Larry Nassar |
Falar de Larry Nassar, aquele que foi médico da selecção americana de ginástica já vale de pouco ou quase nada, porque este vai passar o resto dos seus dias entre 4 paredes, espreitando por entre as grades o mundo que existe lá fora, e que não soube aproveitar.
Após verificar o caso, o testemunho de Chelsea Markham deve deixar e encorajar todos aqueles que alguma vez viram ou um dia possam ver algo que indicie abuso sexual, maus tratos ou outro crime a denunciar e não ficarem calados. Chelsea Markham tinha o sonho de ser ginasta de topo. Foi com essa idade entregue aos cuidados do criminoso Larry Nassar (já não é médico - isso acabou - agora é um criminoso), e um dia, ao sair da sua visita, chorou e contou à mãe que este a tinha molestado e tocado com os dedos, sem luvas, na sua vagina, e que não diria a ninguém porque poderia prejudicar o seu sonho. Ficou traumatizada e deixou a ginástica. Teve vários problemas com drogas e suicidou-se em 2009. A sua mãe não denunciou Larry e hoje diz que não se consegue perdoar. A par deste testemunho que acabou em tragédia, é igualmente chocante o de Kyle Stephens, que passou os domingos com o criminoso, sendo este um amigo da sua família. Enquanto sua mãe preparava o almoço de domingo, este brincava com as crianças, até que chegou o dia em que abusou sexualmente de Kyle, quando tinha 6 anos, e quando teve coragem de contar aos pais, estes não acreditaram. Estes são apenas 2 dos 90 testemunhos de abuso sexuais praticados por Larry conhecidos, porque faltam aqueles que ainda não tiveram coragem de denunciar. Há aqui uma coisa que deve exigir reflexão: o facto de os pais não denunciarem os crimes, e em alguns testemunhos, ignorarem inclsuivamente e de forma chocante os avisos das crianças.
No meio do choque, do crime, do trauma, do desespero, do irracional, há outra questão tem ser respondida: "Após ouvidas 90 testemunhas de abuso sexual por aquele que foi médico da selecção durante mais de 20 anos, onde estão os outros que foram cúmplices destes crimes" ?
Em tempos era apenas um direito (e mal), mas hoje, em pleno século XXI, é um dever de todos denunciar estes crimes, e, olhar para o lado ou fazer que não é connosco, ou mesmo, não acreditar devido ao estatuto social da pessoa é um erro, porque quem menos pensamos que possam cometer estes crimes são, muitas das vezes, os principais suspeitos.
Na cela onde está o criminoso Larry, há mais camaratas por preencher.