Aliviar a pobreza concentrada e intergeracional é, na minha opinião, um dos grandes desafios deste século, num momento difícil que o mundo enfrenta, é urgente criar oportunidades junto daqueles que dispõem de poucos recursos financeiros, baixos níveis de educação, e abrir portas em locais de difícil acesso é um desafio à escala mundial e do qual espero que esse "abrir portas" seja significativo e diferente do "pós 1929", porque toda a pessoa pode ser útil à sociedade, desde que tenha instrumentos para tal e a tarefa passa por conseguir fazer chegar aqueles que mais necessitam esses instrumentos, que na maioria dos casos, concentram-se em bairros. Barack Obama é um dos líderes mundiais em quem confio nesta tarefa e sempre tive esperança, e é das pessoas que acompanho regularmente no plano internacional, e para combater o que acabei de referir, nos E.U.A, criou vinte "Bairros Promessa", em cidades com elevado níveis de pobreza, crime e baixos níveis de sucesso escolar. Estes bairros envolverão tanto as crianças como os pais num programa de preparação para o êxito baseado em objectivos tangíveis, incluindo o acesso à faculdade para todos os estudantes participantes e o dos bons resultados de saúde física e mental para as crianças, bem como a conservação de um emprego significativo e escolas parentais para os pais. Esta é uma medida de quem está a trabalhar para o país, e que podia ser exemplo para diversos países, incluindo Portugal, em que são muitas as zonas de concentração de pobreza e em que de forma injustificada e errada o Governo oferece o "comodismo" e a "indiferença" (ex: rendimento mínimo garantido) em superação ao "trabalho" e "progesso intergeracional".