Hoje, todos na União Europeia, não apenas os britânicos, pagam o preço da promessa eleitoral de David Cameron (referendo sobre saída União Europeia realizado em 2016). Mas, parece que a palavra "promessa" já não tem a força de 2016, quando houve o referendo. As sucessivas promessas de saída com acordo de Theresa May e agora as promessas de Boris Johnson de saída com ou sem acordo parecem poderem não passar de promessas, porque os prazos terminam e iniciam-se outros, nem chegam a ser renovados. O último avanço foi aprovação pelo parlamento britânico do princípio de acordo de Boris com Bruxelas, mas o avanço é esse mesmo: um princípio de acordo. Era previsível tal dificuldade, porque o mais importante não são esses princípios de acordo (que já deviam existir há muito), mas sim dar corpo, em termos substanciais, à saída propriamente dita, ou seja, o Reino Unido está preparado, para amanhã, sair da União Europeia? Ninguém acredita, excepto Boris Johnson.