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quarta-feira, 29 de junho de 2016

Declarações Junker



Jean Claude Junker, Presidente da Comissão Europeia



   As declarações do Presidente da Comissão Europeia Junker num claro tom de azia para com os Eurodeputados Britânicos do UKIP ("Porque é que estão aqui"?) foi a prova de que esta Europa está à deriva e que necessita urgentemente de líderes, e de uma nova forma de pensamento europeu. Porquê só agora se lembrarem do UKIP? Como é possível os líderes europeus não estarem preparados para uma decisão destas do Reino Unido? E mais grave, como é possível desvalorizarem tanto uma decisão que foi de um nação, de um povo?
   Concordemos ou não, foi uma decisão que tem de ser respeitada, e, quando um presidente da Comissão Europeia se dirige a um Eurodeputado de um país que defendia outra tese diferente da sua, e o convida a sair por essa mesma tese ter sido vencedora é um sinal de outros tempos, mas certamente e jamais será de um tempo democrático.


domingo, 26 de junho de 2016

Portugal (des)afectado

Mário Centeno, Ministro das Finanças de Portugal




     Até que ponto o Brexit pode ter impacto em Portugal?
   Bem, nenhum grande líder europeu se atreveu a dizer que o seu país estaria seguro perante o Brexit, excepto Portugal. Se estávamos preocupados com o Brexit, o nosso Ministro das Finanças Mário Centeno disse para deixarmos de estar, porque, segundo ele: "os cofres estão cheios e vão aguentar a turbulência do Brexit". Caso para dizermos : "Ah grande Centeno, estavas tão bem calado".
   Mas se há declaração irresponsável e que neste momento não se devia proferir era esta, devido ao momento de incerteza que o Reino Unido enfrenta, sem ser possível sequer fazer previsões a dias, quanto mais a meses ou anos, e,  ainda mais, quando ter os cofres cheios aqui para o caso jamais poderá evitar o efeito contágio do Brexit, que poderá ser explosivo, por exemplo, no sector empresarial. Mas, felizmente, os portugueses lembram-se bem das recomendações recentes de determinados políticos em momentos importantes, como por exemplo, aconteceu com a queda do BES, quando o antigo Presidente da República, Cavaco Silva, veio defender publicamente que o banco estava sólido e que não nos devíamos preocupar (até podíamos comprar), e passado uns meses, deu-se o colapso. E alguém foi responsabilizado por essas declarações? Nao, porque em Portugal existe essa liberdade política, de dizer-se tudo, haja ou não interesses envolvidos, sem ter nenhuma penalização, a nível nenhum, nem político.
   
   

Portugal, até os comemos :)






   Quando nos picam, quando dizem que não somos favoritos, quando nos pisam, quando dizem que não valemos nada, quando dizem que nem merecíamos passar, quando dizem que não jogamos nada, quando dizem que jamais iremos passar é quando nos levantamos e juntos vamos para cima deles, e mostramos que toleramos tudo menos que insultem o nosso país e rebaixem as nossas gentes.
   Sr. Fernando, seleccionador de Portugal, eu sei que foi por acidente, que não estava nos planos o Sr. Moutinho se lesionar, mas já que aconteceu (e ainda bem), deixe o Adrien lá dentro e diga ao Mestre Renato para jogar e mais nada, nem precisa de indicações, basta colocá-lo lá dentro. Se perguntar ao André Gomes, até o próprio deve dizer que neste momento tem de jogar o Mestre Renato Sanches. Faca isso e ninguém nos pára, vemo-nos na final.


sexta-feira, 24 de junho de 2016

Vitória Brexit








     Surpreendentemente chocado. Em primeiro lugar, não pela vitória do Brexit apenas, mas por tudo o que este engloba, e pelas consequências e seu efeito contágio a uma União que jamais será a mesma, e que, mesmo estando mal, certamente ficará pior.
   O choque acontece, quando após a vitória do Brexit, e durante a campanha miserável à volta deste, ouvimos todo o tipo de pessoas apelar ao nacionalismo, com conteúdos profundamente racistas e xenófobos, tendo sido esse um dos argumentos usados, senão o principal para a vitória do Brexit. Se os Britânicos criticam todos aqueles que vão para o seu país em busca de trabalho ou de melhor estudos, também deve saber que beneficiaram e beneficiam muito com isso, e que, a ideia da Europa também foi essa, daí se ter instituído o princípio da livre circulação de pessoas. Jamais pensei, vindo de um povo que sempre tive em excelente memória, faltarem ao respeito a todos os imigrantes (onde nos lembramos logo dos nossos portugueses) que vivem no seu país, e essa foi a imagem que ficou da pobre campanha, uma imagem que o mundo registou e lamentou. Hoje li que num balcão de um restaurante Londrino, estava um cartaz escrito à mão de alguém com o seguinte conteúdo: "Se você gosta dos nossos funcionários, vote permaneça" (todos os funcionários são imigrantes europeus). E isto ilustra bem a vontade dos Britânicos (que votaram no Brexit) em mandar embora todos os imigrantes, em homenagem a um nacionalismo que, reza a história, nunca foi bom conselheiro. Mas aqui a Europa tem muitas culpas e os seus líderes europeus, que fecharam os olhos ao que se ia passando noutros países, como por exemplo na Hungria, onde se construíam muros nas fronteiras para impedir a passagem dos imigrantes ilegais, e nunca fizeram nada nem nunca houve uma voz firme, que se ouvisse dentro da Europa.
   Outro argumento invocado tem a ver com a soberania (embora tenha sido pouco debatido), e aqui, já são muitos países (senão mesmo a maioria ou mais) a pensar da mesma forma, mas não procurando a mesma solução: saída da U.E. A forma como a União Europeia decide as matérias; a forma como controla os Estados através dos seus programas sem consultar ninguém (que se sobrepõem aos dos Estados), e principalmente a forma como elege quem nos representam são problemas cada vez mais audíveis no seio de diversos países, porque afastam o povo das decisões e impedem os cidadãos de aceder a cargos que deviam ser para todos, e não apenas para alguns. Mas quem não concorda com isso? Acho que a maioria, mas porque não mudar as coisas internamente em vez de abandonar o barco? A União Europeia já há muito que anda sem rumo, e basta ver esta questão dos refugiados, que ilustra bem o fracasso de liderança europeia, onde não existe tomadas de posições firmes, e quando é preciso resolver algum problema para amanha, agenda-se uma reunião para daqui a um mês ou dois.
    Outro argumento a favor dos que defendem o Brexit (também pouco debatido) foi a questão da Turquia, e aqui existe também alguma lógica, mas outra vez, o Reino Unido ao abandonar escolhe o caminho mais fácil, e se todos agissem ou agirem assim, seria ou será o fim. Mas esta questão pode ser abordada de duas formas: como uma preocupação em detrimento do problema do terrorismo existente na Turquia ou simplesmente mais como uma vaga de imigração que será mais uma ameaça para o Reino Unido. Se for vista apenas como uma ameaça de imigração, é mais do mesmo, e é o argumento Donald Trump no seu melhor e é argumento contrário a tudo aquilo que esteve na base da construção Europeia. Se for vista como um problema do terrorismo, aí acho que existe alguma lógica, e que poderá ser um problema mesmo para a União Europeia, que acredito que não será resolvido a curto prazo, mas sim a longo prazo, não prevendo que a entrada da Turquia na U.E. seja para breve. Mas também é importante frisar que, seja qualquer das razoes, há demagogia na invocação deste argumento, porque a Turquia já apresentou sua candidatura de adesão à União em 1987, e está longe, muito longe, de haver fumo branco.
    David Cameron arriscou demasiado, e serviu de lição para muita gente, porque certamente jamais esperaria que tal manobra política tive este desfecho. Apresentou a demissão e não tinha outra saída. Muitos problemas se levantarão a partir de hoje. Ha coisas boas que poderão acontecer a longo prazo, mas colocando a balança em cima da mesa, serão mais as más. O presidente dos E.U.A, Barack Obama já tinha deixado o aviso há uns dias: "Se ganhar o Brexit o Reino Unido irá para o fim da fila, e vão passar vários anos até que o país consiga assinar um acordo de livre comércio com os E.U.A.". O Reino Unido também deixará de ter acesso a financiamento europeu, que hoje é garante de milhares de empregos, bem como um motor importante no desenvolvimento do país. Mas mais que analisar as consequências, é também o efeito contágio deste Brexit. As eleições em Franca serão já no próximo ano, e Le Pen se ganhar, poderá ser mais um problema para a Europa. O efeito contágio será inevitável, e, senão houver uma refundação da Europa, este modelo esgotar-se-à e assistirmos à sua queda como quem assiste à queda de um mártir.




quinta-feira, 23 de junho de 2016

Brexit


Margaret Thatcher, líder do Partido Conservador Britânico em 1975



   Será hoje o início do fim da União Europeia? Será possível haver Europa sem o Reino Unido? Será que o risco de perder o partido sobrepôs-se ao risco de sair da U.E.? Será que o referendo foi a utilizado como instrumento de consulta popular excepcional ou como manobra política? Será que o efeito Donald Trump chegou ao Reino Unido?
  O Reino Unido é hoje um país completamente divido, e a estratégia adoptada pelo Partido Conservador talvez tenha sido um acto precipitado, uma espécie de fuga para a frente em detrimento das alegadas e visíveis pressões internas. David Cameron teve decidir: entre risco de perder o partido ou sair da União Europeia, tendo ficado refém e prisioneiro da sua promessa eleitoral. Esta decisão, e seja ela qual for, já terá danos irreversíveis numa Europa cada vez menos fortalecida. Se ganhar mesmo o "não" será um terramoto sem ser possível contabilizar sequer as mortes e os feridos, porque serão milhões de povos que verão suas vidas mudar e poderá ser o início do fim da Europa de Robert Schumann. 
    A crescente xenofobia e discriminação dos povos, em paralelo com o ideia do que esta crise será permanente e sem solução à vista, está criar um efeito Donald Trump no Reino Unido, onde cada vez mais a ideia de fechar as fronteiras e hostilizar os imigrantes é um caminho a seguir, aproveitando esta crise dos refugiados para a estender à imigração europeia, sendo este um mote perfeito para acordar os eurocéticos e mandar embora também todos aqueles que não são seus nacionais. E a recente morte de Jo Cox, uma deputada britânica e defensora da permanência do Reino Unido na Europa, é um sinal desse movimento, que deve ser evitado e "aniquilado" a todo o custo.
   Todos devemos repensar estas formas de utilização dos instrumentos de consulta popular, porque cada vez mais estas são utilizadas como manobras políticas (seja porque foram promessas eleitorais ou porque fazem parte de uma estratégia política) e não como último recurso ou como forma excepcional. E isto é preocupante, porque quando assim é, duvido que os interesses dos povos e das suas comunidades sejam prioridade, mas antes estão subordinados ao interesse político, o que fragiliza e acaba mesmo por desvalorizar a própria democracia directa.
   O melhor é termos o Reino Unido na Europa, e todos nós esperamos que se repita o resultado de 1975, quando o partido trabalhista de Harold Wilson (também fazendo jus a uma promessa eleitoral) realizou um referendo sobre a presença do Reino Unido na CEE, tendo ganho os defensores da permanência. Até Margareth Thatcher, um ícone do partido conservador, foi uma defensora da permanência do Reino Unido, e, mesmo tendo um partido com opiniões opostas, soube sempre manter a posição firme e coerente. Embora hoje a Inglaterra esteja mais dividida, juntamente com o País de Gales, sendo que a Escócia e a Irlanda do Norte são as que se mostram mais estáveis à permanência.
    


sexta-feira, 17 de junho de 2016

OPSS autentica desigualdade social

   




   O observatório português dos sistemas de saúde revelou num estudo lançado esta terça - feira que aumentou de forma drástica e preocupante a desigualdade social na área da saúde. Coloca Portugal ao lado dos países de Leste e de países como Chile. Revela que aumentou o risco de exclusão social, e, revela que as pessoas sem formação padecem de um maior risco de ter má saúde seis vezes superior em comparação com as pessoas com mais formação. Curioso perceber que uma das coisas que pode estar na origem também desta desigualdade é o facto das pessoas não questionarem os médicos sobre o que estes dizem ou aconselham ou até prescrevem, sendo que no estudo é citado os médicos de família, que as pessoas quase nunca questionam, e muitas vezes necessitam de serem reencaminhados para a especialidade, e isso não acontece, sendo tratados de uma forma mais superficial e com maior risco de saúde. Mas este é um problema de séculos, que aos poucos está a ser combatido, que é o facto de não se colocar os médicos ao mesmo nível que qualquer outra pessoa (mais as pessoas antigas acho), porque erram como os outros. Ainda há muito a ideia de o que o médico diz é lei, mas esse é um erro de palmatória e muito grave, porque os médicos erram e muito como todos, e, hoje em dia, com o conhecimento e a sociedade de informação que temos, devemos sempre tentar fazer um escrutínio dos médicos e da forma como eles nos estão a tratar (se estivermos no papel de doentes), para evitar um mau aconselhamento, que em muitos casos pode ser determinante no tratamento de uma doença.
   O estudo revela que a detrioracao do SNS é outra das causas desta desigualdade social, principalmente explicada pela saída de profissionais para o sector privado, para a reforma ou para o estrangeiro. Para além disto há uma acentuada quebra na qualidade dos serviços prestados, que depois se reflecte na qualidade do serviço prestado ao doente. E aqui, há questões a colocar, como, se temos um serviço de saúde público "tendencialmente" gratuito, como é possível continuarmos a ter estes níveis de desigualdade social na saúde? 
   Talvez fosse urgente assegurar, em primeiro lugar, melhores cuidados de saúde e priorizar os mais fragilizados, os mais pobres, as pessoas com menos educação, quer aqueles que se encontram em situações de maior vulnerabilidade ou risco, como os idosos e recém nascidos por exemplo. Para reduzir as injustiças e a desigualdade social nesta área tem de ser traçadas linhas de prioridade, dando uma volta ao actual SNS, que está ferido de morte, e caso não seja tratado, irá continuar a degradar-se até ao seu fim.


Violência Aclamada



Confrontos entre Adeptos Ingleses e Russos em França : Euro 2016.



   Infelizmente, todos temos assistido aos tristes e evitáveis confrontos entre Ingleses e Russos no Euro 2016 em França. São actos que todos devíamos reprovar, mas quando um dos países, neste caso a Rússia, uma das partes envolvidas, defende que se deve manter os confrontos, na voz de um Deputado do Parlamento Russo (declarações no seu twit: "nada de errado nos confrontos entre adeptos") algo vai muito mal na preservação dos valores democráticos, que garantem a paz e estabilidade dos povos.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Marcelo Bem


Marcelo Rebelo de Sousa




   Mais uma vez, Marcelo Rebelo de Sousa, igual a si próprio faz renascer o dia de Portugal e, essencialmente decide homenagear todo o tipo de pessoas, e desliga-se dos interesses que assombravam este dia nos últimos anos. Neste dia, a maioria dos portugueses, já mostrava pouco interesse em assistir, e, quando chegava o momento das condecorações, desligava o televisor ou fazia zapping, porque ninguém já suportava ter de ver o Presidente da República a condecorar o amigo que o ajudou na campanha; o amigo que ajudou a colocar a prima; o amigo que fiel que lhe ajudou no banco; o amigo da fábrica ou amigo do amigo que lhe fez um pedido especial. Na verdade, infelizmente, pouco de Portugal já tinha este dia, e basta ver que os próprios militares no último ano ponderaram ausentarem-se da cerimónia dias antes, mas que acabou por realizar-se.
   Marcelo ao decide condecorar as pessoas que ajudaram as vítimas do Bataclan mostra que este dia é de todos os portugueses, e, que é um orgulho podermos assistir a estas condecorações, de pessoas que com a sua humilde condição, conseguiram fazer algo humanitário que merece o reconhecimento mais que justo do nosso país, de todos nós.
   Obrigado Presidente por dignificar e elevar bem alto o respeito deste dia, o 10 de Junho, o dia de todos os portugueses.

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Despedida Paulo Portas

   
Paulo Portas



   Paulo Portas marcou um tempo no CDS  e na política portuguesa. Fez do CDS um partido de disputa política, quando muitos acreditavam que não seria possível, e, soube posicionar-se politicamente (ser Governo, por exemplo) quando todos os indicadores apontavam para o contrário. Foi um político que soube marcar a diferença e ser um líder, e a prova disso é o reconhecimento unânime de todas as bancadas do parlamento na hora da sua despedida como Deputado. Ser um líder político não é apenas unir um partido, mas também ter carisma e fazer com que as pessoas o ouçam e respeitem.