O Afeganistão é cada vez mais um problema, e, depois do acordo negociado pelos E.U.A. para a formação do governo há 3 anos, tudo piora a cada dia que passa, e cresce a tensão e se a comunidade internacional não encontrar de forma célere uma solução para o país, poderemos voltar a um cenário sangrento, que internamente, vai acontecendo.
Os talibãs transformaram o país numa teocracia islâmica, e, mesmo que não fosse a invasão americana, talvez um outro motivo explicaria o surgimento destes grupos radicais em força, não podendo a invasão soviética na década de 80 ser ignorada, num país que apenas viveu a democracia em período experimental, e, que desde 1973 não sabe o que isso é, na verdade, talvez jamais tenha sabido.
O apoio financeiro do Paquistão continua a ser um grave entrave, e se não fosse este apoio, talvez nunca os talibãs conseguissem fazer o que fizeram em 1996, embora ninguém os reconhecesse internacionalmente.
A deportação de milhares de Afegãos tem sido chocante, e, aqueles que um dia prometeram o seu apoio, são os mesmos que hoje estão a colocar as suas vidas em perigo, ao enviá-los para um país que está em guerra há 3 décadas, e, que não tem solução à vista. Veja-se o caso de Taibeh Abbasi, que fugiu do país, e acabou o ensino secundário na Noruega, com o sonho de ser médica, e agora vai ser deportada para o Afeganistão.
Os E.U.A. têm aqui um papel decisivo, e estando em lados opostos, por exemplo, da Rússia e do Irão, terá definitivamente de tomar uma decisão quanto ao Afeganistão, e já ficou visível que o problema não se cinge apenas à retirada ou reforço de tropas no terreno.
E há questões que, observando o mar sangrento que internamente se vive no país jamais poderiam ser equacionadas, como, por exemplo, o abandono do país, mas certamente, que nesta guerra, só haverá vencidos.