Talvez, sem muitas dúvidas, integre o elenco dos melhores políticos no activo na vida política em Portugal. As pessoas podem não gostar, mas estamos perante um político, na essência da palavra. Como, quer se goste ou não, José Sócrates também o é, por exemplo, embora possamos discordar ou concordar com as suas políticas. Ao contrário, e em sentido oposto, vejamos o exemplo de um fraco político, como António José Seguro e, num patamar mais elevado e sem comparação sequer a Seguro (porque este é mesmo muito fraco), mas mesmo assim muito longe de Portas e Sócrates, temos o exemplo de Passos Coelho.
Se olharmos para Vítor Gaspar, por exemplo, visualizamos uma nulidade em termos políticos, de quem não é sequer assumidamente político, mas está num cargo político e não sabe viver e perceber a política, que se faz essencialmente para as pessoas. Quando revelamos uma medida ao país, o que se deve fazer é explicá-la, e aí Paulo Portas entende e sabe falar para as pessoas, de uma forma responsável, directa e objectiva, coisa que surpreende o PSD ainda não se ter apercebido, nem aprendido.
No que concerne ao facto de estarmos perante um governo de coligação, pode ser "estranho" o facto de em termos formais dever ser o 1.º Ministro a explicar as medidas ao país, mas na realidade, em termos substanciais ser Paulo Portas a falar para as pessoas, a explicar o que se passa, a explicar o que aconteceu, a explicar medida a medida. Mas, por outro lado, mais vale haver alguém que consiga falar e explicar algo às pessoas - mesmo que esse alguém não seja Paulo Portas - do que continuar-se assistir ao surgimento de medidas que afectam a vida dos portugueses, sem nenhuma e qualquer justificação, o que não é correcto nem favorece o Governo.
Não se consegue perceber a razão pela qual este Governo ainda não tem um porta-voz, como tinha o PS, no tempo de José Sócrates, porque seria bom a nível nacional e a nível externo, e resolveria o problema político, que é o drama deste Governo.
Não se consegue perceber a razão pela qual este Governo ainda não tem um porta-voz, como tinha o PS, no tempo de José Sócrates, porque seria bom a nível nacional e a nível externo, e resolveria o problema político, que é o drama deste Governo.