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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

A importância da relação fiduciária num contrato de trabalho

Lembrei-me de escrever sobre este tópico, pelo facto de cada vez mais ficar supreendido com comportamentos, atitudes, linguagem perante terceiros que trabalhadores utilizam, por desconhecimento, em parte no caso, da importância da relação fiduciária, da relação de confiança essencial na manutenção de um contrato de trabalho. O contrato de trabalho é um contrato de direito privado, sendo "Contrato de trabalho aquele pelo qual uma pessoa singular se obriga, mediante retribuição, a prestar a sua actividade a outra ou outras pessoas, no âmbito de organização e sob a autoridade destas.", como nos refere expressamente o artigo 11º do Código de Trabalho. Mas não desviando a questão, e tendo a noção de contrato de trabalho presente, eu penso que ainda existem trabalhadores com um grau de desconhecimento elevado acerca da importância da relação de confiança estabelecida entre trabalhador e empregador e no importante relacionamento com os colegas de trabalho, pois a "paz" na empresa, tão debatida e insistada na doutrina, é sem dúvida um factor preponderante numa relação laboral. Ao contrário dos outros contratos, por exemplo, se uma pessoa furta um objecto da empresa, em direito de trabalho, mais importante que o furto do objecto, é a perda da relação fiduciária, porque ninguém rouba por engano e pergunta-se se existem razões de subsistência da relação laboral ? Na maioria dos casos, salvo raras excepções, o furto leva imediatamente ao despedimento do trabalhador, com respectiva comunicação de sua intenção e nota de culpa.
Neste domínio, também outra questão importante é a relação estabelecida com os colegas de trabalho, e a preocupação de qualquer empregador na garantia de um bom funcionamento de uma organização e na "paz" da empresa. Aqui, são diversos os comentários que já toda a pessoa ouviu em relação a colegas de trabalho do género: " Aquela sabe bem levar a vida, dá-se com todos mas é uma falsa, só faz isso para convencer e ficar do lado do patrão" . E eu pergunto não será inteligência social, sobreposição da vontade profissional à pessoal no local de trabalho, luta pelo bom funcionamento da empresa ? Hà uma coisa em que todos estamos de acordo certamente, que numa empresa, seja micro, pequena, média ou grande, temos de esforçar para nos dar bem com toda a gente pois o trabalho é em conjunto e não individual, e enquanto isso não acontecer não avançamos. E os comentários surgem, não pelo facto de o empregador até não conhecer a pessoa e saber que ela tem essas atitudes, mas pelo facto de para qualquer empregador os interesses da empresa estão acima dos interesses pessoais, pois numa média ou grande empresa qual é o trabalhador que se preocupa com isso? Poucos, pois a produtividade e o bom funcionamento da organização são pontos fundamentais. Engraçado que ainda há pouco tempo, estava com um estimado amigo, e num anúncio que ele me mostrou de emprego que lhe ofereciam, a empresa num dos requesitos enunciava " gerir conflitos em situação de stress", e eu referia-lhe a importância desse ponto, como aqui muito, "mas" muito sucintamente referi. E o facto de aparecer esse requesito, é prova de que nem todos os trabalhadores têm conhecimento da importância desse requesito, o que é negativo, pois esse é um requesito que não devia aparecer, já devia estar integrado "minimamente" na educação das pessoas.