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quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Elogio à Simplicidade






  Nunca vi o meu voto ser tão respeitado e nunca tive tanto orgulho em alguém em quem votei. Se fosse hoje, votava duas vezes em Marcelo Rebelo de Sousa, porque nunca houve ninguém que o merecesse tanto. Para fazer o bem a quem mais precisa, por vezes, basta um gesto ou palavra com um abraço. Quando o azar nos bate à porta, temos de pensar que a missão principal de todos e a obrigação é estar ao lado destas gentes, e evitar o sofrimento, porque o país ainda sofre e sofre muito, ao ver estas gentes completamente devastadas.
   Elogio à simplicidade de alguém que nos representa de uma forma que nos enche a alma.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Marcelo salva a face





   Marcelo, de uma forma lúcida e olhando com olhos de ver para o país, fez ontem uma declaração que respeita todos aqueles que perderam as suas vidas estes dias nos incêndios e suas famílias. Salvou a face de um país que tinha vergonha em todas as declarações governativas que até ali tinham sido proferidas. Haja alguém que se coloque no lugar daqueles que perderam seus familiares, suas casas, suas economias, seus animais, o trabalho árduo de anos e anos de sacrifícios. Estamos a falar de pessoas que lutaram sozinhas com as mangueiras de suas casas contra os fogos, tendo algumas mesmo perdido a vida nesse combate.



terça-feira, 17 de outubro de 2017

Passividade pouco compreensível


Manifestação em Espanha pelas 4 mortes nos incêndios



   Aqui na vizinha Espanha, na Galiza,  morreram 4 pessoas nos incêndios, e foram milhares aqueles que saíram à rua gritando tarjas como "fogos nunca mais", exigindo a demissão do presidente do governo regional, por incompetência na defesa das populações. Deixemos de lado o medo pelas palavras, e haja coragem em assumir que estas 41 mortes já confirmadas isola-nos no tempo, e atira-nos para uma visão de país de terceiro mundo. 
   Ontem, quando assisti à declaração do primeiro ministro não quis acreditar, porque se há coisa que não foi feita foi tudo o que deveria e poderia ter sido feito para evitar estas mortes. A par da ministra, foi mau demais o que se ouviu, e não se pode olhar para o lado depois de mais uma tragédia destas. 
   O que faz um povo ser tão passivo perante o poder político? Começa a ser preocupante esta passividade, e a forma como o poder político consegue "dominar" e "acalmar" um povo perante tragédias desta magnitude. Como é possível perante 41 mortes em tão poucos dias, o povo continuar sereno, como se fosse uma inevitabilidade? Acho mesmo que começa a ser um caso sério esta passividade pouco compreensível de um povo que vê os seus serem dizimados de uma forma arcaica, sem haver responsabilidades, esperando, mais uma vez, que o tempo seja o curador de todas as feridas que ainda ficaram por sarar.
   

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Mortes Inaceitáveis









   Mais uma tragédia em Portugal, e neste momento já estão 29 mortes confirmadas, em consequência dos vários incêndios que assolam o país. Num momento em que as pessoas lutam com que podem, muitas isoladas, sem qualquer protecção e orientação, o Secretário de Estado da Administração Interna veio dizer que "Não podemos ficar à espera dos bombeiros". Se há coisa que vemos e as televisões nos mostram são as pessoas, em muitos casos, sozinhas, unidas com as suas populações, a combaterem os fogos. Haverá alguém que veja a sua casa cercada por um incêndio e não faça nada? 
   O cenário que nos chega mostra uma pessoa grávida a fugir das chamas em contra-mão na A25, outras três encontradas mortas em suas casas e tantos outros por aí a tentar, igualmente e em desespero, fugir à perseguição das chamas.
   Como podemos repetir os mesmos erros? Em Pedrogão vimos pessoas a morrerem dentro das suas casas por falta de auxílio, e aqui igual. Em Pedrogão vimos pessoas a morrerem nas estradas por falta de informação (em alguns casos até informação prestada incorrecta) e aqui igual. Em Pedrogão não vimos um plano para retirar as pessoas das casas atempadamente, e aqui igual. Em Pedrogão existiam milhões investidos para os combates aos incêndios e o pouco aceitável aconteceu e aqui também.
   Estamos todos com as famílias daqueles que perderam as suas vidas, e devemos fazer tudo para evitar mais mortes, mas já há uma coisa que não podemos evitar: a tragédia. Estamos perante mais uma tragédia nacional, e, não é admissível nem aceitável estas mortes, essencialmente da forma repetida como aconteceram, quando existem milhares de pessoas destacadas e milhões investidos exclusivamente para evitarmos, no mínimo, uma tragédia com números de mortos desta natureza, que nos chocam, nos vergam e entristecem um país. 


    

domingo, 15 de outubro de 2017

Aquecimento Global








   Num momento em que todos nos deparamos com o problema do aquecimento global, e, os recentes estudos apontam para o aumento dos indícios que comprovam esse aumento do aquecimento, assistimos a um triste retrocesso americano, sem nenhuma razão que possamos aceitar. Ainda é aceitável, em pleno século XXI, ponderar a influência da humanidade no aumento global das temperaturas? 
   Conseguir alcançar o acordo de Paris sobre as alterações climáticas durou anos de negociações, e quebrá-lo agora seria um retrocesso mundial. Depois de Bush ter quebrado com o Protocolo de Quioto (com o mesmo argumento que Trump, de que interferia na economia americana) , o protocolo deixou conseguir cumprir suas metas quanto às emissões de gases de efeito de estufa. Mas nem tudo foi mau, e o surgimento, por exemplo, das energias renováveis, deve-se me muito a este protocolo, bem como o apoio que foi dado a países em desenvolvimento, como por exemplo, a ampliação das suas florestas e espaços verdes. 
   A ONU terá aqui um papel decisivo, e esperemos que demova Trump deste retrocesso, e o convença da importância desta redução para o bem da humanidade e da sua existência. Juntamente com a China, os E.U.A representam metade das emissões de carbono a nível mundial. 
   Deve ser dado exemplo da Alemanha, que conseguiu reduzir os seus gases efeito-estufa sem diminui seu PIB. Num momento em que os avanços ficaram aquém do esperado, e, o degelo num recente estudo do New York Times é referido como um problema que adenda-se a cada dia que passa (veja-se o recente fenómeno da Antárctida onde abriu-se um buraco do tamanho da República Checa), é fundamental e urgente que o Acordo de Paris seja cumprido.



quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Elogio a Marcelo

Mafra - 05.10.1910



   Mais uma vez, neste 5 de Outubro, Marcelo soube ter elevação e fazer um discurso inteligente, ponderado e optimista. Este apelo e promoção do presidente a uma política transparente, em que se assuma humildemente o que correu bem e o que correu mal é uma defesa da democracia, onde este dia é um dos seus expoentes máximos. Soube pedir respeito e prestígio, por exemplo, para as nossas Forças Armadas, numa clara alusão a Tancos, mas sem nunca perder a compostura nem entrar numa crítica deselegante ou desestabilizadora, até porque não há razões para isso.


segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Isaltino Morais





   Talvez tenha sido a vitória mais surpreendente da noite, de alguém que todos os candidatos tentaram colocar fora desta corrida, como se já tivessem algum pressentimento do que se viria a passar. Gostaria de saber quais as razões da população de Oeiras para dar a vitória a Isaltino Morais, e com maioria absoluta, depois de ter sido condenado a uma pena de prisão de 7 anos, perda de mandato, com condenação em todas as instâncias judiciais, por ter desviado milhares de euros enquanto autarca, fraude fiscal, abuso de poder, corrupção e branqueamento de capitais.

Rescaldo Eleições Esposende






   Houve uma grande derrota e uma grande vitória em Esposende. A grande vitória foi do PSD, que sem sombra de dúvida, ganhou de forma clara, sem muita margem de contestação. Mas não é por ter 60% que deixa de ter apresentado uma das piores listas dos últimos anos, em termos de valores e nomes. E isso deve exigir uma reflexão para se tentar perceber qual a razão para meia dúzia de pessoas com influência económica continuarem a decidir sobre o futuro de Esposende (em privado algumas até fazem trocem daqueles que hoje votaram massivamente neles).
  A grande derrota foi do PS e do CDS. O PS não existiu, sendo que se a maioria das pessoas nem sabia do nome do candidato, e mesmo que não soubesse do nome, a imagem e os seus cartazes não ajudavam à cativação, por muito esforço que se fizesse. E se PS com esta conjuntura não tem melhor candidato, algo vai muito mal, e não é de hoje. Já o CDS, na mesma linha, escolheu um candidato sem expressão, que fez uma campanha pobre, e que, conseguiu piorar os resultados e contribuir para a vitória do PSD. O JPNT não ficou de lado, e foi também um dos derrotados desta noite, de uma forma menos penosa que os que os restantes, porque não tem máquinas partidárias. Mas, talvez tenham tido demasiadas pessoas inexperientes e "puras" politicamente, que na política paga-se caro, e faltou uma oposição mais dura e mais veemente. Foi notória a falta de uma oposição forte durante a campanha, e era necessário para mostrar que há melhores e mais capazes para o cargo.
   Há uns tempos, alguém dizia: "Um dia destes vou para a câmara, ainda vou ver quando vou para lá como Vereador, quando me der mais jeito". E não é verdade que aconteceu?
   Esposende merece que as pessoas estejam de alma e coração nos cargos para os quais foram eleitos, mas o verbo merecer é diferente do verbo acontecer.