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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Manuel Alegre, " É preciso ser contra isto para ser por isto."

Em relação a esta candidatura tornada pública e confirmada de Manuel Alegre para o cargo de Presidente da República suscita-me imediatamente uma questão : qual a razão para esta antecedência, a meu ver, e fora casos excepcionais, prejudicial ? Manuel Alegre é uma pessoa respeitada na sociedade, uma pessoa pela qual tenho imenso respeito e consideração e será com todo o gosto que a Universidade Católica o receberá para, como outros já afirmavam, um debate entre "novos e velhos amigos", conseguiu o seu espaço pela sua luta gloriosa antes e pós 25 de Abril, e aqui passo a citar frase do saudoso escritor mexicano, prémio Nobel da Literatura (Octávio Paz), que tão referência é para Manuel Alegre e tantos outros como eu : "a liberdade não é uma filosofia e nem sequer uma ideia: é um movimento de consciência que nos leva, em certos momentos, a pronunciar dois monossílabos: sim ou não.” Acho o momento prejuducial, e para já, não tem o apoio do Ps, e se continuar a jogar no campo do bloco de esquerda não acredito que o Ps o apoiará, pois é "bonito" para muito gente, e com o devido respeito, ouvir o Sr.Louçã, mas temos que ter consciência que na prática a maioria das suas medidas são inconcebíveis e fora do contexto do país. Manuel Alegre nas últimas eleições ganhou votos, mas foi notório a diferença para Aníbal Cavaco Silva em termos de "máquina" a apoio no terreno, o tal apoio "Ps". Mas, na minha opinião, Cavaco Silva não tem motivos para preocupação, e precisa de centrar as atenções no país, porque esta candidatura de Manuel Alegre não o deve embaraçar, mas certamente o deixará descansado e consciente do seu papel como Presidente da República.
E me despeço com o poeta Manuel Alegre e o poema "Ser ou não Ser", que é um bom mote para a questão: "Ser ou não ser Presidente da República :



"Qualquer coisa está podre no Reino da Dinamarca.
Se os novos partem e ficam só os velhos
e se do sangue as mãos trazem a marca
se os fantasmas regressam e há homens de joelhos
qualquer coisa está podre no Reino da Dinamarca.


Apodreceu o sol dentro de nós
apodreceu o vento em nossos braços.
Porque há sombras na sombra dos teus passos
há silêncios de morte em cada voz.


Ofélia-Pátria jaz branca de amor.
Entre salgueiros passa flutuando.
E anda Hamlet em nós por ela perguntando
entre ser e não ser firmeza indecisão.


Até quando? Até quando?


Já de esperar se desespera. E o tempo foge
e mais do que a esperança leva o puro ardor.
Porque um só tempo é o nosso. E o tempo é hoje.
Ah se não ser é submissão ser é revolta.
Se a Dinamarca é para nós uma prisão
e Elsenor se tornou a capital da dor
ser é roubar à dor as próprias armas
e com elas vencer estes fantasmas
que andam à solta em Elsenor.
"