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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

"Quando vivia fora e vinha a Portugal para algumas reuniões, ficava desmotivado em menos de 2 dias"

"Actualmente, um dos países onde tenho estado a trabalhar é na Polónia, onde encontro uma realidade que chega a espantar. No outro dia visitei um escritório que tinha cerca de 80 postos de trabalho, e, nem metade estavam ocupados. Perguntei onde estavam as pessoas e a resposta foi: não sei. A política não é que as pessoas cumpram horários e presença, mas sim que cumpram objectivos. Não lhe interessa à administração por onde andam as pessoas, mas sim quem está a cumprir com os seus objectivos. Quem não cumpre é chamado a justificar-se.
A realidade em Portugal, e tão diferente neste aspecto. Fala-se muito em teletrabalho, mas na verdade esse conceito não está bem visto pela sociedade. Aquele que não aparece no escritório e que não fica até às tantas da noite é um mandrião. Temos de começar a trabalhar com objectivos e deixar de estarmos preocupados com o cumprimento de um horário de escritório. É esta a responsabilidade que muitos não querem assumir. A motivação também é chave, para podermos trabalhar mais, e com mais prazer. Quando vivia fora e vinha a Portugal para algumas reuniões, ficava desmotivado em menos de 2 dias. A falta de motivação sentia-se no escritório e nas pessoas. Enquanto andarmos a fazer de conta que trabalhamos, não vamos sair do mesmo, e isto não é o governo que vai resolver".


by Fundador e Líder Executivo da Zonadvanced - Grupo First





Subscrevo, e, decidi colocar este artigo porque vale a pena as pessoas reflectirem sobre isto, porque, para mim, um dos nossos atrasos e desemprego reside neste aspecto. Há uns dias, perguntava ao Pedro Santos Guerreiro, Director do Jornal de Negócios, a razão pela qual os quadros qualificados em Portugal terem um espaço reduzido e, serem explorados no mercado de trabalho, devido à sua condição prematura, mas pela qual todos passam, ou alguém nasce ensinado e já capacitado para as suas funções ?
Neste artigo refere-se que a maioria dos escritórios não trabalham por objectivos, e, percebo e entendo perfeitamente este raciocínio ancestral do mercado português, de quem prefere ter donas de casa desesperadas a ter quadros qualificados, porque o autoritarismo e a escravidão laboral são marcos de um passado lavado em cinzas, que ainda existe. Mas, para produzir prova, nada melhor que lembrar como chegamos até aqui, e, perceber se funcionou e se esse é o caminho.