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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Vizinha Filomena

Por vezes, ainda existem dias que olho para cima para a janela mas já não está a vizinha Filomena, pessoa que lembro diversas vezes na minha vida e que não esqueço. Não esqueço o apoio, o carinho, a força, a "palavra" amiga, sincera e humilde, não esqueço a pessoa. Não esqueço também, porque foi marcante e foi pouco antes do triste acontecimento, a importante conversa que tive com Filomena numa visita ao Hospital que fizemos na companhia da minha mãe e meu irmão (os quatro), em que na altura fomos visitar uma estimada minha tia, momentos antes de Filomena descobrir a doença fatídica que acabou com a sua vida: cancro. Na generalidade dos casos, é rara a pessoa que se conforma com o desaparecimento de uma pessoa, pela forte e mais consensual razão de "não saber se volta a ver essa pessoa". Não sei se conformação não será uma palavra demasiado forte para afirmação, mas penso que tristeza é um sentimento que representa o que sinto e quando penso na Filomena, em contraste com um sentimento de esperança. Já passou algum tempo, bastante para outros, desde do momento do seu desaparecimento, mas para mim o que releva é a pessoa e não o tempo. Agora, gostava sinceramente, e aqui talvez o tempo já seja importante, com luta e trabalho, ver o meu país a tornar mais acessível o acesso à saúde, pois é um direito consagrado constitucionalmente, mas que infelizmente, a par de tantos outros direitos, fica-se pelo diploma. Umas das grandes preocupações de Barack Obama e que faz parte da sua grande luta é a saúde, porque sabe e esteve muitas vezes no terreno e presenciou casos, a par da sua experiência pessoal, de pessoas pobres sem meios para acederem, por exemplo, a um médico, sem nunca poderem aceder a um especialista, e é neste âmbito que gostava urgentemente de ver o meu país a ter igual preocupação e a fazer reformas completas e com seriedade, não brincar com as pessoas.