quiserem justificar a existência das ordens profissionais por apelo à razão de "ser necessário haver uma instituição que zele pelo cumprimento das regras deontológicas" e porque é necessário proteger as pessoas blá blá blá, pensem duas vezes".
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
"Quando vivia fora e vinha a Portugal para algumas reuniões, ficava desmotivado em menos de 2 dias"
"Actualmente, um dos países onde tenho estado a trabalhar é na Polónia, onde encontro uma realidade que chega a espantar. No outro dia visitei um escritório que tinha cerca de 80 postos de trabalho, e, nem metade estavam ocupados. Perguntei onde estavam as pessoas e a resposta foi: não sei. A política não é que as pessoas cumpram horários e presença, mas sim que cumpram objectivos. Não lhe interessa à administração por onde andam as pessoas, mas sim quem está a cumprir com os seus objectivos. Quem não cumpre é chamado a justificar-se.
A realidade em Portugal, e tão diferente neste aspecto. Fala-se muito em teletrabalho, mas na verdade esse conceito não está bem visto pela sociedade. Aquele que não aparece no escritório e que não fica até às tantas da noite é um mandrião. Temos de começar a trabalhar com objectivos e deixar de estarmos preocupados com o cumprimento de um horário de escritório. É esta a responsabilidade que muitos não querem assumir. A motivação também é chave, para podermos trabalhar mais, e com mais prazer. Quando vivia fora e vinha a Portugal para algumas reuniões, ficava desmotivado em menos de 2 dias. A falta de motivação sentia-se no escritório e nas pessoas. Enquanto andarmos a fazer de conta que trabalhamos, não vamos sair do mesmo, e isto não é o governo que vai resolver".
by Fundador e Líder Executivo da Zonadvanced - Grupo First
Subscrevo, e, decidi colocar este artigo porque vale a pena as pessoas reflectirem sobre isto, porque, para mim, um dos nossos atrasos e desemprego reside neste aspecto. Há uns dias, perguntava ao Pedro Santos Guerreiro, Director do Jornal de Negócios, a razão pela qual os quadros qualificados em Portugal terem um espaço reduzido e, serem explorados no mercado de trabalho, devido à sua condição prematura, mas pela qual todos passam, ou alguém nasce ensinado e já capacitado para as suas funções ?
Neste artigo refere-se que a maioria dos escritórios não trabalham por objectivos, e, percebo e entendo perfeitamente este raciocínio ancestral do mercado português, de quem prefere ter donas de casa desesperadas a ter quadros qualificados, porque o autoritarismo e a escravidão laboral são marcos de um passado lavado em cinzas, que ainda existe. Mas, para produzir prova, nada melhor que lembrar como chegamos até aqui, e, perceber se funcionou e se esse é o caminho.
sábado, 11 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Obrigado Marcelo e Júlio
Uma conversa informal, de duas pessoas fantásticas, que fizeram da noite de ontem um lugar alegre, familiar e único. Na partilha, o que raramente acontece, os dois oradores conseguiram transmitir seus percursos de vida de forma sincera e leal perante uma plateia diversificada, mas interessada e que colaborou para a noite de ontem ter sido para mais tarde recordar. Por vezes, penso cá para mim e não tenho dúvidas em afirmar, que, das coisas que melhor um ser humano tem, é a sua partilha, e fazê-lo com os outros é uma acto de enorme hombridade.
Sempre exprimi que nutro admiração pelo Professor Marcelo, e foi interessante perceber o seu percurso que desconhecia, de quem veio da classe media baixa e, no pós 25 de Abril passou para a classe alta, tendo lutado sempre pelo seu objectivo: ser professor catedrático. Não é por acaso, que conseguiu colocar, de novo, o jornal de domingo da TVI no topo das audiências, sendo um caso único a nível mundial, de um comentador que durante 40 minutos consegue liderar audiências e bater as famigeradas telenovelas. Impressiona os media no estrangeiro, segundo disse o Júlio, mas não impressiona quem conhece o professor.
Júlio Magalhães voltou definitivamente ao local que nunca abandonou e sempre o apaixonou: a cidade do porto. Partilhou ter sido uma pessoa de sorte na vida, porque fez sempre aquilo que gostou e ganhou muito dinheiro a fazer o que gosta.
Valeu a pena!
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